Espera (marcenaria)

peça da cabeceira da mesa do marceneiro, usada para segurar o objecto que está a ser trabalhado
Espera
Tipo
ferramenta de carpintaria (d)
Utilização
Usuário(a)
marceneiro (en)

Em marcenaria e carpintaria, as esperas[1][2] são um tipo particular de espigas[3][4][5] (isto é, peças adelgaçadas de madeira ou de metal que servem para entrar em determinado entalhe ou orifício), que encaixam em qualquer um dos vários orifícios do tampo da bancada de trabalho do marceneiro[6], e que servem para impedir o movimento ou oscilação do objecto que está a ser trabalhado, segurando-o firmemente, para depois o aplainar, lixar, fresar, etc.[7]

Descrição editar

 
A bancada de trabalho de um marceneiro, com uma espera na cabeceira.

As esperas ficam à cabeceira da banca de trabalho do marceneiro[8], sendo que uma banca pode ter várias esperas alinhadas, ao conjunto das quais se chama «bateria».[9] A caixa de cortes[10], por exemplo, é apertada contra as esperas.

A ferramenta de corte, quando está a ser usada, é posicionada sobre o centro do objecto que está a ser trabalhado, o qual, por seu turno, fica encostado ou seguro pela espera.[11]

As esperas são espigas de marcenaria, carpintaria, entalhadura ou mesmo escultura, que podem ser feitas de madeira, de aço, alumínio ou de ferro forjado, e tanto podem apresentar uma secção redonda como quadrada.[7]

 
Uma espera a ser usada. A espera aperta a peça que está a ser trabalhada, à cabeceira da mesa de trabalho.

Referências

  1. Infopédia. «Espera | Definição ou significado de Espera no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 26 de novembro de 2021 
  2. Santos Cardoso, Cecília Mónica (2019). Entalhes com tradição - Marcenaria e ofícios similares em Gondomar, vol II (PDF). Porto: Universidade do Porto. p. 98. 193 páginas 
  3. Santos Cardoso, Cecília Mónica (2019). Entalhes com tradição - Marcenaria e ofícios similares em Gondomar, vol II (PDF). Porto: Universidade do Porto. p. 99. 193 páginas 
  4. Bluteau, Rafael (1713). VOCABULARIO PORTUGUEZ, E LATINO, AULICO, ANATOMICO, ARCHITECTONICO, BELLICO, BOTANICO, Brasilico, Comico, Critico, Chimico, Dogmatico, Dialectico, Dendrologico, Ecclesiastico, Etymologico, Economico, Florifero, Forense, Fructifero, Geographico, Geometrico, Gnomonico, Hydrographico, Homonymico, Hierologico, Ichtyologico, Indico, Isagogico, Laconico, Liturgico, Lithologico, Medico, Musico, Meteorologico, Nautico, Numerico, Neoterico, Ortographico, Optico, Ornithologico, Poetico, Philologico, Pharmaceutico, Quidditativo, Qualitativo, Quantitativo, Rhetorico, Rustico, Romano, Symbolico, Synonimico, Syllabico, Theologico, Terapeutico, Technologico, Uranologico, Xenophonico, Zoologico: AUTORIZADO COM EXEMPLOS DOS MELHORES ESCRITORES PORTUGUEZES, E LATINOS, E OFFERECIDO A EL-REY DE PORTUGAL, D. João V. Tomo III. Lisboa: No Collegio das Artes da Companhia de Jesu. p. 277 
  5. Vieira, Domingos (1871). Grande diccionario Portuguez; ou, Thesouro da lingua Portugueza, Tomo III. Porto: Ernesto Chardron e Bartholomeu H. de Moraes. p. 346 
  6. RODRIGUES, Francisco de Assis (1876). Diccionario technico e historico de pintura, esculptura, architectura e gravura. Lisboa: Imprensa Nacional. p. 71. OCLC 1064911370 
  7. a b Santos Cardoso, Cecília Mónica (2019). Entalhes com tradição - Marcenaria e ofícios similares em Gondomar, vol II (PDF). Porto: Universidade do Porto. p. 57. 193 páginas 
  8. S.A, Priberam Informática. «espera». Dicionário Priberam. Consultado em 26 de novembro de 2021 
  9. Santos Cardoso, Cecília Mónica (2019). Entalhes com tradição - Marcenaria e ofícios similares em Gondomar, vol II (PDF). Porto: Universidade do Porto. p. 58. 193 páginas 
  10. Colares, José Pedro dos Reis (1948). Manual do Marceneiro. Lisboa: Livraria Bertrand. p. 45. 408 páginas 
  11. Marcellini, Domingos. Manual Prático de Marcenaria (PDF). Rio de Janeiro: EDIOURO. p. 223. 268 páginas. ISBN 850068013X