Estação Ferroviária de Moura: diferenças entre revisões

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==História==
===Planeamento, inauguração e inauguraçãoprimeiros anos===
Originalmente, o ramal que saía de [[estação de Beja|Beja]] não incluía a passagem por Moura, tendo sido planeado como uma linha internacional até [[Huelva]], passando por [[Pias (Serpa)|Pias]] e [[Paymogo]].<ref name=Gazeta954/> Porém, em 1902 foi decretadopublicado o Plano Geral da Rede Ferroviária, que modificou o traçado deste ramal, então conhecido como Linha do Sueste, de forma a girar para Norte em Pias e terminar em Moura.<ref name=Gazeta954/> Em Moura terminaria igualmente a Linha do Guadiana, que sairia de [[estação de Évora|Évora]] e passaria por [[Reguengos de Monsaraz]] e [[Mourão]], criando desta forma uma rede circular entre as duas capitais alentejanas.<ref name=Gazeta954>{{Citar jornal|autor=SOUSA, José Fernando de|autorlink=José Fernando de Sousa|titulo=As nossas linhas ferroviárias internacionais e as linhas de Salamanca à fronteira portuguesa|pagina=266-270|data=16 de Setembro de 1927|jornal= Gazeta dos Caminhos de Ferro|volume=Ano 40|numero=954|local=Lisboa|via=Hemeroteca Digital de Lisboa|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1927/N954N954_master/GazetaCFN954.pdf|acessodata=17 de Junho de 2018}}</ref>
 
Em 3 de Maio de 1902, a Direcção do Sul e Sueste dos [[Caminhos de Ferro do Estado]] marcou para o dia 31 desse mês o concurso para a construção da estação de Moura, com a correspondente retrete e fossa.<ref>{{Citar jornal|pagina=155-156|titulo=Arrematações|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro|volume=Ano 15|numero=346|data=16 de Maio de 1902|local=Lisboa|via=Hemeroteca Digital de Lisboa|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1902/N346/N346_master/GazetaCFN346.pdf|acessodata=17 de Junho de 2018}}</ref> Entretanto, em 30 de Maio foi marcado para o mês seguinte o concurso para construir um prédio para habitação do pessoal na estação de Moura.<ref>{{Citar jornal|pagina=188-189|titulo=Arrematações|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro|volume=Ano 15|numero=348|data=16 de Junho de 1902|local=Lisboa|via=Hemeroteca Digital de Lisboa|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1902/N348/N348_master/GazetaCFN348.pdf|acessodata=17 de Junho de 2018}}</ref> Em 16 de Dezembro desse ano, a [[Gazeta dos Caminhos de Ferro]] noticiou que iria ser em breve inspeccionado o lanço entre [[Estação de Pias|Pias]] e Moura, prevendo-se que iria entrar ao serviço em 27 de Dezembro desse ano.<ref name=Gazeta360/> O projecto para este troço, datado de 11 de Novembro de 1899 e aprovado por uma portaria de 23 de Abril de 1900, foi elaborado pelo condutor Effigenio Antonio, tendo a sua construção sido autorizada por uma portaria de 15 de Junho do mesmo ano.<ref name=Gazeta360/> Incluiu desde logo a gare de Moura, de segunda classe, com um cais coberto e outro descoberto, um edifício para cocheira para carruagens, armazenamento de madeiras e habitação do pessoal, e uma ponte de inversão para locomotivas.<ref name=Gazeta360/> Para a construção da estação, a câmara de Moura doou as expropriações, e ofereceu a quantia de 1:000.000$000 Réis, para a qual contraiu um empréstimo.<ref name=Gazeta360/> O engenheiro Magalhães Braga, que estava a dirigir as obras, alterou o traçado original do ramal, de forma a aproximar a estação da vila, e alongou o alinhamento da via no local em que seria instalada.<ref name=Gazeta360/> Nessa altura, as obras da estação de Moura ainda não estavam concluídas, mas considerou-se que devido à proximidade da vila, o ramal podia entrar ao serviço na data prevista.<ref name=Gazeta360>{{Citar jornal|pagina=381-384|titulo=Parte Official|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro|volume=Ano 15|numero=360|local=Lisboa|data=16 de Dezembro de 1902|via=Hemeroteca Digital de Lisboa|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1902/N360/N360_master/GazetaCFN360.pdf|acessodata=16 de Maio de 2017}}</ref>
 
Como estava previsto, o lanço entre Pias e Moura entrou ao serviço em 27 de Dezembro de 1902.<ref>{{Citar jornal|autor=TORRES, Carlos Manitto|autorlink=Carlos Manitto Torres|pagina=75-78|titulo=A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário|data=1 de Fevereiro de 1958|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro|volume=Ano 70|numero=1683|local=Lisboa|via=Hemeroteca Digital de Lisboa|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1958/N1683/N1683_master/GazetaCFN1683.pdf|acessodata=27 de Janeiro de 2014}}</ref>
 
===Década de 1910===
Em 1913, a estação de Moura era servida por carreiras de diligências até [[Safara]], [[Amareleja]] e [[Sobral da Adiça]].<ref>{{Citar jornal|pagina=152-155|titulo=Serviço de Diligencias|jornal=Guia official dos caminhos de ferro de Portugal|volume=Via 39|numero=168|data=Outubro de 1913|local=Lisboa|via=Biblioteca Digital de Portugal|url=http://purl.pt/276|acessodata=15 de Fevereiro de 2018}}</ref>
 
[[Imagem:Estação de Moura (26393975849).jpg|thumb|Estação de Moura em 1986]]
===Encerramento===
Nos finais da década de 1980, a operadora [[Caminhos de Ferro Portugueses]] ponderou o encerramento do ramal, medida que foi justificada pela necessidade de reduzir as despesas.<ref name=DL22729/> Porém, esta decisão não foi bem aceite pela população, e em 1 de Agosto de 1988 a União dos Sindicatos de Beja organizou uma manifestação em frente à estação de Moura, que reuniu algumas centenas de pessoas.<ref name=DL22729/> Foi aprovada uma moção, assinada igualmente por vários autarcas no distrito de Beja, onde se exigiu ao conselho de administração da empresa para não encerrar o tráfego ferroviário até Moura.<ref name=DL22729/> Esta moção foi depois apresentada à delegação local da operadora e ao Governador Civil de Beja, [[Branco Malveiro]].<ref name=DL22729/> Nessa altura, a linha férrea assumia uma grande importância como escoamento das sementes de trigo e cevada produzidas da margem oriental do [[Rio Guadiana]], que eram armazenadas em Moura e depois transportadas por caminho de ferro até Beja.<ref name=DL22729>{{citar jornal|pagina=28|titulo=Protestos contra encerramento do ramal de Moura|jornal=Diário de Lisboa|numero=22729|data=2 de Agosto de 1988|volume=Ano 68|local=Lisboa|publicado=Renascença Gráfica|via=Casa Comum / Fundação Mário Soares|url=http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06887.204.31212#!28|acessodata=17 de Fevereiro de 2022}}</ref>
O Ramal de Moura foi encerrado em 2 de Janeiro de 1990, no âmbito de um programa de reestruturação da empresa [[Caminhos de Ferro Portugueses]].<ref>{{citar jornal|pagina=17|titulo=CP encerra nove troços ferroviários|jornal=Diário de Lisboa|numero=23150|data=3 de Janeiro de 1990|volume=Ano 69|local=Lisboa|publicado=Renascença Gráfica|via=Casa Comum / Fundação Mário Soares|url=http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06891.208.31633#!17|acessodata=5 de Abril de 2021}}</ref><ref name=JN2010>{{citar web|título=Ciclistas pedem ecopista para antigo ramal|autor=CORREIA, Teixeira|jornal=Jornal de Notícias|data=4 de Abril de 2010|url=http://www.jn.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=1535494|acessodata=31 de Março de 2021}}</ref>
 
OPorém, o Ramal de Moura foi encerrado em 2 de Janeiro de 1990, no âmbito de um programa de reestruturação da empresa [[Caminhos de Ferro Portugueses]].<ref>{{citar jornal|pagina=17|titulo=CP encerra nove troços ferroviários|jornal=Diário de Lisboa|numero=23150|data=3 de Janeiro de 1990|volume=Ano 69|local=Lisboa|publicado=Renascença Gráfica|via=Casa Comum / Fundação Mário Soares|url=http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06891.208.31633#!17|acessodata=5 de Abril de 2021}}</ref><ref name=JN2010>{{citar web|título=Ciclistas pedem ecopista para antigo ramal|autor=CORREIA, Teixeira|jornal=Jornal de Notícias|data=4 de Abril de 2010|url=http://www.jn.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=1535494|acessodata=31 de Março de 2021}}</ref>
 
==Referências literárias==