Estratégia da cunha: diferenças entre revisões

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formatação de citações, basicamente
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Reconhecendo a necessidade de apoio, o instituto afirma a orientação [[evangelismo|evangélica]] cristã da estratégia:
 
{{citaçãoquote2|"Juntamente com um foco nos influentes formadores de opinião, nós também buscamos construir uma base popular de apoio entre nosso {constituency} natural, a saber, os cristãos. Faremos isto principalmente através de seminários de apologética. Planejamos que estes encoragem e equipem os crentes com novas evidências científicas que apóiam a fé, assim como "popularizem" nossas idéias na cultura mais ampla."}}
{{Design inteligente}}
A estratégia da cunha foi planejada com objetivos de cinco e de vinte anos em mente a fim de conseguir a conversão da corrente predominante. Um componente notável do trabalho foi seu desejo de abordar "conseqüências sociais" percebidas e promover uma agenda social conservadora em uma ampla gama de assuntos incluindo [[aborto]], [[eutanásia]], [[sexualidade humana|sexualidade]] e outros movimentos de reforma social. Ela criticava "reformadores materialistas [que] advogavam programas de governo coercivos" aos quais ela se referia como "uma cepa virulenta de utopia".
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Em seu livro de 1997 <cite>Defeating Darwinism by Opening Minds</cite> [[Phillip E. Johnson|Johnson]] resumiu a filosofia subjacente à estratégia:
{{citaçãoquote2|"Se entendermos nossos próprios tempos, saberemos que deveríamos afirmar a realidade de Deus desafiando a dominação do materialismo e do naturalismo no mundo da mente. Com a assistência de muitos amigos eu desenvolvi uma estratégia para fazer isto... Nós chamamos nossa estratégia de 'cunha'." pg. 91-92, <cite>''Defeating Darwinism by Opening Minds''</cite>}}
 
Na "Conferência Reclamando a América para Cristo" de 1999 [http://www.reclaimamerica.org/] convocada pelo Reverendo D. James Kennedy da Coral Ridge Ministries, Johnson deu um discorso chamado <cite>How the Evolution Debate Can Be Won</cite> [http://www.coralridge.org/specialdocs/evolutiondebate.asp]. Nele ele resume os fundamentos teológicos e epistemológicos do design inteligente e sua estratégia para vencer a batalha:
 
{{citaçãoquote2|"Falar de uma evolução intencional ou guiada é não falar de evolução de todo. Isso é criação lenta. Quando você a entende desse jeito, você se dá conta de que a teoria darwiniana da evolução contradiz não apenas o Livro do Gênesis, mas cada palavra da Bíblia do início ao fim. Ela contradiz a idéia de que estamos aqui porque um criador provocou nossa existência para um propósito. Isso foi a primeira coisa de que me dei conta, e isso contém um significado tremendo.''" Ele continua para declarar: "''Eu construí um movimento intelectual nas universidades e igrejas que chamamos A Cunha, que é devotado à {scholarship} e publicações que fomenta este programa de questionar as bases materialistas da ciência. Um livro muito famoso que saiu da Cunha é o livro de Michael Behe, Darwin's[['A BlackCaixa-Preta Boxde Darwin']]', que teve um enorme impacto no mundo científico." ..."Agora, o jeito como eu vejo a lógica de nosso movimento é assim. A primeira coisa que você entende é que a teoria darwiniana não é verdadeira. Ela é falsificada por toda a evidência e a lógica é terrível. Quando você se dá conta disso, a pergunta seguinte que lhe ocorre é, bem, onde você poderia obter a verdade? Quando eu prego a partir da Bíblia, como eu freqüentemente faço nas igrejas e aos domingos, eu não começo com Gênesis. Eu começo com João 1:1. No início era o verbo. No início era a inteligência, o propósito e a sabedoria. A Bíblia entendeu isso corretamente. E os cientistas materialistas estão se iludindo."}}
 
Johnson cita que a fundação do design inteligente é o [[Livro de João]] da [[Bíblia]], especificamente, João 1:1: "No início era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus."
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Elaborando os objetivos e métodos da estratégia da cunha, Johnson declarou em uma entrevista realizada em 2002 para a <cite>Touchstone Magazine</cite> que "O mecanismo da estratégia da cunha é torná-la atraente para católicos, ortodoxos, protestantes não fundamentalistas, judeus tradicionais, e assim por diante." Ele continuou para elaborar
 
{{citaçãoquote2|"Então a pergunta é: 'Como vencer?' Foi quando eu comecei a desenvolver o que agora se vê plenamente amadurecido na estratégia da 'cunha': 'Atenha-se à coisa mais importante' — o mecanismo e a construção da informação. Tire a Bíblia e o Livro do Gênesis do debate porque você não quer levantar a dicotomia Bíblia—ciência. Formule o argumento de tal forma que você pode fazê-la ouvir na academia secular e de tal forma que tenda a unificar os dissidentes religiosos. Isso significa se concentrar em: 'É preciso um Criador para fazer a criação, ou a natureza pode fazê-la por si mesma?' e se recusar a ser desviado para outros assuntos, o que as pessoas sempre estão tentando fazer." [http://www.touchstonemag.com/docs/issues/15.5docs/15-5pg40.html] }}
 
Outras declarações de Johnson reconhecem que o objetivo do movimento do design inteligente é promover uma agenda teísta e criacionista moldada como um conceito científico.
{{citaçãoquote2|
*"Nossa estratégia tem sido mudar o assunto um pouco de forma que possamos levar o tema do design inteligente, que na verdade significa a realidade de Deus, diante do mundo acadêmico e para dentro das escolas." [http://www.christianity.ca/news/social-issues/2004/03.001.html]
*"Na verdade isto não é e nunca foi um debate sobre ciência. É sobre religião e filosofia." [http://www.leaderu.com/pjohnson/world2.html]
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Os membros do Discovery Institute têm vantagens significativas em dinheiro, sofisticação política e experiência sobre seus oponentes nas comunidades científicas e educacionais, que não têm o benefício do financiamento de benfeitores abastados, {staff} de apoio clérigo e técnico, campanhas de publicidade dispendiosas e uma ampla rede de contatos políticos.<ref>[http://www.lsj.com/apps/pbcs.dll/article?AID=/20050911/OPINION02/509110732/1087/opinion Intelligent design group is just a religious front] by Fred Barton, ''Lansing State Journal''. 11 de setembro de 2005</ref><ref>[http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/articles/A32444-2005Mar13.html Battle on Teaching Evolution Sharpens] By Peter Slevin ''[[Washington Post]]'', 14 de março de 2005</ref><ref>[http://www.nytimes.com/2005/08/21/national/21evolve.html?ex=1282276800&en=24bc7c9b16cac8a8&ei=5088&partner=rssnyt&emc=rss Politicized Scholars Put Evolution on the Defensive] By Jodi Wilgoren, ''New York Times'', 21 de agosto de 2005</ref>
 
A campanha "Divulgue a Controvérsia" do Discovery Institute é planejada para fazer o ''establishment'' científico parecendoparecer intolerante a novas idéias, como se ele estivesse tentando asfixiar e suprimir novas descobertas científicas que desafiam o ''status quo''. Isto é feito com o conhecimento de que é improvável que muitos no público compreendam biologia avançada, ou possam consultar a literatura científica atualexistente ou contatar organizações científicas de prestígio para verificar as alegações do Discovery Institute. Esta parte da estratégia também {plays} em correntes subterrâneas de antiintelectualismo e desconfiança da ciência e dos cientistas que podem ser encontradas segmentos particulares da sociedade americana.<ref>"{some hair-splitting} que só poderia parecer ridículo a observadores de fora." O que parece aos cientistas ser uma refutação muito convincente aos argumentos de Dembski feitosfeita pelo Dr. Schneider é pintado aos não cientistas, e especialmente ao público, como um ridículo {hair-splitting}" [http://www.designinference.com/documents/2004.04.Backlash.htm Dealing with the Backlash Against Intelligent Design] [[William A. Dembski]]. Designinference.com, [[14 de abril]] de 2004</ref>
 
Há um conflito notável entre o que os apoiadores do DI dizem ao público através da mídia e o que eles dizem diante de audiências cristãs conservadoras.<ref>Barbara Forrest. {Expert Testimony}. Transcrição do julgamento do caso ''[[Kitzmiller vs. Distrito escolar da área de Dover]]'', Dia 6 (5 de outubro) "O que estou falando é da essência do design inteligente, e a essência dele é o realismo teísta tal como definido pelo Professor Johnson. Agora, isso se mantém de pé por si mesmo, bem à parte de quais sejam seus motivos. Eu também estou falando da definição de design inteligente pelo Dr. Dembski como a teologia do Logos do Evangelho de João. Isso se mantém de pé por si mesmo." ... "O design inteligente, tal como ele é entendido pelos proponentes que estamos discutindo hoje, envolve um criador sobrenatural, e essa é a minha objeção. E eu objeto a ele tal como eles o definiram, como o Professor Johnson definiu o design inteligente, e como o Dr. Dembski definiu o design inteligente. E essas duas definições são basicamente religiosas. Elas envolvem o sobrenatural." </ref> Isto é estudado e deliberado, como advogado pelo autor da estratégia da cunha Phillip E. Johnson.<ref>"O objetivo (da Estratégia da Cunha) é convencer as pessoas de que o darwinismo é inerentemente ateísta, assim deslocando o debate de criacionismo vs. evolução para a existência de Deus vs. a não- existência de Deus. A partir daí as pessoas são apresentadas à 'verdade' da Bíblia e então à 'questão do pecado' e finalmente 'apresentadas a Jesus'." Phillip Johnson. Church and State Magazine, abril de 1999, tal como citado por [http://www.humanistsnps.com/Article.asp?AID=277 Not Intelligent, and Surely Not Science] Michael Shermer. Los Angeles Times, 30 de março de 2005. [http://www.livescience.com/humanbiology/050922_ID_main.html Intelligent Design: An Ambiguous Assault on Evolution] Ker Than. LiveScience, 22 de setembro de 2005. [http://www.rwor.org/a/021/intelligent-design-trial.htm "Intelligent Design": Stealth War on Science] Revolution #021, 6 de novembro de 2005.</ref><ref>Phillip Johnson. ''Touchstone: A Journal of Mere Christianity''. July/August 1999."...a primeira coisa que temse que serdeve feitafazer é tirar a Bíblia da discussão. ...Isto não significa que os assuntos bíblicos não sãosejam importantes; o ponto, em vez disso, é mais precisamente que o momento para abordá-los será depois que tenhamos separado preconceito materialista de fato científico." [http://www.arn.org/docs/johnson/le_wedge.htm A Cunha] </ref> Ao falar para uma audiência {mainstream} e para a mídia, os proponentes do DI moldam o DI como uma teoria científica secular. Mas ao falar para o que o Documento da Cunha chama de seu "{constituency} natural, a saber, os cristãos (conservadores)", os proponentes do DI se expressam em linguagem inequivocamente religiosa. Isto na crença de que eles não podem {afford} alienar seu {constituency} e principais fontes de financiamento, virtualmente todos dos quais são organizações religiosas conservadoras e indivíduos tais como [[Howard Ahmanson, Jr|Howard Ahmanson]].<ref name=opinionmakers_constituency/>
 
Tendo escrito extensivamente sobre o DI, o filósofo da ciência [[Robert Pennock]] diz: "Ao fazer lobby para o DI nas escolas públicas, os membros da cunha às vezes negam que o DI faça qualquer alegação a respeito da identidade do designer. É irônico que sua estratégia política os leve a negar Deus em praça pública mais vezes do que Pedro fez."<ref>[[Robert T. Pennock|Pennock, Robert T.]]. [http://www.msu.edu/~pennock5/research/papers/Pennock*DNAbyDesign.pdf DNA by Design?: Stephen Meyer and the Return of the God Hypothesis]. In Ruse, Michael and William Dembski (eds) ''Debating Design''. New York: Cambridge University Press, (pp. 130 - 148, 2004)</ref>
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A estratégia da cunha recebeu atenção de grupos opostos aos movimentos do design inteligente na medida em que o documento parece advogar uma estratégia particularmente estridente para promover uma ampla gama de idéias politicamente conservadores que parecem não ter relação com a questão da ciência. Em resposta, o Discovery Institute publicou um documento intitulado The "''Wedge Document: So What?''" para neutralizar muitas das alegações dizendo que:
 
{{citaçãoquote2|"Desde a década de 1960, quando o Conselho de Relações Exteriores foi chamado de comunista pela [[John Birch Society]], um {think tank} não inspira tanto interesse obsessivo em seus desarrazoados oponentes."<ref name="so_what"/>}}
 
Ele declara que o documento original foi apenas uma proposta para angariar fundos, e critica seus oponentes pelo que ele acredita serem acusações sem fundamento. Alega-se que a estratégia da cunha é uma oposição à filosofia ''a priori'' dominante e um apoio à liberdade interpretativa dos cientistas. O objetivo da estratégia é descrito como "influenciar a ciência e a cultura ''com nossas idéias'' através da pesquisa, da argumentação arrazoada e do debate aberto.
 
Sua resposta em "''Wedge Document: So What?''" descreve a agenda religiosa que eles estão {pursuing}:
{{citaçãoquote2|"Achamos que a visão de mundo materialista que dominou a vida intelectual ocidental desde o século XIX é falsa e queremos refutá-la. Além disso queremos reverter a influência de tal pensamento materialista sobre a nossa cultura."<ref name="so_what"/>}}
 
==O futuro da estratégia==
Falando em outubro de 2002, [[William Dembski]] do Discovery Institute disse:
{{citaçãoquote2|"a metáfora da cunha sobreviveu além de sua utilidade. De fato, com críticos do DI como Barbara Forrest e Paul Gross escrevendo livros como ''Evolution and the Wedge of Intelligent Design: The Trojan Horse Strategy'', a metáfora da cunha até mesmo se tornou um inconveniente. {To be sure}, nossos críticos tentarão continuar a jogar a metáfora da cunha (e especialmente o notório documento da cunha) em nossa cara. Mas a cunha precisa ser vista como um propedêutico — como uma antecipação de e preparação para um programa de pesquisa positivo {design-theoretic} que revigore a ciência e renove a cultura."<ref>[[William A. Dembski|Dembski, William A.]]. 2005. [http://www.iscid.org/papers/Dembski_DisciplinedScience_102802.pdf Becoming a Disciplined Science: Prospects, Pitfalls, and Reality Check for ID]</ref>}}
Entretanto, como notou um crítico,
{{citaçãoquote2|"é uma estranha revolução científica que busca estabelecer suas posições nos currículos das escolas secundárias antes que a pesquisa em si tenha sido realizada. Mas este impedimento óbvio é removido se a revolução se baseia em uma redefinição da ciência em vez de se basear em novas pesquisas."<ref>Terry, Mark. 2004. [http://www.rednova.com/news/display/?id=110435 One Nation, Under the Designer]</ref>}}
 
=={{Ver também}}==