Fernão Bermudes de Trava

Fernão Bermudes de Trava (antes de 1142 - c.1209), foi um rico-homem galego e senhor de várias tenências em Portugal.[1]

Fernão Bermudes de Trava
Tenente régio
Reinado Leão:

Portugal:

  • Viseu:1173-80; 1183-86; 1186-87; 1187-94; 1194-1209
  • Trancoso:1173-80; 1183-84; 1184-93; 1193-95; 1196-97; 1197-99; 1199-1200; 1200-08; 1208-09
  • Guarda:1173-87; 1187-96; 1196-99; 1199-1203; 1203-07; 1207-09
Nascimento Antes de 1142
Morte c.1209
Dinastia Trava
Pai Bermudo Peres de Trava
Mãe Urraca de Portugal
Religião Catolicismo romano
Brasão

Biografia

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Fernão era filho do magnate galego Bermudo Peres de Trava, da família de Trava, uma das mais influentes famílias da Galiza medieval, e da infanta portuguesa Urraca Henriques de Portugal[2][3]. Bermudo fora amante da rainha Teresa de Leão, e Urraca era uma das filhas desta do seu casamento com o conde Henrique de Borgonha. Fernão era, portanto, sobrinho de Afonso Henriques, que viria a tornar-se no primeiro rei de Portugal.

A primeira notícia de Fernão deverá ser de 4 de fevereiro de 1142, quando confirma o testamento paterno com os seus irmãos [4]. Confirmou também com os irmãos, a 13 de setembro de 1145, uma doação da irmã, Urraca Bermudes I de Trava, da Igreja de Xonroso ao Mosteiro de Sobrado[4].

Entre Galiza e Portugal

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Fernão parece ter sucedido a seu pai em várias tenências na Galiza[5], sobretudo na de Caamouco[6], sabendo-se que não terá doado bens ao mosteiro situado nesta terra[2]. Contudo, a 15 de dezembro de 1165, participa na doação conjunta de vários filhos de Bermudo Peres de Trava das salinas de Mariñán, em Bergondo (Galiza) ao Mosteiro de Sobrado[2].

Fernão parece ter também frequentado a corte portuguesa, confirmando vários documentos de Afonso I de Portugal, e exercendo governos longos nas importantes tenências de Viseu, Guarda e Trancoso , assinando geralmente como conde D. Fernando, sobrepondo-se em vários casos a outros tenentes que para lá eram apontados[7].

Fernão deixa de assinar documentação curial a partir de 1209, pelo que terá abandonado a corte e falecido pouco depois.

Referências

Bibliografia

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  • Gayo, Manuel José da Costa Felgueiras, Nobiliário de Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, vol. IV-pág. 377 (Coelhos).
  • López-Sangil, José Luis (2002). La nobleza altomedieval gallega, la familia Froílaz-Traba (em espanhol). A Coruña: Toxosoutos, S.L. ISBN 84-95622-68-8 
  • Mattoso, José (1994). A Nobreza Medieval Portuguesa - A Família e o Poder. Lisboa: Editorial Estampa. ISBN 972-33-0993-9 
  • Ventura, Leontina (1992). A nobreza de corte de Afonso III. II. Coimbra: Universidade de Coimbra