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'''Cabo Verde''', oficialmente '''República de Cabo Verde''', é um [[país insular]] localizado em um [[arquipélago]] no [[Oceano Atlântico]] central, consistindo de dez [[Ilha elevada (geologia)|ilhas vulcânicas]] com uma área de terra combinada de cerca de 4.033 km².<ref name="NameNatGeo2">{{cite magazine |ultimo=Basu |primeiro=Tanya |url=http://news.nationalgeographic.com/news/2013/12/131212-maps-cabo-verde-cartography-science-cape-verde-africa/ |title=Cape Verde Gets New Name: 5 Things to Know About How Maps Change |date=12.12.2013 |acessodata=04.10.2021 |website=National Geographic |author= |archive-url=https://web.archive.org/web/20131213044150/http://news.nationalgeographic.com/news/2013/12/131212-maps-cabo-verde-cartography-science-cape-verde-africa/ |archive-date=13.12.2013}}</ref> Essas ilhas ficam entre 600 a 850 km a oeste da península [[Senegal|senegalesa]] do [[Cabo Verde (cabo)|Cabo Verde]], situada no ponto mais ocidental da África continental. As ilhas de Cabo Verde fazem parte da ecorregião da [[Macaronésia]], juntamente com os [[Açores]], as [[Canárias|Ilhas Canárias]], a [[Madeira (região autónoma)|Madeira]] e as [[Ilhas Selvagens]].
'''Cabo Verde''', oficialmente '''República de Cabo Verde''', é um [[país insular]] localizado num arquipélago formado por [[Divisão administrativa de Cabo Verde|dez ilhas vulcânicas]] na região central do [[Oceano Atlântico]]. A cerca de 570 quilómetros da costa da [[África Ocidental]], as ilhas cobrem uma área total de pouco mais de 4 000 quilómetros quadrados.
 
O arquipélago de Cabo Verde ficou desabitado até ao século XV, altura em que exploradores [[Império Português|portugueses]] descobriram e [[Colónia|colonizaram]] as ilhas, estabelecendo assim o primeiro povoamento europeu nos trópicos. Uma vez que as ilhas de Cabo Verde estavam localizadas em uma localização conveniente para desempenhar um papel no [[comércio de escravos no Atlântico]], Cabo Verde tornou-se economicamente próspero durante os séculos XVI e XVII, atraindo mercadores, [[Corsário|corsários]] e [[Pirata|piratas]]. O arquipélago declinou economicamente no século XIX devido à supressão do comércio de escravos no Atlântico, e muitos de seus habitantes emigraram durante esse período. No entanto, a economia cabo-verdiana se recuperou gradualmente, tornando-se um importante centro comercial e um ponto de escala útil ao longo das principais rotas de navegação. Em 1951, Cabo Verde foi incorporado como departamento ultramarino de [[Portugal]], mas os seus habitantes continuaram a campanha pela independência, que alcançaram em 1975.<ref>{{citar web |url=https://2009-2017.state.gov/r/pa/ei/bgn/2835.htm |titulo=Cape Verde background note |data=Julho de 2008 |website=Departamento de Estado dos Estados Unidos |lingua=en}}</ref>
Os [[Descobrimentos portugueses|exploradores portugueses]] descobriram e colonizaram as ilhas desabitadas no século XV, o primeiro assentamento europeu nos [[trópicos]]. Idealmente localizado para o [[comércio de escravos]] no Atlântico, o arquipélago prosperou e muitas vezes chegou a atrair [[corsário]]s e [[pirata]]s, entre eles [[Sir Francis Drake]], na década de 1580. As ilhas também foram visitadas pela expedição de [[Charles Darwin]] em 1832.
 
Desde o início da década de 1990, Cabo Verde tem sido uma [[democracia representativa]] estável e continua a ser um dos países mais desenvolvidos e democráticos de África. Na falta de recursos naturais, sua economia em desenvolvimento é principalmente orientada para os serviços, com um foco crescente no [[turismo]] e no investimento estrangeiro. Sua população de cerca de 550.000 habitantes (em meados de 2019) é majoritariamente de herança mista [[África|africana]] e [[Europa|europeia]], e predominantemente [[Igreja Católica|católica romana]], refletindo o legado do domínio português. Existe uma comunidade considerável da diáspora cabo-verdiana em todo o mundo, especialmente nos [[Estados Unidos]] e em [[Portugal]], com um número consideravelmente superior de habitantes nas ilhas. Cabo Verde é um estado membro da [[União Africana]], das [[Organização das Nações Unidas|Nações Unidas]] e um membro-fundador da [[Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]].
O arquipélago foi ocupado e, conforme a colónia cresceu em importância entre as principais rotas de navegação entre [[Europa]], [[África]] e [[América]], a população aumentou de forma constante. No momento da sua independência de Portugal, em 1975, os cabo-verdianos emigraram para todo o mundo, de tal forma que a população no século XX com mais de meio milhão de pessoas nas ilhas é igualada pela [[diáspora]] cabo-verdiana na Europa, na [[América]] e na [[África]].
 
A economia cabo-verdiana centra-se principalmente no crescente turismo e em investimentos estrangeiros, que se beneficiam do clima quente o ano todo, da paisagem diversificada e da riqueza cultural, especialmente na música. Historicamente, o nome "Cabo Verde" tem sido usado para se referir ao arquipélago e, desde a independência, em 1975, ao país.
 
== Etimologia ==
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Com o processo de formação nacional, muito cedo a máquina administrativa foi sendo assegurada pelos nascidos em Cabo Verde, ou pelos que já tinham grande identificação com a colónia, com excepção aos cargos elevados como governadores, chefes militares etc., ainda reservados aos representantes da soberania de Portugal. Esta "auto-suficiência" administrativa de Cabo Verde estava associada a uma escolarização relativamente desenvolvida e à existência de uma imprensa mais ou menos dinâmica introduzida por Portugal, que contribuíram para o surgimento de uma elite intelectual e burocrática. Esta começou, no século XX, a discutir cada vez mais a questão da independência, gerando um clima de atrito com os representantes da metrópole. Os leitores que acompanhavam a imprensa oficial entendiam que se devia lutar pela independência ou, pelo menos, por uma autonomia honrosa.<ref name="História de Cabo Verde" />
 
O processo de independência Cabo-Verdiana esteve sempre ligada a [[Guiné-Bissau]], na altura também uma colónia Portuguesa. Em 1956, partidários pela independência de ambos os países formaram o [[Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde]] (PAIGC), estando entre os fundadores vários Cabo-Verdianos radicados em Guiné-Bissau, tais como [[Amílcar Cabral]] (líder do movimento até à sua morte em 1973) [[Aristides Maria Pereira|Aristides Pereira]], e [[Luís Cabral]]. O PAIGC tinha como objectivo a lutar contra o que chamavam de "deplorável política ultramarina portuguesa"<ref name="História de Cabo Verde" />, e eventualmente unir as duas colónias num único sistema político. Ao contrário do que aconteceu em Guiné-Bissau, nunca foram realizadas atividades de guerrilha no território de Cabo Verde. Apesar de o PAIGC ter organizado uma estrutura clandestina nas ilhas, problemas de logística, controlo apertado da [[Polícia Internacional e de Defesa do Estado|PIDE]], uma seca prelongada, e a falha do previsto apoio [[Cuba|Cubano]] tornaram impossível uma maior presença do movimento em Cabo Verde.<ref name=":0">{{Citar web |url=https://media.rtp.pt/descolonizacaoportuguesa/pecas/cabo-verde-5-de-julho-de-1975/ |titulo=Cabo Verde - 5 de julho de 1975 |acessodata=2021-08-28 |website=Descolonização Portuguesa |lingua=pt-PT}}</ref>
 
Com a [[Estado Novo (Portugal)|ditadura Salazarista]] a [[Revolução de 25 de Abril de 1974|25 de Abril de 1974]], foi criada em Cabo Verde a Frente Ampla Nacional e Anticolonial, tendo como objectivo unir os diferentes nacionalistas Cabo-Verdianos numa única organização. Ao mesmo tempo, ocorreram manifestações pela libertação de prisioneiros políticos encarcerados no [[Campo de Concentração do Tarrafal|campo de concentração do Tarrafal]], e o PAIGC começou a enviar os primeiros guerrilheiros para as ilhas.<ref name=":0" />