Caio Lúcio Márcio Sétimo

Caio Lúcio Márcio Sétimo (em latim: Gaius Lucius Marcius Septimius) foi um militar da República Romana que lutou na Península Ibérica durante a Segunda Guerra Púnica sob o comando do general Públio Cornélio Cipião (futuro "Africano") e, antes, do tio e do pai dele, Cneu Cipião e Públio Cornélio Cipião, durante a conquista romana da Ibéria, parte da República de Cartago. Foi um centurião muito popular entre as tropas e foi aclamado comandante do exército e procônsul depois da morte dos dois irmãos, mas o Senado Romano não ratificou a posição por ele ser um equestre.[1]

Caio Lúcio Márcio Sétimo
-
Nascimento século III a.C.
Morte século II a.C.
Cidadania Roma Antiga
Ocupação chefe militar, militar

História editar

Em 211 a.C., os romanos se organizaram em três exércitos na Ibéria, comandados pelos generais Cneu Cipião, Públio Cipião (o pai) e Tito Fonteio, este no território já pacificado acima do rio Ebro. Públio Cipião enfrentou o exército de Asdrúbal Giscão e Magão Barca, filho de Amílcar Barca e irmão de Aníbal, que contavam ainda com o apoio do príncipe númida Massinissa, mas acabou derrotado e morto na Batalha de Cástulo. Cneu Cipião lutou contra Asdrúbal Barca, também irmão de Aníbal, mas foi obrigado a se retirar depois que os seus mercenários celtiberos desertaram por um pagamento oferecido por Asdrúbal. Acabou derrotado e morto poucos dias depois do irmão na Batalha de Ilorci. Depois das duas sucessivas vitórias, as forças cartaginesas estiveram a ponto de cruzar o Ebro, mas acabaram rechaçadas pelos esforços de Lúcio Márcio, que assumiu o comando e impediu que o desastre da morte dos dois generais romanos se transformasse numa catástrofe ainda maior.

Quando o Públio Cornélio Cipião (o filho) chegou à região, encontrou os soldados já sob o comando de Márcio e manteve-o na posição e enviou-o para cercar a cidade de Cástulo com um terço das tropas romanas.[2] Neste mesmo ano (provavelmente 208 a.C.), Lúcio Márcio destruiu a cidade de "Astapa" — situada numa das extremidades de Puente Genil, perto da fronteira com Estepa segundo alguns historiadores; ou no local onde está Estepa hoje segundo outros[3] — e tomou a cidade de Córduba, aliadas dos cartagineses, e fundou, a noroeste de Córduba, um acampamento numa planície a partir da qual podia dominar a população local e os vaus do rio Bétis ("Batalha do Guadalquivir").

Em 205 a.C., Cipião Africano viajou para a África para acertar uma aliança com Sífax, rei da Numídia, e deixou as tropas na Ibéria sob o comando de Marco Silano, em Cartago Nova, e Lúcio Márcio em Tarraco.

Referências

  1. Ollé, Jaume (2006). Navarra y Pamplona hasta el 905 (em espanhol). [S.l.: s.n.] 
  2. Blázquez Martínez, José María; Garía-Gelabet, M.ª Paz (2005). Los cartagineses en Turdetania y Oretania (PDF). Col: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes (em espanhol). [S.l.]: Universidad de Alicante 
  3. «Historia de Estepa» (em espanhol). Ayuntamiento de Estepa 

Bibliografia editar