José Correia Cardoso Monteiro: diferenças entre revisões

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D. '''José Correia Cardoso Monteiro''' ([[Peso da Régua]], [[20 de Fevereiro]] de [[1844]] — [[Angra do Heroísmo]], [[20 de Junho]] de [[1910]]) foi o 32.º bispo da [[Diocese de Angra]], tendo-a governado de [[1905]] a [[1910]].
==Biografia==
José Correia Cardoso Monteiro nasceu na [[Peso da Régua|Régua]] numa família de posses modestas. Destinado a uma carreira eclesiástica, concluiu o curso no Seminário do Porto, matriculando-se de seguida na [[Universidade de Coimbra]], onde se formou em [[Teologia]].
 
Para além das suas funções eclesiásticas, o padre José Correia Cardoso Monteiro foi professor do ensino liceal. Foi feito [[cónego]] da [[Sé do Porto]], na qual foi nomeado chantre em [[1890]]. Em [[1894]] o então [[bispo do Porto]], o [[cardeal]] D. [[Américo Ferreira dos Santos Silva]], nomeou-o provisor da diocese.
 
Foi apresentado para o lugar de [[bispo de Angra]] a [[3 de Outubro]] de [[1904]], sendo confirmado pela [[Santa Sé]] a [[10 de Março]] de [[1905]]. A sagração episcopal de D. José Correia Cardoso Monteiro teve lugar na Sé do Porto a [[28 de Maio]] daquele mesmo ano.
 
O novo bispo nomeou como seu procurador o vigário capitular que havia governado durante o período de ''sede vacante'', o cónego [[monsenhor]] Ferreira, através do qual tomou posse da diocese a [[28 de Junho]] de [[1905]]. A sua entrada solene na cidade de [[Angra do Heroísmo]] fez-se a [[26 de Julho]] daquele ano, com uma luzida cerimónia na qual o [[governador civil]], então [[Teotónio Paim de Ornelas Bruges]], ''tomou a cauda do manto prelatício no cortejo do cais'' [da Afândega] ''à Sé''.
 
Este bispo dedicou particular atenção ao ensino religioso, tentando seguir a doutrina contida na [[encíclica]] ''[http://www.vatican.va/holy_father/pius_x/encyclicals/documents/hf_p-x_enc_15041905_acerbo-nimis_en.html Acerbo nimis]'' do [[papa Pio X]], fomentando a [[catequese]] e a criação em cada paróquia de núcleos da Congregação da Doutrina Cristã. Também emitiu cartas pastorais recomendando ao clero e os fiéis a necessidade da Revelação, da Salvação e do [[Sacramento da Penitência]].
 
Numa pastoral, datada de [[11 de Fevereiro]] de [[1908]], mandou dar execução ao decreto papal sobre a comunhão frequente, recomendando a organização local da Liga Sacerdotal Eucarística. Empreendeu também uma reorganização do culto, dispensando a [[missa]] ''pro populo'' nos dias santificados abolidos e estabeleceu, a partir de Janeiro de [[1910]], uma missa dominical destinada às crianças da catequese.
 
Por uma provisão datada de [[24 de Janeiro]] de [[1910]] mandou dar execução ao decreto papal ''Ne temere'' promulgado por Pio X, de [[10 de Agosto]] de [[1907]], reformando o casamento católico.
 
Prenunciado a [[implantação da República Portuguesa]], já durante o governo deste bispo se vivia nos [[Açores]] um ambiente anticlerical, com uma forte influência maçónica. Tal levou a uma campanha contra a presença no Hospital do Santo Espírito, então propriedade da [[Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo]], de um grupo de religiosas da [[Ordem de São José de Cluny]], com fortes ataques no jornal ''Tempo'', o que desencadeou uma forte polémica com a imprensa católica, nomeadamente com os periódicos ''O Peregrino de Lourdes'', ''[[A União]]'', ''O Imparcial'' e o ''[[Correio dos Açores]]''.
 
Adoeceu gravemente durante uma visita pastoral à [[ilha de São Miguel]], recolhendo-se então durante um largo período à freguesia das [[Bandeiras]], na [[ilha do Pico]], recomendada pelo seu clima mais seco. Aí residiu numa casa pertença do cónego Medeiros de Amaral, dali natural.
 
A [[3 de Fevereiro]] de [[1908]] dirigiu uma circular ao clero açoriano ordenando sufrágios em todas as paróquias pela morte do rei D. [[Carlos I de Portugal]] e do príncipe real D. [[Luís Filipe de Bragança]], vítimas do [[regicídio]] daquele ano.
 
Tendo vivido sempre adoentado, contraiu uma [[pleuresia]] no dia da festa do Sagrado Coração de Jesus e faleceu a m [[20 de Junho]] de [[1910]], escassos meses antes do fim do regime monárquico em Portugal. A implantação da República,a [[5 de Outubro]] de [[1910]], veio criar forte perturbação no relacionamento entre Portugal e a Santa Sé, levando à impossibilidade da obtenção de confirmações episcopais. Em consequência, a Diocese de Angra só teve novo bispo passados mais de 5 anos após o falecimento deste prelado, quando D. [[Manuel Damasceno da Costa]] foi confirmado no lugar.
=={{Links}}==
*[http://www.agencia.ecclesia.pt/diocese/pub/11/noticia.asp?jornalid=11&noticiaid=22074 D. José Correia Cardoso Monteiro na página da Diocese de Angra]