Ciência política: diferenças entre revisões

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A ciência política brasileira institucionalizou-se há relativamente pouco tempo. Ainda em meados dos anos 1960, seu principal veículo era a ''Revista Brasileira de Estudos Políticos'', no entanto editada pela [[Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais]] ([[UFMG]]). A [[Associação Brasileira de Ciência Política]] (ABCP) só foi fundada em 1975 e só passou a atuar efetivamente a partir de 1995. Os encontros da ABCP são realizados a cada dois anos e reúnem os principais cientistas políticos do país.
 
Os dois nomes fundadores centrais da ciência política no Brasil são [[Fábio Wanderley Reis]], da UFMG, e [[Wanderley Guilherme dos Santos]], do antigo [[Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro]] (IUPERJ). Hoje, sob influência das matrizes norte-americanas, a maior parte da disciplina opera com modelos neo-institucionalistas e de "escolha racional", que estilizam fortemente a ação política, seja reduzindo o número de atores envolvidos (tipicamente, resumindo-os a "[[candidato]]s" e "[[eleitorado]]" ou a "[[Poder Executivo|executivo]]" e "[[Poder legislativo|legislativo]]"), seja eliminando a discussão sobre a formação de suas preferências. Os modelos, assim, dizem respeito mais a si mesmos do que ao mundo real externo. Entre as exceções destacam-se grupos do Departamento de Ciência Política da UFMG, com [[Leonardo Avritzer]] e o Projeto Democracia Participativa (Prodep), inspirado pela teoria [[Jürgen Habermas|habermasiana]] e que associou-se estreitamente ao estudo dos modelos de participação dos governos do [[Partido dos Trabalhadores]] (PT), e do Instituto de Ciência Política da [[Universidade de Brasília]] (UnB), com [[Luis Felipe Miguel]] e o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades (Demodê),<ref>{{Citar web|URL = http://www.demodeunb.com |título = Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades (Demodê) |publicado = Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades (Demodê) - Universidade de Brasilía |acessodata = 19 de junho de 2021 }}</ref> que adotam uma postura radical democrática, com influências combinadas do [[marxismo]] e do [[feminismo]].
 
Até recentemente, não havia uma publicação institucional da Ciência Política brasileira, tal como a ''[[American Political Science Review]]'' nos Estados Unidos. Em março de 2007, a Associação Brasileira de Ciência Política.<ref>Site da ABCP - Associação Brasileira de Ciência Política: [http://www.cienciapolitica.org.br Ciência Política]</ref> publicou o primeiro número da ''Brazilian Political Science Review''.<ref>Site do ''Brazilian Political Science Review'': [http://www.bpsr.org.br Brazilian Political Science Review]</ref> No entanto, a publicação, que é apenas eletrônica e em [[língua inglesa]], ainda está longe de se constituir em referência na [[disciplina]]. Atualmente, os principais [[Artigo académico|artigos]] brasileiros da área são publicados nas revistas ''Dados'', que era do IUPERJ e hoje está ligada à UERJ, ''Lua Nova'', do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea, de São Paulo; na ''Revista Brasileira de Ciências Sociais'', da [[Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais]] (ANPOCS); ou, então, na ''Revista de Sociologia e Política'', da UFPR.