Floresta Fóssil de Teresina

patrimônio localizado no Brasil
(Redirecionado de Floresta Fóssil no Rio Poti)

A Floresta Fóssil de Teresina é um sítio paleontológico localizado nas margens do Rio Poti, na área urbana de Teresina, Piauí, com madeira fossilizada do período Permiano (aprox. 280-270 milhões de anos atrás). Destaca-se por possuir vários troncos petrificados em posição de crescimento, e por ser o único sítio paleontológico dentro de uma capital brasileira.

Geoparque Floresta Fóssil de Teresina
Categoria III da IUCN (Monumento Natural)
Floresta Fóssil de Teresina
Vista panorâmica da Floresta Fóssil.
Localização Piauí, Brasil Brasil
Dados
Área 13 hectares
Visitantes 50.000
Gestão Prefeitura de Teresina
Coordenadas 5° 5' 20" S 42° 48' 7" O
Geoparque Floresta Fóssil de Teresina está localizado em: Brasil
Geoparque Floresta Fóssil de Teresina

Histórico editar

Foi descoberta no ano de 1909 pelo geólogo Miguel Arrojado Lisboa.[1] Estudos posteriores foram realizados, revelando a presença de vários troncos em posição de vida e de uma espécie nova para a ciência.[2] O sítio paleontológico foi transformado em Parque Municipal no dia 8 de janeiro de 1993 e tombado pelo Ministério de Cultura no 25 de outubro de 2010.[3]

Fósseis editar

 
Gimnosperma em posição de vida na Floresta Fóssil de Teresina.

As plantas fósseis predominantes são as gimnospermas e em menor número, as pteridófitas. As espécies reconhecidas são Psaronius sp.[1] e Teresinoxylon eusebioi.[2] Muitas plantas são encontradas em posição vertical, ou seja, em posição de vida ou de crescimento, o que significa que se tornaram fósseis no lugar exato em que viveram. A preservação dos fósseis deu-se através da incorporação de sílica, um processo conhecido como silicificação. Recentemente, foram reportados também estromatólitos.[4]

Geologia e Idade editar

A Floresta Fóssil de Teresina constitui um afloramento rochoso da Formação Pedra de Fogo,[5][6] sendo parte da Bacia Sedimentar do Parnaíba. Esta formação é caracterizada pela presença abundante de oólitos e sílex. A presença da samambaia Psaronius sp., a qual tem sido também encontrada na Alemanha e em outras regiões do supercontinente da Pangéia, tem permitido a atribuição de uma idade permiana à Formação Pedra de Fogo através da correlação bioestratigráfica.

 
Tronco fóssil em Teresina

Importância editar

A Floresta Fóssil de Teresina destaca-se por possuir vários troncos em posição de vida. Embora são conhecidas outras ocorrências de troncos fósseis em várias regiões da Bacia Sedimentar do Parnaíba,[6][7] só em Teresina têm sido encontrados troncos em posição de vida.[2] O achado de plantas fósseis em posição de crescimento é muito importante por aportar informações valiosas para interpretar o ambiente e a ecologia de épocas passadas. Esta floresta fóssil destaca-se também por constituir o único sítio paleontológico do Brasil localizado dentro de uma capital, representando assim um curioso exemplo de fósseis num contexto urbano.

 
Gimnosperma em posição de vida na Floresta Fóssil de Teresina.

Proteção do sítio e visitação editar

Embora protegida por lei, a Floresta Fóssil de Teresina encontra-se ameaçada por diversas ações humanas, tais como frequentes incêndios, lançamento de esgoto, pichação, e outros tipos de depredação. A Floresta Fóssil de Teresina não dispõe de vigilância, nem de guias, informação ou infraestrutura para receber visitantes. Em fevereiro de 2020, a Prefeitura Municipal de Teresina anunciou o começo das obras de infraestrutura do Parque Floresta Fóssil e do futuro Museu de Paleontologia no local[8].

Referências

  1. a b Lisboa, M.A. (1914), Permian geology of northern Brazil, American Journal of Science, p. 425-443.
  2. a b c Caldas, E.B. et al. (1989), Nota sobre a ocorrência de uma floresta petrificada de idade permiana em Teresina, Piauí[ligação inativa], Boletim IG-USP: Publicação Especial, v. 7, p. 69-87
  3. Brasil (2010) Diário Oficial da União, Seção 1, n. 206, p. 16
  4. http://www.ufpi.br/noticia.php?id=22183
  5. Plummer, F.B., Price, L.I, Gomes, F. de A. (1948) Estados do Maranhão e Piauí. Em: Brasil, Conselho Nacional do Petróleo, Relatório de 1946, Rio de Janeiro, p. 87-134
  6. a b Santos, M.E. de C.M. e Carvalho, M.S. de S (2004) Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luis: Reconstituições Paleobiológicas
  7. Dias-Brito, D., Rohn, R., Castro, J.C. de, Dias, R.R., Rössler, R. (2007) Floresta Petrificada do Tocantins Setentrional: O mais exuberante e importante registro florístico tropical-subtropical permiano no Hemisfério Sul. In: Winge, M., Schobbenhaus, C., Berbert-Born, M., Queiroz, E.T., Campos,D.A., Souza,C.R.G., Fernandes,A.C.S. (Edit.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil Arquivado em 11 de outubro de 2007, no Wayback Machine.
  8. «Iniciada a obra do Parque Floresta Fóssil e Museu de Paleontologia | Prefeitura Municipal de Teresina». Consultado em 8 de setembro de 2020 

Ligações externas editar

Monumento Natural das Árvores Fossilizadas[ligação inativa] Informação sobre a floresta fóssil do Tocantins setentrional, do período Permiano.

Ver também editar