Carnaval: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m →‎Brasil: No século XV o Brasil ainda não era uma colônia. Mesmo que a sua descoberta pelos portugueses date de 1500, que tecnicamente ainda é o século XV, o grosso da colonização portuguesa (no sentido da presença física de portugueses nesse território) começaria uma geração depois, por volta de 1530, e não no ano 1500, com a vinda de Cabral, pelo que duvido muito que já naquele ano fosse realmente razoável falar de verdadeira festa e muito menos de tradição, com relação ao entrudo da época.
m Foram revertidas as edições de RichardAerts01 para a última revisão de Cadnero, de 17h08min de 17 de julho de 2021 (UTC)
Etiqueta: Reversão
Linha 83:
Enquanto desfiles medievais e festivais como [[Corpus Christi]] eram sancionados pela Igreja, o Carnaval também era uma manifestação da cultura folclórica medieval. Muitos costumes locais do Carnaval podem derivar de rituais pré-cristãos locais, tais como os ritos elaborados que envolvem figuras mascaradas no [[Fastnacht]] germânico. No entanto, evidências ainda são insuficientes para estabelecer uma origem direta da [[Saturnália]] ou outras festas antigas com o Carnaval. Não existem relatos completos de saturnais e as características da festa, como reviravoltas de papéis sociais, igualdade social temporária, máscaras e rompimento de regras permitidas, não constituem necessariamente aspectos coerentes com esses festivais. Essas semelhanças podem representar um reservatório de recursos culturais que podem incorporar múltiplos significados e funções. Por exemplo, a [[Páscoa]] começa com a [[ressurreição de Jesus]], seguida por um período liminar que termina com o renascimento. O Carnaval inverte isto com o "Rei Carnaval", que ganha vida e um período liminar que segue antes de sua morte. Ambas as festas são calculadas pelo [[calendário lunar]]. Tanto Jesus quanto o "Rei Carnaval" podem ser vistos como figuras expiadoras que fazem um presente ao povo com suas mortes. No caso de Jesus, o dom é a [[vida eterna]] no céu, e no caso do Rei Carnaval, o reconhecimento de que a morte é uma parte necessária do ciclo da vida.<ref>Erickson, Brad. 2008. ''Sensory Politics: Catalan Ritual and the New Immigration''. [[University of California at Berkeley]].</ref> Além do [[Antijudaísmo#História do antijudaísmo cristão|antijudaísmo cristão]], as semelhanças entre rituais e imagens da Igreja e do Carnaval sugerem uma raiz comum. A [[paixão de Cristo]] é [[Grotesco|grotesca]]: desde o [[Cristianismo primitivo|início do cristianismo]], Cristo é considerado vítima de [[Julgamento de Jesus no Sinédrio|um julgamento sumário]] e é torturado e executado por [[Roma Antiga|romanos]] diante de uma multidão judaica ("Seu sangue está sobre nós e sobre nossos filhos!" Mateus 27: 24-25 ). As procissões da [[Semana Santa]] na [[Espanha]] incluem multidões que insultam vociferamente a figura de Jesus. A irreverência, a paródia, a degradação e o riso em uma efígie tragicômica de Deus podem ser vistos como intensificações da ordem sagrada. Em 1466, a Igreja Católica sob o [[Papa]] [[Paulo II]] reviveu os costumes do carnaval de Saturnália: os [[judeus]] foram forçados a correr nus pelas ruas da cidade de [[Roma]]. "Antes de correrem, os judeus eram ricamente alimentados, de modo a tornar a corrida mais difícil para eles e ao mesmo tempo mais divertida para os espectadores. Eles correram ... entre os gritos sarcásticos e risadas de Roma, enquanto o [[Santo Padre]] estava sobre um balcão ricamente ornamentado enquanto ria de coração", relata uma testemunha ocular.<ref name="DIKertzer">{{citar livro|último1 =Kertzer|primeiro1 =David I.|título=The Popes Against the Jews: The Vatican's Role in the Rise of Modern Anti-Semitism|data=2001|publicado=Alfred A. Knopf|local=New York|página=74| isbn=978-0375406232| url=http://www.simpletoremember.com/vitals/Christmas_TheRealStory.htm#_ftnref5|acessodata=8 de fevereiro de 2016}}</ref>{{rp|74}}
 
Algumas das tradições mais conhecidas, incluindo desfiles e máscaras, foram registradas pela primeira vez na [[Itália]] medieval. O [[Carnaval de Veneza]] foi, durante muito tempo, o Carnaval mais famoso (embora [[Napoleão]] tenha abolido a festa em 1797 e só em 1979 a antiga tradição restaurada tenha sido restaurada). Da Itália, as tradições do Carnaval se espalharam para [[Espanha]], [[Portugal]] e [[França]], e da França para a [[Nova França]] na [[América do Norte]]. De Espanha e Portugal, se espalhou com a colonização para o [[Caribe]] e a [[América Latina]]. No início do século XIX na [[Renânia]] alemã e [[Países Baixos do Sul]], a tradição medieval enfraquecida também foi revivida. Continuamente nos séculos XVIII e XIX, como parte dos abusos cometidos contra judeus na Saturnalia em Roma, [[rabino]]s de [[Judiaria|guetos]] eram forçados a marchar através das ruas da cidade usando trajes ridículos, sendo expostos à multidão. Uma petição da comunidade judaica de Roma enviada em 1836 ao Papa [[Gregório XVI]] para parar com os abusos anuais saturnalistas obteve uma negação: "Não é oportuno fazer qualquer inovação".<ref name="DIKertzer"/>{{rp|33,74–75}} Na Renânia em 1823, o primeiro desfile de Carnaval moderno ocorreu em [[Colônia (Alemanha)|Colônia]].<ref>{{citar web| url=http://www.koelner-karneval.info/Dreigestirn/Dreigestirn.htm|título=Das Kölner Dreigestirn|obra=koelner-karneval.info}}</ref>
 
== Data ==
Linha 126:
{{Artigo principal|Carnaval no Brasil}}
{{Vertambém|Carnaval do Rio de Janeiro|Carnaval Recife–Olinda|Carnaval de Salvador|Carnaval de São Paulo}}
O [[Carnaval do Brasil]] é uma parte importante da [[cultura brasileira]]. É às vezes referida pelos brasileiros como o "Maior Espetáculo na Terra". A primeira verdadeira expressão carnavalesca desta festa brasileira, oficialmente reconhecida pelos historiadores brasileiros, ocorreu através dos [[entrudo]]s desde o século XVIXV em todo o território da [[Colônia do Brasil]].<ref name="educacao.uol.com.br">{{citar web |url=http://educacao.uol.com.br/cultura-brasileira/carnaval---historia-igreja-reconheceu-a-festa-em-590-dc.jhtm |publicado=[[Universo Online]] |autor= |título=História do Carnaval: Igreja reconheceu a festa em 590 d.C. |data= |acessodata= }}</ref>
 
O [[Carnaval do Rio de Janeiro|carnaval de rua do Rio de Janeiro]] é designado pela Guinness World Records como o maior carnaval do mundo, com aproximadamente dois milhões de pessoas por dia.<ref name="Guiness"/> As escolas de samba são grandes, entidades sociais com milhares de membros e um tema para sua música e desfile a cada ano. No Carnaval do Rio, as escolas de samba desfilaram no [[Sambódromo do Rio de Janeiro]]. Algumas das mais famosas incluem [[GRES Estação Primeira de Mangueira]], [[GRES Portela]], [[GRES Imperatriz Leopoldinense]], [[GRES Beija-Flor de Nilópolis]], [[GRES Mocidade Independente de Padre Miguel]] e, recentemente, [[GRES Unidos da Tijuca]] e [[GRES União da Ilha do Governador]]. Os turistas locais pagam 500-950 dólares, dependendo do traje, para comprar um traje de samba e dançar no desfile. Cerca de 30 escolas no Rio reúnem centenas de milhares de participantes. Os [[blocos de carnaval]] são pequenos grupos informais com um tema definido em seu samba, geralmente satirizando a situação política. Mais de 440 blocos operam no Rio. Bandas são bandas musicais de samba, também chamadas de "bandas de carnaval de rua", geralmente formadas dentro de um único bairro ou fundo musical. A cadeia da indústria de Carnaval acumulou em 2012 quase 1 bilhão de dólares em receita.<ref>{{citar web| url=http://www.marketwatch.com/story/rios-carnival-not-just-a-local-party-anymore-2012-02-13?pagenumber=1|título=Rio's Carnival: Not just a local party anymore|autor =Sarah de Sainte Croix|obra=MarketWatch}}</ref>