Póvoa de Varzim: diferenças entre revisões

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{{AP|[[Demografia da Póvoa de Varzim]]}}
Um habitante da Póvoa de Varzim é conhecido por ''Poveiro''. De acordo com o Censo de 2001, existiam 63 470 habitantes nesse ano, sendo que 38 848 (61,2%) dos quais viviam na cidade. O número sobe para 100 000 quando se considera áreas-satélite envolventes.<ref name="urb" /> A população de todo o município cresceu apenas 1% entre [[1981]] e [[1991]], acelerando para 15,8% entre 1991 e 2001. No mesmo período, a população urbana cresceu 23%, com o número de famílias a aumentarem bastante, cerca de 44,5%. As maiores comunidades imigrantes são os [[Ucrânia|ucranianos]], [[brasil]]eiros, [[china|chineses]], [[Rússia|russos]] e [[angola]]nos.<ref>{{cite journal
 
A área urbana tem uma densidade populacional de 3035 hab./km², enquanto a rural tem uma densidade de 355,5 hab./km². As áreas rurais mais afastadas da cidade tendem a ser muito pouco povoadas, tornando-se mais densas quanto mais próximas desta. Durante o Verão a população residente na cidade triplica; este movimento sazonal proveniente de cidades vizinhas é motivado pela praia e 29,9% das casas tinham uso sazonal em 2001, o mais alto do Grande Porto.<ref name="MOV" />
 
Segundo o Plano de Urbanização, a cidade propriamente dita terá uma população de 46 170 habitantes em 2011, o que representa um aumento de quase 19%. A população continuará predominantemente jovem (17,5%) se bem que a população idosa irá crescer para 14,2%. A Póvoa de Varzim é a cidade mais jovem do Grande Porto, com uma taxa de natalidade de 13,665 e de mortalidade de 8,330.<ref name="GAMP">INE (2005), ''Grande Área Metropolitana do Porto — Porto Metropolitan Area'', Lisboa</ref>
 
[[imagem:Rusgas spedro.JPG|thumb|260px|left|Um grupo heterogéneo de poveiros durante as festas de São Pedro de 2006.]]
Devido à prática da endogamia e ao sistema de castas, a comunidade piscatória da Póvoa conseguiu manter as suas características étnicas; no início do século XX, antropólogos classificaram a população local como sendo uma comunidade semito-normanda, isto é, composta por descendentes de [[fenício]]s e [[viking]]s. Numa pesquisa publicada em «''O poveiro''» em [[1908]], Fonseca Cardoso considerou que um elemento antropológico dolicocéfalo, de nariz aquilino, era de origem semito-fenícia.<ref>{{cite book|author=Fonseca Cardoso|title=O Poveiro|publisher=Portugália, t. II. Porto|year=1908}}</ref> Dados antropológicos e culturais indicam a colonização de pescadores [[escandinávia|nórdicos]] durante a fase do repovoamento do litoral.<ref name="celtiberia" /> No livro ''The Races of Europe'', os poveiros nativos eram relatados como sendo ligeiramente mais loiros que o comum, tendo caras largas de origem desconhecida e queixos robustos.<ref>{{cite book|author=Carleton Stevens Coon|title=The Races of Europe|pages=Chapter XI, section 15|year=1939}}</ref> Outros colonos de destaque são o povo castrejo (de origem mista [[celta]] e pré-celta), os romanos e os [[suevos]]. A população manteve-se heterogénea durante séculos: o homem do litoral era pescador, loiro ou ruivo e corpulento, o do interior era agricultor e de carácter galego (português típico do norte), de menor estatura e de cabelo castanho.
 
Os poveiros emigraram para outros locais e isto atenuou o crescimento populacional. De notar que os poveiros tendiam a formar associações próprias nos países de acolhimento, existindo casas de poveiros no Brasil ([[Rio de Janeiro]] e [[São Paulo]]), [[Germiston]] na [[África do Sul]] e [[Toronto]] no [[Canadá]]. No Rio de Janeiro, a comunidade era conhecida por não querer pessoas de outras origens, inclusive portugueses nascidos em outras localidades, dentro da sua comunidade. Durante a emigração no [[século XX]], muitos poveiros emigrados no Brasil regressaram, muitas vezes por recusarem perder a nacionalidade portuguesa.<ref>{{cite book|author=Lima Barreto|title=[http://virtualbooks.terra.com.br/freebook/port/download/Marginalia.pdf Marginália - A Questão dos "Poveiros"]|publisher=Virtual Books, Pará de Minas - MG|year=2000}}</ref> Devido a movimentações nas classes piscatórias, as [[Caxinas]] e [[Poça da Barca]] em [[Vila do Conde]] e a áreas piscatórias de [[Esposende]] e [[Matosinhos]] sofrem uma forte influência cultural poveira. E, nos dias de hoje, o fluxo migratório é inverso, com uma comunidade crescente de [[Ucrânia|ucranianos]], [[brasil]]eiros (nacionais), [[china|chineses]], [[Rússia|russos]] e [[angola]]nos.<ref>{{cite journal
| last = Teixeira Marques
| first = Ângelo
| title = Câmara da Póvoa cria gabinete da migração
| journal = Público
| date = February 14, 2007}}</ref>
 
Em 2005, num estudo publicado pelo Jornal ''[[Expresso (Portugal)|Expresso]]'', o município da Póvoa de Varzim foi considerado como o sétimo município português mais desenvolvido, em termos deA qualidade de vida, e como o mais desenvolvido no [[distrito do Porto]]. O jornal ''Primeiro de Janeiro'' laureou a Póvoa na mesma altura como o "município do futuro" do distrito do Porto devido a campos como ambiente, património cultural, música, desporto e eventos literários. Aliado à vida na cidade, o desenvolvimento de infra-estruturas tais como o metro ligeiro e o aperfeiçoamento da rede viária, achando-se a cidade a cerca de 15 minutos do Porto e [[Braga]], tem levado à fixação de pessoas de cidades vizinhas, nomeadamente do Porto, Braga, [[Guimarães]] e Famalicão e à ascensão do sector imobiliário que poderá, segundo uma empresa do ramo, duplicar a população residente a médio prazo.<ref>{{cite journal
| last = Santos, Angélica
| first = e Pinto, Miguel
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| journal = Póvoa Semanário
| date = 18 de Abril, 2007}}</ref>
 
A área urbana tem uma densidade populacional de 3035 hab./km², enquanto a rural tem uma densidade de 355,5 hab./km². As áreas rurais mais afastadas da cidade tendem a ser muito pouco povoadas, tornando-se mais densas quanto mais próximas desta. Durante o Verão a população residente na cidade triplica; este movimento sazonal proveniente de cidades vizinhas é motivado pela praia e 29,9% das casas tinham uso sazonal em 2001, o mais alto do Grande Porto.<ref name="MOV" /> A Póvoa de Varzim é a cidade mais jovem do Grande Porto, com uma taxa de natalidade de 13,665 e de mortalidade de 8,330.<ref name="GAMP">INE (2005), ''Grande Área Metropolitana do Porto — Porto Metropolitan Area'', Lisboa</ref>
 
[[imagem:Rusgas spedro.JPG|thumb|260px|left|Um grupo heterogéneo de poveiros durante as festas de São Pedro de 2006.]]
Devido à prática da endogamia e ao sistema de castas, a comunidade piscatória da Póvoa conseguiu manter as suas características étnicas; no início do século XX, antropólogos classificaram a população local como sendo uma comunidade semito-normanda, isto é, composta por descendentes de [[fenício]]s e [[viking]]s. Numa pesquisa publicada em «''O poveiro''» em [[1908]], Fonseca Cardoso considerou que um elemento antropológico dolicocéfalo, de nariz aquilino, era de origem semito-fenícia.<ref>{{cite book|author=Fonseca Cardoso|title=O Poveiro|publisher=Portugália, t. II. Porto|year=1908}}</ref> Dados antropológicos e culturais indicam a colonização de pescadores [[escandinávia|nórdicos]] durante a fase do repovoamento do litoral.<ref name="celtiberia" /> No livro ''The Races of Europe'', os poveiros nativos eram relatados como sendo ligeiramente mais loiros que o comum, tendo caras largas de origem desconhecida e queixos robustos.<ref>{{cite book|author=Carleton Stevens Coon|title=The Races of Europe|pages=Chapter XI, section 15|year=1939}}</ref> Por outro lado, a população do interior era agrícola e de carácter galego (português típico do norte), de menor estatura e de cabelo mais escuro. Outros colonos de destaque são o povo castrejo (de origem mista [[celta]] e pré-celta), os romanos e os [[suevos]]. A população manteve-se heterogénea durante séculos: o homem do litoral era pescador, loiro ou ruivo e corpulento, o do interior era agricultor e de carácter galego (português típico do norte), de menor estatura e de cabelo castanho.
 
Os poveiros emigraram para outros locais e isto atenuou o crescimento populacional. De notar que os poveiros tendiam a formar associações próprias nos países de acolhimento, existindo casas de poveiros no Brasil ([[Rio de Janeiro]] e [[São Paulo]]), [[Germiston]] na [[África do Sul]] e [[Toronto]] no [[Canadá]]. No Rio de Janeiro, a comunidade era conhecida por não querer pessoas de outras origens, inclusive portugueses nascidos em outras localidades, dentro da sua comunidade. Durante a emigração no [[século XX]], muitos poveiros emigrados no Brasil regressaram, muitas vezes por recusarem perder a nacionalidade portuguesa.<ref>{{cite book|author=Lima Barreto|title=[http://virtualbooks.terra.com.br/freebook/port/download/Marginalia.pdf Marginália - A Questão dos "Poveiros"]|publisher=Virtual Books, Pará de Minas - MG|year=2000}}</ref> Devido a movimentações nas classes piscatórias, as [[Caxinas]] e [[Poça da Barca]] em [[Vila do Conde]] e aas áreas piscatórias de [[Esposende]] e [[Matosinhos]] sofrem uma forte influência cultural poveira. E, nos dias de hoje, o fluxo migratório é inverso, com uma comunidade crescente de [[Ucrânia|ucranianos]], [[brasil]]eiros (nacionais), [[china|chineses]], [[Rússia|russos]] e [[angola]]nos.<ref>{{cite journal
 
Em 2005, num estudo publicado pelo Jornal ''[[Expresso (Portugal)|Expresso]]'', o município da Póvoa de Varzim foi considerado como o sétimo município português mais desenvolvido, em termos de qualidade de vida, e como o mais desenvolvido no [[distrito do Porto]]. O jornal ''Primeiro de Janeiro'' laureou a Póvoa na mesma altura como o "município do futuro" do distrito do Porto devido a campos como ambiente, património cultural, música, desporto e eventos literários.
 
==Cultura==