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Fixou-se no Brasil em [[1753]]. Professor de arquitetura e de perspectiva em [[Bolonha]], segundo informa a Brasiliana da Biblioteca Nacional, pg 49, foi contratado por D. [[João V]] como desenhista para a Expedição Demarcadora dos Territórios Portugueses no Norte do Brasil.
 
Atuou como naturalista amador, desenhando pela primeira vez a flora e a fauna [[Floresta amazônica|amazônica]]. No entanto, ficaria conhecido pelo plano urbanístico da cidade de [[Belém]], traçando fachadas, prédios, porto, praças e demais desenhos arquitetônicos.
 
Antônio Guiseppe Landi (1713-1791) era, além de arquiteto e diplomata, um naturalista na Amazônia. Natural da cidade de Bologna na Itália, ele estudou e se formou no Instituto de Ciências daquela cidade, antes de migrar ao Pará onde realizaria as suas mais belas obras. Ele era um verdadeiro “homem da renascença”, como diz o Professor Augusto Meira Filho, e não podia ignorar a exuberante flora e fauna da sua terra adotiva, tão bem documentadas no seu manuscrito “Descrizione di Varie Piante, Frutti, Animale, etc. della Cappitania del Gran-Pará” que durante mais de 200 anos está guardado (debaixo de sete chaves) na Biblioteca Municipal do Porto em Portugal. Vamos explorar o lado menos conhecido, o de naturalista, do grande arquiteto de Belém.
 
Após a assinatura do Tratado de Madri em 1750, entre Portugal e Espanha, o governo português desejava contratar técnicos de alto nível para trabalharem na Comissão de Limites dos dois reinos na América do Sul. Landi foi um dos que aceitaram o desafio, tendo partido de Lisboa em 2 de junho de 1753. Um dos seus companheiros foi o matemático bolonhês João Ângelo Brunelli. A Comissão ficou cerca de um ano em Belém, antes de seguir para o alto rio Negro, onde seria realizado o trabalho de demarcação dos limites. (Lembra-se que o Alexandre von Humboldt entrou no Brasil por esta área em 1800, quase por engano, na busca do canal de Cassiqueri.) Landi ficou em Barcelos durante seis anos, lugarejo afastado de tudo onde manteve amizade com o Capitão-general Mendonça Furtado, futuro homem forte da Província. Após a sua volta a Belém, ele se dedicou à arquitetura, construindo belas edificações, principalmente igrejas na capital e fortalezas no interior. Landi regressou ao rio Negro novamente em 1784, quando integrou outra comissão de demarcação de limites.
 
Provavelmente foi por causa do seu índole de homem de questionamentos que levou o Landi a explorou a natureza que o circundava nas selvas. Pelo pouco que se sabe, o trabalho em Barcelos andou devagar e, no fim, foi um fracasso: a Natureza alimentou o espírito de cientista de Landi. O mal divulgado manuscrito dele é fruto de anos de pesquisa, na qual ele coletou informações sobre as plantas e animais. Não pode ser dito que tais pesquisas eram originais mas representam uma compilação de muitos conhecimentos dos moradores da região sobre espécies que o Velho Mundo por completo desconhecia.
 
No livro do Augusto Meira Filho, há indicação de que o Landi, ele próprio, teria papel fundamental de aclimatização (adaptação) de mangueiras vindo da Ásia, em Belém, talvez plantando-as no seu sítio. Assim, a população da cidade deve lhe mais que os lindos prédio que ele ajudou a construir.
 
Entre peixes, répteis, aves e mamíferos e invertebrados, Landi desenhou e comentou mais de 140 espécies da fauna da Amazônia, geralmente com detalhes tão bem representados que a identificação específica é possível ainda hoje. Há uma boa dose de folclore no texto, indicando que o autor dava valor às histórias dos filhos da terra. Notas sobre a alimentação dos animais, obviamente, eram frutos de observações feitas por outros. A fome para informações sobre os animais do Novo Mundo, exibida pelos europeus do Século XVIII, parece não ter tido limites.
 
Onde está o jazido do Landi? O grande arquiteto de Belém pediu para ser enterrado na Igreja Sant’ana, obra que ele desenhou e arquitetou. Provavelmente o que resta dele está lá, em baixa do piso ou nas paredes grossas, mas não há placa ou pedra que indicasse o enterro do gênio de arquitetura colonial de Belém.
 
Sobre Landi, o naturalista, lê o livro de Augusto Meira Filho (1976) “Landi, Esse Desconhecido (O Naturalista)”, editado pelo Conselho Federal de Cultura e Departamento de Assuntos Culturais, Rio de Janeiro. Neste livro, o pesquisador do Museu Goeldi, Osvaldo Cunha analisa as estampas das plantas e animais desenhados por Landi, identificando quase todas as espécies que compões as 67 estampas. O livro de Isabel Adonias (1986) está mais difícil de localizar, mas possui reproduções melhores das pranchas (“Fauna e Flora Brasileira – Século XVIII” editado pela Spala Editora, Rio de Janeiro). O livro de Hitoshi Nomura (1998) “História da Zoologia no Brasil; Século XVIII (editado pelo Museu Bocage, Lisboa) fornece identificações dos animais tratados por Landi. Pesquisadores Nelson Papavero,Dantes Teixeira e Paulo Cavalcante providenciaram uma nova leitura e tradução do manuscrito de Landi.
 
No entanto, ficaria conhecido pelo plano urbanístico da cidade de [[Belém]], traçando fachadas, prédios, porto, praças e demais desenhos arquitetônicos.
 
== Obras relacionadas==