Mohamed Atta: diferenças entre revisões

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{{Mais notas|biografia=sim|data=dezembro de 2019}}
{{Info/Biografia
|nome = Mohamed Atta
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|nascimento_local = [[Cafrel Xeique]], [[Egito]]
|morte_data = {{morte|11|09|2001|si}}
|morte_local = Torre Norte do [[World Trade Center]], [[Manhattan]], [[EUA]]
|nacionalidade = Egípcio
|religião = [[Islã]]
}}
'''Mohamed Atta''' ou '''Muḥammad `Aṭā as-Sayyid''' ([[Cafrel Xeique]], [[Egito]], [[1 de setembro]] de [[1968]] — [[Nova Iorque]], [[11 de setembro]] de [[2001]]) foi um dos [[terrorista]]s suicidas do [[voo 11 da American Airlines]], o primeiro avião a chocar-se contra as torres gêmeas do [[World Trade Center (1973–2001)|World Trade Center]], e o provável líder do [[Ataques de 11 de setembro de 2001|atentado de 11 de setembro de 2001]].
 
== Primeiros anos ==
Egípcio de nascença, possuía também o passaporte da [[Arábia Saudita]].<ref name="hooper">{{citar web |url=http://observer.guardian.co.uk/waronterrorism/story/0,,556630,00.html |título=The shy, caring, deadly fanatic |publicado=The Guardian |data=23 de setembro, 2001 |autor=Hooper, John}}</ref> Cresceu em uma família severa em [[Guizé]], um subúrbio de [[Cairo]].<ref name="hooper"/> O pai de Atta desejava que todos seus filhos tivessem uma boa educação. Durante a infância, passou grande parte do seu tempo em casa, estudando. Era um bom aluno e se formou em [[arquitetura]], na [[Universidade do Cairo]], em [[1990]].
 
Em 1991, um casal [[Alemanha|alemão]] da ''International Student Exchange Program'' lhe sugeriu que continuasse seus estudos em [[Hamburgo]], e lhe ofereceram hospedagem temporariamente. <ref>{{citar web|autor=Stevenson Swanson|url=http://www.madcowprod.com/chicago_tribune.htm|título=9/11 haunts hijacker's sponsors: German couple talks of living with pilot Atta|publicado=Chicago Tribune|data=7 de março de 2003|acessodata=1 de dezembro de 2007|arquivourl=https://web.archive.org/web/20071229151940/http://www.madcowprod.com/chicago_tribune.htm#|arquivodata=29 de dezembro de 2007|urlmorta=yes}}</ref> Em 1992, mudou-se para lá, e foi registrado como estudante de planejamento urbano na [[Universidade de Hamburgo]], onde permaneceu até a conclusão do curso em [[1999]].<ref>{{citar web |url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,1101011008-176917,00.html |título=Atta's Odyssey |publicado=Time |data=30 de setembro de 2001 |autor=Cloud, John}}</ref>
 
Em Hamburgo, trabalhou na tese explorando a história da paisagem urbana de [[Alepo]] e foi convidado pelo seu professor Dittmar Machule para uma visita arqueológica de três dias.<ref>{{citar web|url=http://www.abc.net.au/4corners/atta/interviews/machule.htm|título=Interview with Professor Dittmar Machule|publicado=ABC Online, 2001-10-18|acessodata=1 de dezembro de 2007|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080618213410/http://www.abc.net.au/4corners/atta/interviews/machule.htm#|arquivodata=18 de junho de 2008|urlmorta=yes}}</ref> Explorou temas gerais do conflito entre civilização árabe e a modernidade. Criticou como os modernos [[arranha-céu]]s estavam alterando o panorama urbano de Alepo. Há relatos de que trabalhou como vendedor de carros enquanto estudava em Hamburgo.<ref>{{citar web|url=http://www.vcn.bc.ca/~dastow/tst10915.txt|título=Hijackers set down roots, blended in, then attacked|data=2001-09-15}}</ref>
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== Envolvimento com a Al-Qaeda ==
De acordo com o [[FBI]], em 11 de novembro de 1998, Atta mudou-se para um apartamento na Alemanha com Said Bahaji e Ramzi Binalshibh. A "célula de Hamburgo" nasceu neste apartamento.<ref>Richard Bernstein: [http://www.nytimes.com/2002/09/10/national/10PLOT.html?ei=5070&en=81b2bc66ebffd6b4&ex=1139374800&pagewanted=print&position=top On Path to the U.S. Skies, Plot Leader Met bin Laden]. The New York Times, 2002-09-10</ref> Eles se encontravam três ou quatro vezes por semana para discutir seus sentimentos antiestadunidenses e uma trama para um possível ataque. Muitos membros da Al-Qaeda viveram neste apartamento durante alguns períodos, incluindo Marwan al-Shehhi, Zakariya Essabar, Waleed al-Shehri, e outros. Ao todo, 29 homens listaram o apartamento como seu próprio endereço durante o período que Atta o alugou. O autor intelectual de 11 de setembro, [[Khalid Sheikh Mohammed]], visitou o apartamento várias vezes.
 
No final de 1999, Atta, al-Shehhi, Jarrah, Bahaji, e Binalshibh decidiram viajar para a [[Chechênia]] para lutar contra os [[Rússia|russos]], mas foram convencidos por Khalid al-Masri e Mohamedou Ould Slahi a mudar de planos. Ao invés da Chechênia, foram ao [[Afeganistão]] para encontrar [[Osama bin Laden]] e tramar os ataques terroristas.
 
Em 29 de novembro de 1999, viajou pela Aerolíneas Turcas (''Turkish Airlines'') de Hamburgo para [[Istambul]], onde trocou de voo para [[Carachi]].<ref name="Yosri">Yosri Fouda: [http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/article656440.ece Chilling message of the 9/11 plots]. ''[[The Sunday Times (UK)|The Sunday Times]]'', 2006-10-1</ref> Ficou alguns dias para treinar no campo da Al-Qaeda em Tarnaque, perto de [[Candaar]], Afeganistão. Em sua viagem de volta, deixou Carachi em 24 de fevereiro de 2000 para Istambul onde trocou de voo para Hamburgo.<ref name="Yosri"/>
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== Nos Estados Unidos ==
Entrou pela primeira vez no território estadunidense com um passaporte dos [[Emirados Árabes Unidos]] e com [[visto]] de turista em 3 de junho de 2000. Junto com al-Shehhi, um dos membros da célula de Hamburgo, Atta e outros terroristas que haviam chegado antes nos Estados Unidos, abriram contas bancárias. Desde março já havia contactado algumas escolas de pilotagem de avião enquanto ainda estava na Alemanha, agora em solo estadunidense continuou sua busca.
 
Em julho, Atta e Marwan al-Shehhi entraram na escola ''Huffman Aviation'' em [[Venice (Flórida)|Venice]], na [[Flórida]]. Ambos ganharam seus certificados da [[Federal Aviation Administration|FAA]] em novembro. Em 5 de novembro, comprou alguns vídeos sobre pista de aterrisagem de [[Boeing 747|Boeing 747-200]] e [[Boeing 757|Boeing 757-200]] de uma loja de pilotagem em Batavia, em [[Ohio]].
 
Em 11 de dezembro, adquiriu novos vídeos sobre [[Airbus A320]] e [[Boeing 767|Boeing 767-300ER]] da mesma loja. Em 21 de dezembro, tanto Atta quanto Marwan tiveram suas licenças de pilotagem concedidas. Em 29 de dezembro, foram ao aeroporto Opa-Locka, perto de [[Miami]], e praticaram em simulador de [[Boeing 727]].
 
Atta voou à [[Espanha]] em 4 de janeiro de 2001 e retornou aos Estados Unidos no dia 10 do mesmo mês. Em 3 de abril, Atta e al-Shehhi alugaram uma caixa postal em [[Virginia Beach]], no estado da [[Virginia]]. No dia 11 do mesmo mês, ele e al-Shehhi alugaram um apartamento em [[Coral Springs]], na [[Flórida]].
 
== Controvérsia de Praga ==
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== Encontro na Espanha ==
Em 27 de junho, voou de [[Fort Lauderdale]] para [[Boston]], onde ficou por um dia, e então continuou para [[São Francisco (Califórnia)|São Francisco]], e de lá para [[Las Vegas]]. No dia 28 de junho, chegou à Las Vegas e alugou um carro, um [[Chevrolet Malibu]], da agência ''Alamo Rent A Car''. Não se sabe se ficou lá naquela noite, mas no dia 29 de junho, se registrou em um hotel em [[Las Vegas Boulevard]], onde apresentou uma carteira de membro da ''American Automobile Association'' (Associação Americana de Automóvel) para conseguir um desconto. Em julho, foi novamente à Espanha, para se encontrar com Binalshibh pela última vez. Partiu de [[Tampa (Flórida)|Tampa]] no dia 7 de julho, para [[Madri]], via [[Suíça]].
 
No dia 8 de julho, Atta retirou mil [[franco suíço|francos suíços]] de um [[caixa eletrônico]], e usou o [[cartão de crédito]] para comprar dois [[Canivete suíço|canivetes suíços]] e [[chocolate]] no aeroporto de [[Zurique]]. Chegou em Madri em 9 de julho. Ficou por cinco horas no aeroporto, e então fez seu ''check-in'' no hotel em [[Barajas (distrito)|Barajas]], próximo ao aeroporto. Ele estava acompanhado de um homem de 41 anos, registrado com o nome de Iqbal Afzal Admat. Registros no hotel indicaram que eles fizeram ligações telefônicas para Hamburgo e [[Manchester]].
 
Ainda no dia 9, alugou um [[Hyundai]] prata e dirigiu até [[Tarragona]]. Segundo investigações, os últimos preparativos foram feitos na Espanha, em uma reunião próxima a Tarragona, entre Atta, Waleed al-Shehri, Binalshibh, e outros três militantes [[Islã|islâmicos]]. Atta chegou a Madri procedente de Miami em 7 de julho de 2001, e partiu da Espanha rumo a Flórida em 19 de julho.
 
== Os ataques ==
{{APArtigo principal|Ataques de 11 de setembro}}
[[imagemImagem:Atta in airport.jpg|thumb|Mohamed Atta (à dir.) e [[Abdulaziz al-Omari]] (ao centro) passando pela [[máquina de raio-x]] do Aeroporto Internacional de [[Portland (Maine)|Portland]] ([[Maine]]), pouco antes de embarcarem para o [[Aeroporto Internacional de Boston]], de onde tomariam o [[Voo 11 da American Airlines|Voo American Airlines 11]] rumo à [[Nova Iorque]]]]
 
No dia 10 de setembro, Mohamed Atta pegou al-Omari no Hotel Milner de [[Boston]], e ambos foram em um [[Nissan]] alugado por Atta para o hotel Comfort Inn, em [[Portland (Oregon)|Portland]], onde chegaram às 5h43 da madrugada, somente para pegar o voo de volta a Boston na manhã seguinte. Os dois fizeram dois saques em caixa eletrônicos.{{careceCarece de fontes|biografia=sim|data=setembro de 2021}} Na manhã de 11 de setembro, dirigiram até o Aeroporto de Portland e pegaram um voo das 6h00 da manhã para o Aeroporto Internacional Logan, em Boston. Chegaram em Boston às 6h50 da manhã. No Aeroporto Logan, pegaram o voo 11 da [[American Airlines]]. Às 7h59 da manhã, o voo decolou de Boston com destino a [[Nova Iorque]], levando 81 passageiros. O [[transponder]] foi desligado às 8h28 [https://web.archive.org/web/20040815161014/http://abcnews.go.com/sections/us/DailyNews/wtc_ticktock010914.html]
 
Acredita-se que Atta tenha sido o piloto do avião quando este chocou com a torre norte do [[World Trade Center (1973–2001)|World Trade Center]], às 8h46 da manhã, hora local de Nova Iorque.
 
== Motivação ==
Existem razões multifatoriais que esclarecem o comportamento de Atta e sua motivação. O psicólogo político Jerrold Post, sugere que ele e os outros sequestradores estavam apenas seguido as ordens da liderança da Al Qaeda, "e que tudo que seu líder carismático e destrutivo Osama Bin Laden disse, foi a coisa certa a ser direta para que fizessem [o ato]".<ref>Weaver, Carolyn. (October 6, 2004). [http://www.militaryinfo.com/news_story.cfm?textnewsid=2149 “New video shows 9/11 hijackers Mohammed Atta, Ziad Jarrah at Al-Qaida meeting.”] {{Wayback|url=http://www.militaryinfo.com/news_story.cfm?textnewsid=2149# |date=20110929172646 }} Voice of America News.</ref> Por outro lado, o cientista político Robert Pape sugeriu que foi motivado pela causa política, e que era psicologicamente normal, bem como que "facilmente não poderia ser caracterizado como depressivo, que não poderia aproveitar a vida, e não era distante dos amigos e da sociedade".<ref>Pape, Robert. (2005). ''Dying to Win: The Strategic Logic of Suicide Terrorism'', Nova Iorque: Random House, p. 220</ref> No entanto, o professor de justiça criminal, Adam Lankford, encontrou evidências de que Atta era clinicamente suicida, e que seus problemas com isolamento, depressão, culpa, vergonha, desespero, e fúria, eram extremamente semelhantes em comparação com aqueles que cometem o suicídio e homicídio. Por esse ponto de vista, as crenças políticas e religiosas afetaram seu método de suicídio e sua escolha de um alvo, mas não eram essas as causas que justificam seu comportamento.<ref>Lankford, Adam. (2013). The Myth of Martyrdom: What Really Drives Suicide Bombers, Rampage Shooters, and Other Self-Destructive Killers. ISBN 978-0-23-034213-2</ref>
 
{{referênciasReferências}}
 
== Ver também ==
Linha 69:
 
{{Sequestradores do 11 de setembro}}
 
{{Portal3|Biografias}}
 
{{DEFAULTSORT:Atta, Mohamed}}