Eunice Gutman (Rio de Janeiro, 4 de fevereiro de 1941) é uma cineasta, roteirista e editora brasileira. Foi co-roteirista de “Os Doces Bárbaros” de Jom Tob Azulay e dirigiu o curta documental “A Rocinha Tem Histórias”, vencedor do prêmio de melhor direção nos Festivais de Brasília (1985) e Gramado (1987). Foi, ainda, uma das primeiras mulheres a trabalhar com montagem no país.[1]

Eunice Gutman
Nascimento 04 de fevereiro de 1941 (83 anos)
Nacionalidade brasileira
Ocupação
Atividade 1976–presente

Biografia editar

Antes de se dedicar ao cinema, Eunice Gutman traçou uma jornada acadêmica, foi professora primária e no começo dos anos 70 cursou sociologia na Faculdade Nacional de Filosofia. Começou sua trajetória no cinema na Bélgica, no curso de cinema da INSAS (Instituto Nacional Superior de Artes, Espetáculos e Técnicas de Difusão) de Bruxelas, onde se formou com menção honrosa, passou a trabalhar com a edição de programas de televisão belgas e franceses. Ainda nos anos 70, volta ao Brasil, onde começa a trabalhar com edição de comerciais para a TV e filmes como “Os Doces Bárbaros” (Jom Tob Azuley, 1976), onde também atuou como roteirista.[1]

No mesmo ano, estreou na direção com o documentário “E o Mundo era Muito Maior que a Minha Casa” (1976), sobre o processo de alfabetização de adultos na zona rural do Rio de Janeiro. Em seguida, realizou três curta-metragens com Regina Veiga, com destaque para “Só no Carnaval”(1982). A maior parte de sua obra se dedica a analisar o papel da mulher na sociedade. Em 1985, lançou o curta-metragem documental "A Rocinha Tem Histórias" que ganhou o prêmio de melhor direção no Festival de Brasília e Gramado [2].

Por conta de sua atuação aglutinadora junto à classe cinematográfica, Eunice Gutman foi presidente da Associação Brasileira de Documentaristas (ABD/RJ) entre 1985 e 1987, além de sócia-fundadora da ABRACI — Associação Brasileira de Cineastas [3], onde participa, atualmente, da diretoria. Organizou também, com outras cineastas, o Coletivo de Mulheres de Cinema e Vídeo do Rio de Janeiro.[carece de fontes?]

Entre 2005 e 2007 realizou filmes para o Projeto Memória Viva do CEDIM [4], então Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro. E em março de 2015 recebeu o Prêmio Leolinda Daltro, em sessão solene na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.[carece de fontes?]

Seu último filme lançado foi o longa “Luzes, Memória, Mulheres e Ação” que foi exibido na 4ª Mostra de Cinema de Mulher[5], realizada em Franco da Rocha (SP). O filme narra episódios do movimento das mulheres no Brasil e no mundo, passando por diferentes etapas de lutas, da Revolução Francesa às primeiras manifestações no início do século XX. O filme transita entre entrevistas, cenas teatrais e imagens históricas.[carece de fontes?]

Filmografia editar

Como Diretora editar

  • E O Mundo era Muito Maior que a Minha Casa (1976)
  • Com Choro e Tudo na Penha (1978)
  • Anna Letycia (1979)
  • Só no Carnaval ( 1982)
  • Vida de Mãe é Assim Mesmo? (1983)
  • A Rocinha tem Histórias (1985)
  • Duas Vezes Mulher (1985)
  • Tempo de Ensaio (1986)
  • Mulheres, Uma Outra História (1988)
  • Benedita da Silva (1990-1991)
  • Amores de Rua (1994)
  • Femenino Sagrado (1995)
  • Segredos de Amor (1998)
  • Palavra de Mulher (1999-2000)
  • Outro Lado do Amor (2000-2003)
  • Nos Caminhos Do Lixo (As Catadoras de Jacutinga) (2009)

Como Editora editar

  • Intimidade (1975)
  • Os Doces Bárbaros (1977)
  • O Samba da Criação do Mundo (1979)
  • O Bandido Antônio Dó (1980)
  • Corações a Mil (1981)
  • O Mágico e o Delegado (1983)

Referências

  1. a b Susana Fuentes (2016). «Um novo olhar para o envelhecimento na obra de Eunice Gutman». Revista Graphos. 18 (1): 66-75. ISSN 1516-1536. Consultado em 29 de outubro de 2020 
  2. Rocinha Tem Histórias, Cinemateca Brasileira.
  3. Gutman
  4. Memória Viva do CEDIM homenageia Maria Prestes, O Saquá, 18 de abril de 2011
  5. memória, mulheres e ação (RJ), Medium, 15 de março de 2019