Floresta Nacional do Trairão

Floresta Nacional do Trairão de nível Federal, localizado (a) em Altamira (PA), Itaituba (PA), Rurópolis (PA), Trairão (PA)
Floresta Nacional do Trairão
Nome oficial
Floresta Nacional do Trairão
Geografia
País
Unidade federativa
Área
2 575,3 km2
Coordenadas
Funcionamento
Estatuto
História
Fundação
Mapa

A Floresta Nacional do Trairão (FLONA do Trairão) é uma Unidade de Conservação situada no estado do Pará, Brasil. Está inserido na categoria de Unidade de Conservação de Uso Sustentável, com instância responsável federal [1].

Criação editar

Criada em 2006 pelo Decreto s/nº, de 13 de fevereiro de 2006, a criação da FLONA ocorreu com os objetivos básicos de proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais [2].

Trairão foi criada em 2006 dentro de um pacote de medidas para conter o desmatamento ao longo da BR-163, rodovia federal que estava sendo asfaltada e trazia mais movimento e olhares desenvolvimentistas para a região.

Informações geográficas editar

Com uma área de 257.482,00 de hectares, a Floresta Nacional situa-se no bioma amazônico e sua jurisdição legal está vinculada à Amazônia Legal [3].

Os município(s) do Pará no(s) qual(is) incide a Unidade de Conservação,e as suas respectivas correspondências de quanto englobam a UC, são [4]:

  • Rurópolis - 22,96%
  • Trairão - 69,48%
  • Itaituba - 7,56%

Características biológicas editar

Fitofisionomia editar

As vegetações predominantes local são: Floresta Ombrófila Aberta e Floresta Ombrófila Densa Presentes no bioma aamazônico, as vegetações caracterizam-se pela vegetação de folhas largas e perenes e por chuvas abundantes e frequentes [5].

Bacia hidrográfica editar

A UC possui território total na Bacia Hidrográfica do Tapajós, com 97,59 % do total, e na Bacia Hidrográfica do Xingu (2,41 % do total) [6].

Bioma editar

A UC possui sua área total inserida no bioma amazônico [6].

Fauna e flora editar

Por ser uma região de transição entre a Floresta Ombrófila Densa e a Floresta Ombrófila Aberta, apresenta uma rica biodiversidade. Por exemplo, duas espécies registradas no ZEE da BR-163 estão na lista de espécies ameaçadas de extinção, sendo a Bowdichia nitida H.B.K. (sucupira) e Bertholletia excelsa HBK (castanheira). Ambas tem ocorrência na Flona do Trairão e contam com o desafio de permanência e perpetuação da espécie pela comercialização ilegal da madeira [3].

Gestão editar

Criado em 2009, o conselho é consultivo, podendo, junto ao órgão gestor (ICMBIO) Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, acompanhar a elaboração, a implantação e a revisão do Plano de Manejo (Lei 9985/00 art. 18. § 5° e decreto 4340/02 art. 20 inciso II). O conselho consultivo pode também opinar sobre contratações e os dispositivos do termo de parceria com Organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip) [7].

Plano de manejo editar

A Floresta Nacional do Trairão conta com um Plano de Manejo, elaborado em 2010. Em tal volume mais recente, estão as ações a serem desenvolvidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para que a Flona atinja os seus objetivos de manejo. [1][5]

Principais programas e conquistas editar

Como principais programas de manejo existentes na Flona, tem-se os seguintes, cujos principais objetivos encontram-se descritos em seguida [2]:

  • Programa de Administração e Comunicação: Garantir o funcionamento da Flona no que se refere aos recursos humanos, à infraestrutura, equipamentos, organização e controle dos processos administrativos e financeiros;
  • Programa de Pesquisa : Definir as linhas de pesquisa condizentes com a necessidade de conhecimento sobre a UC e zona de amortecimento, a serem detalhados em projetos específicos;
  • Programa de Manejo Florestal : Promover o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais madeireiros e não madeireiros.
  • Programa de Monitoramento Ambiental : Registrar e avaliar os resultados de fenômenos como alterações naturais ou induzidas na Flona e seu entorno com vistas ao manejo e proteção da área.
  • Programa de Incentivo às Alternativas de Desenvolvimento e Regularização Ambiental da Zona de Amortecimento : Promover e apoiar a regularização ambiental das pequenas propriedades rurais que se encontram na Zona de Amortecimento e também, promover a integração da Flona do Trairão com áreas destinadas aos projetos de assentamento existentes, por exemplo;
  • Programa de Recuperação de Ambientes Degradados : Estimular a recuperação ou restauração de áreas degradadas;
  • Programa de Interpretação e Educação Ambiental : Criar, integrar e implementar atitudes de respeito e proteção aos recursos naturais e culturais da UC e sua zona de amortecimento;
  • Programa de Regularização Fundiária : Realizar um diagnóstico acerca da situação fundiária da Flona, definindo estratégias para a efetivação do domínio e da posse da área
  • Programa de Proteção e Fiscalização : Proteger os limites da Flona e seus recursos naturais contra medidas que possam causar impacto na UC.

Além dos programas existentes que contribuem para a estruturação da Unidade de Conservação, outros pontos significativos são considerados como fortes e promissores para o local, como a existência de cobertura florestal na quase totalidade da área da Flona e a consequente diversidade biológica atestada nos levantamentos de riqueza de fauna.

Socioambiental editar

Como forma de contribuir com a consolidação da Unidade, a predisposição dos moradores do entorno para desenvolver as atividades produtivas de forma legalizada e a percepção positiva da sociedade do entorno com relação à criação da Flona, ressaltam a necessidade de desenvolver o sentimento de pertencimento local, para valorização do ser, das atividades e do ambiente como um todo [4].

Principais ameaças editar

Exploração ilegal de madeira editar

Com o total identificado de desmatamento acumulado até 2021 sendo de 4165 hectares, a FLONA apresenta como uma das principais ameaças a exploração ilegal de madeira [8].

Mineração e regularização fundiária editar

Outros pontos que ainda merece atenção são a exploração de minérios na área, a regularização fundiária (considerando a existência de propriedades produtivas no interior da Flona e a sobreposição com os Projetos de Desenvolvimento Sustentável locais existentes(PDS).

Falta de representatividade do concelho consultivo editar

Outro aspecto identificado como ponto que dificulta a gestão da Unidade é que algumas pessoas ou grupos econômicos que atuam no interior da Flona não possuem representação no Conselho Consultivo da Flona, distanciando muitas vezes, as necessidades da realidade com a possível cominicação com o agente solucionador do problema.

Referências

  1. a b MENDES-PINTO, Telemaco Jason; SOUZA, Sergio Marques de. Preliminary assessment of amphibians and reptiles from Floresta Nacional do Trairão, with a new snake record for the Pará state, Brazilian Amazon. Salamandra, v. 47, n. 4, p. 199-206, 2011.
  2. a b BRANDÃO, Fernanda Colares; DA SILVA, Luis Mauricio Abdon. Conhecimento ecológico tradicional dos pescadores da Floresta Nacional do Amapá. Scientific Magazine UAKARI, v. 4, n. 2, p. 55-66, 2009.
  3. a b KUNZ, Sustanis Horn et al. Aspectos florísticos e fitossociológicos de um trecho de Floresta Estacional Perenifólia na Fazenda Trairão, Bacia do rio das Pacas, Querência-MT. Acta amazonica, v. 38, p. 245-254, 2008.
  4. a b MENDES-PINTO, Telêmaco Jason et al. First record of Platemys platycephala melanonota Ernst, 1984 (Reptilia, Testudines, Chelidae) for the brazilian Amazon. Revista de Ciências Ambientais, v. 5, n. 2, p. 103-107, 2012.
  5. a b MENDES-PINTO, Telemaco Jason; SOUZA, Sergio Marques de. Preliminary assessment of amphibians and reptiles from Floresta Nacional do Trairão, with a new snake record for the Pará state, Brazilian Amazon. Salamandra, v. 47, n. 4, p. 199-206, 2011.
  6. a b ANDRADE, Dárlison Fernandes et al. Inventário florestal de grandes áreas na Floresta Nacional do Tapajós, Pará, Amazônia, Brasil. 2015.
  7. BRANDÃO, Fernanda Colares; DA SILVA, Luis Mauricio Abdon. Conhecimento ecológico tradicional dos pescadores da Floresta Nacional do Amapá. Scientific Magazine UAKARI, v. 4, n. 2, p. 55-66, 2009.
  8. OLIVEIRA, Aline Lopes de. O uso do modelo linear de mistura espectral como subsídio ao monitoramento de corte seletivo na Floresta Nacional do Trairão/PA. 2015.