Fazenda Vila Brandina


Fazenda cafeeira fundada em 1806 e que pertenceu ao tenente-coronel Joaquim Aranha Barreto de Camargo[1]. A propriedade passou por vários proprietários, a maior parte herdeiros e após desmembramentos, uma parte das terras é onde hoje se localiza o Shopping Iguatemi de Campinas[1]..

História editar

(Engenho-Fazenda Mato Dentro de Baixo). Em Campinas, em terras destacadas do Engenho do Mato Dentro, fundado em 1806, pelo tenente-coronel Joaquim Aranha Barreto de Camargo, depois sendo proprietária sua filha a viscondessa de Campinas, Maria Luzia de Sousa Aranha, e, pela titular doadas à filha Maria Brandina, casada em 1836 com Álvaro Xavier de Camargo e Silva, que fundou a fazenda naquele mesmo ano[1].

Em 1885 a fazenda pertencia à viúva Maria Brandina de Sousa Aranha, com 230 mil pés de café em terra massapé, dispondo de máquina de benefício a água e terreiros atijolados[1].

Em 1900, falecida Maria Brandina, pertencia a Cândido Álvaro & Irmão (Antônio Álvaro de Sousa Camargo), com produção de 9 mil arrobas de café[1].

Em 1914, pertencia a Antônio Álvaro, sob a razão de Antônio Álvaro & Bueno, ficando depois só na propriedade do primeiro, que, falecido, deixando para os filhos a fazenda, ela se tornou de um adquirente das partes dos demais, Lafayette Álvaro de Sousa Camargo, prefeito de Campinas, casado com sua prima, Odila Egídio de Sousa Santos[1].

O casal Lafayette e Odila, sem descendência e proprietário de três fazendas, transformou-a em fazenda de criar gado puro holandês, e de produzir leite o qual era distribuído gratuitamente às crianças carentes, dando ao imóvel o nome de Vila Brandina[1]. A fazenda produzia leite tipo A e parte dessa renda era destinada às crianças de famílias necessitadas. Em 1958, a Fundação “Odila e Lafayette Álvaro” foi criada e tinha como objetivo dar assistência social aos pobres. Em 1964, a Fundação "Odila e Lafayette Álvaro" se une à FEAC, tornando-se a Fundação FEAC[2].

A fazenda cafeeira que depois foi transformada em produtora de gado, também foi granja e até começou a criar cavalos de puro sangue inglês, cavalos de corrida, uma vez que Lafayette era apaixonado pelo Jóquei[2].

Lafayette faleceu em 1967, na partilha dos bens o casal destinou a fazenda Santa Luzia aos herdeiros dele; a fazenda Santa Odila, aos herdeiros dela; e a fazenda Vila Brandina à "Fundação Odila e Lafayette Álvaro", para que ela continuasse na distribuição de leite às crianças necessitadas[1].

Em terras da antiga fazenda vila Brandina, no bairro do mesmo nome, Vila Brandina, o primeiro shopping center de Campinas, o Shopping Iguatemi[1].

Fundação FEAC editar

Em 1958, o casal Lafayette apresenta a intenção de oferecer a Fazenda Brandina como patrimônio para viabilizar trabalhos de cunho social, possibilitando a promoção humana e o bem-estar social[3]. Essa cerimônia tornou o projeto uma realidade dando o impulso inicial para a criação da Fundação FEAC (Federação das Entidades Assitenciais de Campinas) em 1964[4].

Durante os anos de 1970, a Fundação já possuía integrada à sua rede em torno de 35 entidades e passou a atuar nas causas relacionadas à defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes. Com os frutos da gestão do patrimônio com que foi criada, a FEAC conseguiu ampliar sua rede de parcerias chegando a 95 em 1990. Também foi nesse período que passou a focar na prestação de serviços, em assessoramento técnico, financeiro e administrativo às entidades assistenciais, contribuindo para o fortalecimento do terceiro setor[4].

Referências

  1. a b c d e f g h i Pró-Memória Campinas-SP, em 25 de março de 2007
  2. a b «Pró-Memória de Campinas-SP». pro-memoria-de-campinas-sp.blogspot.com. Consultado em 27 de março de 2021 
  3. Santos, Jorge (23 de novembro de 2018). «Cerimônia marca 60 anos do ato que originou a Fundação Odila e Lafayette Álvaro » Fundação FEAC». Fundação FEAC. Consultado em 27 de março de 2021 
  4. a b Santos, Jorge. «Fundação FEAC » Nossa história». Fundação FEAC. Consultado em 27 de março de 2021 

Bibliografia editar

  • PUPO, Celso Maria de Mello – Campinas, Município do Império, Imprensa Oficial do Estado S.A., São Paulo, pg.184.

Ver também editar