Instituto de Coimbra: diferenças entre revisões

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O '''Instituto de Coimbra''' foi uma academia científica, literária e artística fundada em Coimbra em [[1852]], no contexto da [[Regeneração]], e que se manteve em actividade até [[1982]]. A sua última revisão estatutária, datada de [[1967]], definia o objecto e acção do Instituto como a promoção e o desenvolvimento das ciências, das letras e das artes e a valorização da cultura portuguesa.
==História institucional==
Criado em [[1852]], na sequência da fusão em [[1849]] dos institutos da Academia Dramática de Coimbra, o Instituto de Coimbra nasceu no contexto da [[Regeneração]] e do [[fontismo]], funcionando inicialmente como um clube dos docentes da [[Universidade de Coimbra]], mais concretamente como um ''Clube dos Lentes'', voltado para o academicismo da então única universidade portuguesa.
 
Nascido num momento em que se procurava concretizar as [[Liberalismo|políticas liberais]], dando particular atenção à instrução pública, logo em [[1853]] o Instituto de Coimbra recebe o primeiro apoio estatal, então sob a forma de uma autorização para imprimir na Imprensa da Universidade, à conta do Estado, o seu jornal científico e literário anual denominado ''[[O Instituto. Revista científica e literária]]''. Esta autorização impunha contudo a condição de que metade do espaço do periódico fosse reservado para a publicação dos relatórios elaborados pelo [[Conselho Superior de Instrução Pública]] e das listas de professores nomeados para os ensinos primário, secundário e superior em todo o país.
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Dessa condição imposta a ''O Instituto de Coimbra'' resultou que aquela publicação obteve logo grande divulgação entre a classe docente, que precisava de conhecer as colocações e os relatórios ministeriais, a que acresce que uma parte significativa da história das políticas de instrução pública em Portugal e do seu debate está contida nas páginas dos primeiros 50 volumes do periódico.
 
O Instituto de Coimbra teve os seus primeiros estatutos aprovados por decreto de [[Fontes Pereira de Melo]] em [[1859]]. A partir dai foi gradualmente alargando o seu âmbito, admitindo para além dos lentes, um número selecto de alunos, recrutado entre os mais brilhantes, e figuras de prestígio nacional, na maioria ex-alunos da Universidade de Coimbra, e alguns académicos e intelectuais estrangeiros de prestígio internacional.
 
Associadas aos nascimento do Instituto de Coimbra estiveram outras importantes agremiações académicas coimbrãs, entre as quais a Associação Académica de Coimbra, a mais antiga associação de estudantes portuguesa, nascida em [[1887]] e que com o Instituto por vezes partilhou instalações, numa convivência nem sempre pacífica. Quer o Instituto de Coimbra quer a Associação Académica de Coimbra tiverem origem na Nova Academia Dramática e nos três institutos (dramático, de música e de pintura) que a compunham.
 
Dada a sua ligação à Universidade de Coimbra, o Instituto de Coimbra transformou-se rapidamente numa prestigiosa [[academia]], contando entre os seus sócios algumas das mais prestigiadas figuras portuguesas. Entre os sócios do Instituto de Coimbra estiveram, entre muitos outros, [[Almeida Garrett]], [[Alexandre Herculano]], [[Bernardino Machado]], [[Ricardo Jorge]], [[Eugénio de Castro]], [[António Egas Moniz]], [[Reinaldo dos Santos]], [[Sidónio Pais]], [[Sílvio Lima]] e [[Vitorino Nemésio]]. Entre os sócios correspondentes estrangeiros conta-se [[Miguel de Unamuno]].
 
Para além da sua actividade editorial e académica, o Instituto de Coimbra, sob o impulso de [[Bernardino Machado]], seu presidente e professor de Antropologia na Universidade criou por sua própria iniciativa um museu que veio a constituir o embrião do acervo do actual [[Museu Nacional Machado de Castro]].
 
O Instituto de Coimbra viu a sua actividade declinar ao longo da segunda metade do [[século XX]], tendo deixado de ter actividade significativa a aprtir de [[1982]]. O seu património bibliográfico e documental foi incorporado na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, consistindo em cerca de 15 000 monografias e numa colecção de cerca de 15 000 volumes de revistas científicas e culturais obtida por permuta da revista do Instituto ao longo de 130 anos com revistas e publicações provenientes de academias de pelo menos 19 países. Existe ainda um rico acervo de manuscritos.
 
Entre as publicações do Instituto de Coimbra conta-se ''O Instituto: Revista Científica e Literária'', publicado de [[1852]] a [[1981]], o qual foi, até cessar a publicação, a mais antiga revista científico-literária publicada em Portugal.
 
[[Categoria:Instituições de Portugal]]