Forças Armadas do Povo Congolês

grupo rebelde baseado na região de Ituri, na República Democrática do Congo, ativo entre aproximadamente 2003 e 2005

Forças Armadas do Povo Congolês (em francês: Forces armées du Peuple congolais, FAPC) foram um grupo rebelde baseado na região de Ituri, na República Democrática do Congo, entre aproximadamente 2003 e 2005. Foi um beligerante no conflito de Ituri. No seu auge, o grupo possuiu aproximadamente 2.000 a 3.000 combatentes. [1]

As Forças Armadas do Povo Congolês foram formadas em março de 2003.[2] O grupo foi apoiado pelo governo ugandense de Yoweri Museveni, que estava tentando sustentar seus próprios interesses no leste do Congo após sua retirada militar formal da região em 2002. [3] Originalmente, o governo ugandense havia apoiado o grupo rebelde União dos Patriotas Congoleses (Union des Patriotes Congolais, UPC), mas as relações foram rompidas depois que a UPC buscou ajuda do regime ruandês. [4] As FAPC foram fundadas e lideradas por Jérôme Kakwavu, um ex-membro de vários grupos rebeldes, incluindo a UPC, com o apoio do general ugandense Salim Saleh. [5] A milícia esteve operacional em torno de Aru, Ariwara e Mahagi ao longo da seção da fronteira congolesa-ugandense ao norte do Lago Albert. A região é conhecida por ter ricos recursos de ouro e madeira. [2]

Ao contrário da maioria dos grupos rebeldes ativos no leste do Congo, as FAPC não invadiram ou intimidaram populações civis e, ao invés disso, tentaram criar uma administração similar a estatal para arrecadar dinheiro. [6] Não pretendia derrubar o governo congolês, mas manter o controle da região fronteiriça que ocupava. [7] O grupo priorizou o comércio e o contrabando transfronteiriço de minerais de conflito, especialmente o ouro, para Uganda, o que correspondiam a uma estimativa de 1 a 2 milhões de dólares estadunidenses a cada mês em 2004. [8]

Sob pressão da MONUC, a missão de manutenção da paz das Nações Unidas, as FAPC foram forçadas a se dissolverem. [9] O processo começou em 6 de março de 2005 e alguns de seus membros, incluindo Kakwavu, foram integrados as forças armadas congolesas. Alguns rebeldes das FAPC fugiram para o exílio. [9]

Referências editar

  1. Titeca 2011, p. 50.
  2. a b Titeca 2011, p. 44.
  3. Titeca 2011, pp. 44; 48.
  4. Titeca 2011, p. 48.
  5. Titeca 2011, p. 49.
  6. Titeca 2011, pp. 44-5.
  7. Titeca 2011, pp. 49-50.
  8. Titeca 2011, p. 52.
  9. a b Titeca 2011, pp. 50-1.

Bibliografia editar

Ligações externas editar

  • Human Rights Watch (HRW) - « En quête de justice : poursuivre les auteurs de violences sexuelles commises pendant la guerre au Congo». [1]