Estado estacionário dinâmico

Antes de falarmos em Estado Estacionário Dinâmico precisamos compreender o significado do termo homeostase. Quando os fisiologistas falam em homeostase, eles estão se referindo à estabilidade do meio interno do corpo. Homeostase não significa equilíbrio, por isso, estabilidade é um termo mais apropriado.[1][2][3][4][5]

Compartimentos líquidos do corpo editar

Nosso organismo possui dois compartimentos líquidos: plasma sanguíneo e o líquido intersticial (estes formam o LEC - líquido extracelular) e o líquido intracelular (LIC). Em um estado de homeostase a composição de ambos os compartimentos é relativamente estável. Se Compararmos os solutos em cada compartimento, notaremos diferentes concentrações no LEC e no LIC. Por causa desses gradientes de concentração diferentes, os compartimentos líquidos encontram-se em um estado de equilíbrio e dois estados de desequilíbrio.[1]

A água é uma molécula que se move de modo relativamente livre entre os compartimentos do organismo gerando um equilíbrio osmótico. Ao mesmo tempo, entretanto, o fluxo de moléculas e íons entre os compartimentos líquidos do corpo ocorrem de forma desigual, acarretando dois estados de desequilíbrio: químico e elétrico. Tais desequilíbrios são de suma importância para a vida.[6][7]

As diferenças de concentração do desequilíbrio químico são características dos organismos vivos e apenas a entrada contínua de energia mantém o corpo nesse estado. Por exemplo, os íons   que escapam para fora da célula e os íons   que escapam para dentro da célula retornam aos seus compartimentos originais pela ação, com uso de energia, da enzima  . Quando as células morrem e não podem usar energia, elas obedecem à segunda lei da termodinâmica, retornando a um estado de desordem e a perda do desequilíbrio químico.

O corpo como um todo é eletricamente neutro, porém, o interior das células é ligeiramente negativo em relação ao líquido extracelular. Esse desequilíbrio iônico gera um estado de desequilíbrio elétrico, cuja alteração, cria os importantes sinais elétricos.

O equilíbrio osmótico e os dois desequilíbrios são estados estacionários dinâmicos. O termo dinâmico indica que os materiais estão constantemente em movimento entre o LEC e o LIC. Já o termo estacionário indica que não há movimento resultante de materiais entre os compartimentos. Tanto o equilíbrio osmótico, quanto os desequilíbrios químico e elétrico são essenciais para os seres vivos. O objetivo da homeostase é manter os estados estacionários dinâmicos dos compartimentos do corpo.

Referências

  1. a b Dee Unglaub Silverthorn, Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, Artmed ISBN 8-536-32338-8
  2. Mendel Friedman, Absorption and Utilization of Amino Acids, Volume 1 , CRC Press, 1989 ISBN 0-849-36006-4 (em inglês)
  3. Puri, Textbook of Medical Biochemistry , Elsevier Health Sciences, 2014 ISBN 8-131-23805-9 (em inglês)
  4. Academic Press, 2004, Imaging in Biological Research, Parte 1 , Academic Press, 2004 ISBN 0-080-49723-3 (em inglês)
  5. Alfred A. Bove, Exercise Medicine: Physiological Principles and Clinical Applications, Academic Press, 2014 ISBN 1-483-28822-6 (em inglês)
  6. P Dutton, Frontiers of Biological Energetics: Electrons to Tissues, Volume 2 , Elsevier, 2012 ISBN 0-323-15193-0 (em inglês)
  7. Herwig J. Hilderson, Stephen Fuller, Fusion of Biological Membranes and Related Problems , Springer Science & Business Media, 2000 ISBN 0-306-46313-X (em inglês)

Bibliografia editar

  1. Silverthorn, Dee Unglaub. Fisiologia: uma abordagem integrada. Artmed, 5 ed., 2010.
  2. Donald E. Gardner, Toxicology of the Lung, Fourth Edition, CRC Press, 2005 ISBN 1-616-31020-0 (em inglês)
  3. Paul D. Boyer, Edwin G. Krebs, Enzymes, Volume 17 , Academic Press, 1986 ISBN 0-121-22717-0 (em inglês)
  4. Mark O. J. Olson, The Nucleolus , Springer Science & Business Media, 2004 ISBN 0-306-47873-0 (em inglês)
  5. Arthur Koch, Bacterial Growth and Form , Springer Science & Business Media, 2001 ISBN 1402000677 (em inglês)
  6. Jan-Michael Peters, J. Robin Harris, Daniel Finley, Ubiquitin and the Biology of the Cell , Springer Science & Business Media, 1998 ISBN 0-306-45649-4 (em inglês)
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