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Seus pais, os dois poetas proeminentes [[Nikolai Gumilev|Nikolay Gumilev]] e [[Anna Akhmátova|Anna Akhmatova]], divorciaram-se quando Lev tinha 7 anos, e seu pai foi executado pela [[Tcheka|Cheka]], [[Polícia secreta|a polícia secreta]] [[bolchevique]], quando Lev tinha apenas 9 anos. Lev passou a maior parte de sua juventude, de 1938 a 1956, em [[Gulag|campos de trabalhos forçados soviéticos]]. Ele foi preso pelo [[NKVD]] em 1935 e solto, mas novamente preso e condenado a cinco anos em 1938. Depois de cumprir a pena, ele se alistou no [[Exército Vermelho]] e participou da [[Batalha de Berlim]] de 1945. No entanto, ele foi preso novamente em 1949 e condenado a dez anos em campos de prisioneiros. Com o objetivo de garantir sua libertação, Akhmatova publicou um [[ditirambo]] para [[Josef Stalin|Joseph Stalin]], que não ajudou a libertar Lev, embora possivelmente tenha evitado sua própria prisão. A polícia secreta soviética já havia preparado uma ordem de prisão, mas Stalin decidiu não assiná-la. As relações entre Lev e sua mãe tornaram-se tensas, pois ele a culpava por não ajudá-lo o suficiente. Ela descreveu seus sentimentos sobre a prisão de Lev e o período de repressões políticas em ''[[Requiem (Anna Akhmatova)|Requiem]]'' (publicado em 1963). 
[[Ficheiro:Ахматова_Н.Гумилев_Л.Гумилев.jpg|miniaturadaimagem|250x250px| Um jovem Lev com seus pais em 1913]]
Após a morte de Stalin em 1953, GumilyovGumilev ingressou no [[Hermitage|Museu Hermitage]], cujo diretor, Mikhail Artamonov, ele viria a apreciar como seu mentor. Sob a orientação de Artamonov, ele se interessou pelos [[Cazares|estudos cazares]] e pelos povos das estepes em geral. Nas décadas de 1950 e 1960, ele participou de várias expedições ao Delta do Volga e ao [[Ciscaucásia|norte do Cáucaso]]. Ele propôs um sítio arqueológico para [[Samandar (cidade)|Samandar]], bem como a teoria da transgressão do Cáspio, em colaboração com o geólogo Alexander Alyoksin, como uma das razões para o declínio Khazar. Em 1960, ele começou a dar palestras na [[Universidade Estatal de São Petersburgo|Universidade de Leningrado]]. Dois anos depois, ele defendeu sua tese de doutorado sobre os antigos [[Povos turcos|turcos]]. A partir da década de 1960, trabalhou no Instituto de Geografia, onde defenderia outra tese de doutorado, desta vez em geografia.
 
== Ideias ==
De acordo com suas teorias pan-asiáticas, ele apoiou os movimentos nacionais dos [[tártaros]], [[cazaques]] e outros povos turcos, além dos [[mongóis]] e outros asiáticos orientais. Sem surpresa, os ensinamentos de GumilyovGumilev gozaram de imensa popularidade nos países da Ásia Central. <ref name=":0">{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/945976904|título=The Gumilev mystique : biopolitics, Eurasianism, and the construction of community in modern Russia|ultimo=Bassin|primeiro=Mark|data=2016|localização=Ithaca|isbn=978-1-5017-0339-3|oclc=945976904}}</ref> Em [[Cazã]], por exemplo, um monumento a ele foi erguido em agosto de 2005.
 
O historiador Mark Bassin escreve que GumilyovGumilev "não era um teórico confiável ... [e] suas hipóteses estão cheias de inconsistências, mal-entendidos e aplicações erradas dos conceitos que ele pegou emprestado", mas que, embora sua teoria social seja completamente problemática e carece de qualquer tipo de autoridade científica ou intelectual, suas idéias são importantes para entender na medida em que suas teorias de etnos, etnogênese e passionarismo (entre outros conceitos) foram maciçamente influentes e tiveram impacto significativo em uma variedade de contextos soviéticos e pós-soviéticos. <ref name=":0">{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/945976904|título=The Gumilev mystique : biopolitics, Eurasianism, and the construction of community in modern Russia|ultimo=Bassin|primeiro=Mark|data=2016|localização=Ithaca|isbn=978-1-5017-0339-3|oclc=945976904}}</ref>
 
== Crítica ==
Vários pesquisadores, como Vadim Rossman, <ref>Rossman, Vadim, et al. ''Russian Intellectual Antisemitism in the Post Communist Era ''(Studies in Antisemitism Series). Univ. of Nebraska Press, 2005</ref> John Klier, <ref>Klier, John. "''The Myth of the Khazars and Intellectual Antisemitism in Russia, 1970s–1990s''". ''[[The Slavonic and East European Review]]'', Volume 83, Number 4, 1 October 2005, pp. 779–781(3).</ref> Victor Yasmann, <ref>Yasmann, Victor. "''The Rise of the Eurasians''". The Eurasian Politician Issue 4 (August 2001) Radio Free Europe, 1992</ref> <ref>Yasmann, Victor. "''Red Religion:An Ideology of Neo-Messianic Russian Fundamentalism''" Demoktratizat: The Journal of Post-Soviet Democratization. Volume 1, No. 2. p. 26.</ref> Victor Schnirelmann, <ref>Shnirelman, Victor A. "The Story of a Euphemism: The Khazars in Russian Nationalist Literature." ''The World of the Khazars: New Perspectives.'' Brill, 2007. p. 353-372</ref> e Mikhail Tripolsky descrevem as visões de GumilyovGumilev como [[Antissemitismo|anti-semitas]]. <ref>Malakhov, Vladimir. "''Racism and Migrants''". (Trans. Mischa Gabowitsch.) ''Neprikosnovennij Zapas'', 2003</ref> De acordo com esses autores, GumilyovGumilev não estendeu esse ecumenismo etnológico aos judeus medievais, que ele considerava uma classe urbana internacional parasitária que dominou os [[cazares]] e sujeitou os primeiros [[eslavos orientais]] ao "jugo khazar". Esta última frase ele adaptou do termo tradicional "[[Invasão Mongol na Rússia|Jugo Tártaro]]" para a [[Mongóis|dominação mongol]] da Rússia medieval, um termo que GumilyovGumilev rejeitou por não considerar a conquista mongol como um evento necessariamente negativo. Em particular, ele afirmou que os radhanitas foram fundamentais na exploração do povo eslavo oriental e exerceram influência indevida no cenário sócio-político e econômico do início da [[Idade Média]]. Gumilev sustentou que a [[cultura judaica]] era mercantil por natureza e existia fora e em oposição ao seu meio ambiente. De acordo com essa visão, os judeus compartilham uma [[Ideologia|forma específica de pensar]], e isso está associado às [[Moral (literatura)|normas morais]] do judaísmo. De acordo com Gumilev, os judeus medievais também não portavam armas, mas travavam guerras por [[Guerra por procuração|procuradores]] ou [[Mercenário|mercenários]]. <ref>Tripolsky, Mihail. [http://gumilevica.kulichki.net/debate/Article10.htm ОБ ИЗВРАЩЕНИИ ИСТОРИИ: Хазарский каганат, евреи и судьба России]</ref> <ref>Rossman, Vadim. ''[http://sicsa.huji.ac.il/02Articles.htm The Ethnic Community and Its Enemies: Russian Intellectual Antisemitism in the Post-Communist Era] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20050921024830/http://sicsa.huji.ac.il/02Articles.htm|date=2005-09-21}}''</ref>
 
== Referências ==