Luís IX de França: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Adição de hiperligação. |
m |
||
Linha 42:
Foi um rei reformador e lançou as bases da justiça real francesa, na qual o rei era o juiz supremo a quem qualquer pessoa era capaz de apelar para buscar a emenda de um julgamento. Ele proibiu julgamentos por provação, tentou impedir as guerras privadas que estavam assolando o país e introduziu a [[presunção de inocência]] no processo criminal. Era admirado por seus súditos e por toda a Europa como um rei extremamente justo. Chegava a ficar várias vezes na semana sob um carvalho no [[Castelo de Vincennes]] ouvindo os apelos e pedidos de seus súditos de todas as classes.
Suas ações foram inspiradas nos valores [[Cristianismo|cristãos]], sendo ele um homem extremamente devoto da [[fé católica]], punindo a [[blasfémia]], jogos de azar, empréstimos de interesse e prostituição, comprando relíquias de [[Cristo]] para construir a [[Sainte-Chapelle]] e tentando converter os judeus franceses. Construiu inúmeros hospitais, leprosários, orfanatos e escolas e era notadamente conhecido pela sua caridade e cuidado com os pobres e doentes.<ref>
Casou-se com a rainha [[Margarida da Provença]] em [[1234]] e com ela teve onze filhos, dentre os quais o rei [[Filipe III de França]], que o sucedeu. Através de sua vasta prole, os descendentes de São Luís chegaram a quase todos os tronos da Europa e América, incluídas as dinastias posteriores que reinaram na [[França]], [[Espanha]], [[Áustria]], [[Sacro Império Romano-Germânico]], [[Alemanha]], [[Inglaterra]], [[Escócia]], [[Suécia]], [[Noruega]], [[Dinamarca]], [[Hungria]], [[Portugal]], [[Bélgica]], [[Grécia]], [[Bulgária]], [[Itália]], [[Holanda]], [[Polônia]], [[Romênia]], [[Rússia]], [[México]] e [[Brasil]], sendo todos os atuais monarcas europeus descendentes seus.
Em todas as épocas posteriores da [[história da França]], marcada por conflitos, guerras e revoluções, seu governo foi lembrado com nostalgia pelos franceses como "o bom tempo de Meu Senhor São Luís" ou como o "século de ouro de São Luís", deixando uma imagem imensamente positiva aos olhos da história e do imaginário popular francês.<ref>
Morreu no norte da África em [[25 de agosto]] de [[1270]] e foi [[Canonização|canonizado]] como [[santo]] pelo [[Papa Bonifácio VIII]] em [[11 de julho]] de [[1297]].É o padroeiro da Arquidiocese de São Luís do Maranhão, cujo patronato na cidade de São Luís se deu em razão da cidade levar o seu nome e em sua homenagem.
Linha 78:
Esta organizou o seu casamento, realizado no dia 27 de maio de 1234, na catedral de [[Sens]], pouco depois de o rei completar 20 anos. A esposa escolhida foi [[Margarida da Provença]], a filha mais velha de [[Beatriz de Saboia, condessa de Provença|Beatriz de Saboia]] e do conde [[Raimundo Berengário IV da Provença|Raimundo Berengário IV]] da [[Provença]] e de [[Forcalquier]], e irmã de [[Leonor da Provença|Leonor]], esposa de [[Henrique III da Inglaterra]].
Com esta união pretendia-se agregar este condado ao reino da [[França]], uma vez que Raimundo Berengário IV não tinha um herdeiro varão. Dizia-se que a graça e a natureza haviam dotado a sua esposa de toda sorte de perfeições,<ref name="saints">''Vie des Saints'', Les Petits Bollandistes, Typographie des Célestins, ancienne Maison L. Guérin, tomo V, pp. 192 a 217, Bar-le-Duc, 1874</ref>
=== Política interna ===
Linha 97:
[[Ficheiro:Sacre Coeur - Vitraux St Louis.jpg|thumb|left|upright=1.0|''São Luís''<br><small>[[Vitral|Vitrais]] na [[Basílica de Sacré Cœur]] de [[Montmartre]]</small>]]
Outro dos traços em que a religiosidade deste monarca se manifestou foi na aquisição da [[coroa de espinhos]] e de um fragmento da cruz da crucificação de [[Jesus Cristo]], em 1239-1241, a [[Balduíno II de Constantinopla|Balduíno II]], [[Império Latino|imperador de Constantinopla]], por {{fmtn|135000}} [[libra (moeda)|libras]]. Para estas [[relíquia]]s mandou edificar a capela [[arquitectura gótica|gótica]] de [[Sainte-Chapelle]] no coração de [[Paris]],<ref>''La Sainte Chapelle et la Conciergerie'', F. Gebelin, Paris, 1937</ref>
A compra das relíquias deve ser entendida no contexto de extremo fervor religioso que existia na [[Europa]] do século XIII. A posse destas contribuiu muito para reforçar a posição central do rei da França na cristandade ocidental, bem como para aumentar a fama de Paris, na época a maior cidade da [[Europa Ocidental]]. Na época em que as cidades e os governantes competiam pela posse de relíquias sagradas, Luís IX conseguiu colocar algumas das mais ambicionadas na sua capital. É possível ver este acto não só como devoção, mas também uma declaração política: a [[Lista de monarcas da França|monarquia francesa]] a tentar estabelecer o seu reino como a "nova Jerusalém" dos textos bíblicos.
|