Concílio de Cartago: diferenças entre revisões

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O '''Concílio de Cartago III ''' foi um concílio regional que ocorreu em 397 d.C., onde ficou determinado a aceitação dos '''vinte e sete livros''' do [[Novo Testamento]].
O '''Concílio de Cartago IV''', outro concílio regional ocorrido em 419 d.C, estabelece um cânon que é quase o mesmo estabelecidocânon bíblico reconhecido futuramente no [[Concílio de Trento]], hoje aplicado pela Igreja Católica Apostólica Romana, havendocom omissãoreferência de uma dosdois livrolivros de Esdras, que haviaseriam os mesmos da Vulgata, os quais existiam outrora reunidos e já tinham sido divididos até aquela época, conforme o testemunho de [[Santo Atanásio]] (296-373), na SeptuagintaEpístola XXXIX,4.
 
O concílio de Cartago IV descreve:
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:''"Parece-nos bom que, fora das Escrituras canônicas, nada deva ser lido na Igreja sob o nome 'Divinas Escrituras'. E as Escrituras canônicas são as seguintes: Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, quatro livros dos Reinos, dois livros dos Paralipômenos, Jó, Saltério de Davi, cinco livros de Salomão, doze livros dos Profetas, Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel, Tobias, Judite, Ester, dois livros de Esdras e dois [livros] dos Macabeus. E do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos, um [livro de] Atos dos Apóstolos, treze epístolas de Paulo, uma do mesmo aos Hebreus, duas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma de Judas e o Apocalipse de João. Isto se fará saber também ao nosso santo irmão e sacerdote, Bonifácio, bispo da cidade de Roma, ou a outros bispos daquela região, para que este cânon seja confirmado, pois foi isto que recebemos dos Padres como lícito para ler na Igreja"'' [Concílio de Cartago IV (419)].
 
Os Concílios da Cartago e Hipona declaram quea existência de cinco [[Salomãolivros]] teria escrito cincode [[livrosSalomão]]: Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria e Eclesiástico, contudo sãose reconhecidosatribui porgeralmente autoria dea Salomão somente três desses livros: Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos. Na verdade, não se declara que os cinco livros de [[Salomão]] teriam sido escritos por ele, mas foram chamados assim por comporem o núcleo sapiencial da Bíblia, do qual Salomão foi seu maior expoente.
 
O [[cânon]] estabelecido em [[Cartago]] e [[Hipona]] era de um cânon regional, mas foi aceita pela Igreja Católica, ratificado por vários concílios, como o de Roma, Florença, e o Concílio de Trento, um [[concílio ecumênico]].
Esse mesmo cânon havia sido defendido pelo [[Concílio]] de Hipona. Tais livros eram contidos na [[Septuaginta]], e por isso a apologética Católica defende que seriam “inspirados”. A palavra “inspirados” não é a aplicada pelo texto, contudo a expressão utilizada é: “Nada deva ser lido na Igreja sob o nome Divinas Escrituras”.
 
Os protestantes não incluem em suas Bíblias os sete livros deuterocanônicos do Antigo Testamento. O Concílio de Trento, em 1546 d.C., estabelece, com tudo, que esses sete livros são inspirados.
O [[cânon]] estabelecido em [[Cartago]] e [[Hipona]] era um cânon regional, ou seja, não era aceito pela Igreja Católica, mas apenas por parte dela, pois era uma declaração de [[cânon]] local, e muitos patriarcas da Igreja não o seguiam, porquanto era uma declaração de credo regional, visto que o estabelecido universalmente pela Igreja viria no Concílio de Trento, um [[concílio ecumênico]] que referenciava estatuto para as igrejas Católicas num todo.
 
EsseNos cânonmais alexandrinoantigos eraescritos rejeitadopatrísticos pelossão citados os deuterocanônicos como Escritura Sagrada: Clemente Romano (em cerca de 95), na epístola aos Coríntios, recorre a Judite, Sabedoria, fragmentos de Daniel, Tobias e Eclesiático; o Pastor de Hermas, em 140, faz amplo uso do Eclesiástico e do 2 Macabeus (cf. Semelhanças 5,3.8; Mandamentos 1,1...); Hipólito (+235) comenta o livro de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos; cita como Escritura Sagrada Sabedoria, Baruc e utiliza Tobias e 1 e 2 Macabeus. Tais livros eram contidos na [[Septuaginta]] e também foram alvo de dúvidas por parte de patriarcas, como Orígines e Atanásio, que eram da Alexandria, e por Jerônimo. Contudo o cânon demencionado por Atanásio incluíaadmitia, ao menos, BaruqueBaruc como um livro que fazia parte do livro de Jeremias. Já Agostinho de Hipona, não desprezava o cânon de Cartago IV. Outro ícone da igreja Católica que muito influenciou a Igreja antes da reforma protestante e que rejeitava os sete livros deuterocanônicos foi [[Jerônimo]].
 
O Concílio de Trento, em 1546 d.C., põem fim aos séculos de divergências entre as diferentes [[Bíblia]]s católicas e por fim estabelece a adição dos sete livros para serem publicados em todas as Bíblias Católicas. Contudo o próprio Concílio de Trento, apesar de reconhecer seu valor, não declara um “credo” reconhecendo-os como divinamente inspirados. Aceitando portanto a [[Tradição]], a [[Igreja Católica Apostólica Romana]] entendeu que mesmo não sendo inspirados, seriam para edificação da igreja pelas muitas lições que poderiam se extrair daqueles relatos.
Por essas divergências, e por conta desse cânon ter sido de cunho regional e não universal, os protestantes não incluem em suas Bíblias os sete livros deuterocanônicos do Antigo Testamento presentes nas Bíblias Católicas. Também por terem sido definitivamente incluídos no Concílio de Trento, quando já havia separação da Igreja Católica por conta da [[reforma protestante]] de [[Lutero]], e os seguidores de Lutero, já separados da Igreja Católica, não adicionaria os sete livros como estabelecido em Trento.