Formação Ranquil

Formação Ranquil é uma formação sedimentar do Mioceno e do Plioceno situada na Província de Arauco, no centro-sul do Chile, incluindo afloramentos na Ilha Mocha. A formação tem suas maiores espessuras no sudoeste, onde seus sedimentos foram largamente depositados em condições marinhas. Ela se sobrepõe a formações sedimentares inconformadas do Grupo Lebu, do Paleoceno - Eoceno.[1] A formação faz parte do preenchimento da Bacia de Arauco, que é uma bacia sedimentar que se expande até o sul de Concepción.[2]

Formação Ranquil

Os macrofósseis da formação são parecidas aos das Formações Navidad e Lacui, duas formações marinhas próximas do Mioceno.[3]

O suporte da Formação Ranquil é a chamada "discordância principal", que se acredita ter sido gerada por erosão durante uma época de inversão tectônica.[4]

A formação foi determinada pela primeira vez em 1942 por Juan Tavera.[1]

Unidades editar

A formação foi subdividida em cinco unidades, sendo a mais baixa composta de arenito e xisto,sendo a segunda mais baixa composta por um conglomerado. A unidade do meio é feita de pedra de lama e arenito maciço. Em alguns lugares, a unidade do meio é sobreposta por uma unidade composta de arenito com finas camadas de conglomerado e arenito que foi bioturbatada. A unidade superior inclui uma breccia e o chamado arenito Huenteguapi.[2] Os sedimentos de arenito huenteguapi evidenciam que um megatsunami atingiu a costa do centro-sul do Chile no Plioceno.,[2]

Conteúdo fóssil editar

A Formação Ranquil contém os seguintes traços fósseis: Zoophycos, Contritos, Ficosiphon, Nereites missouriensis, Lockeiasiliquaria, Parataenidium, Ophiomorpha, Rhizocorallium e possivelmente também Psammichnites.[5]

Referências

  1. a b García A., Floreal (1968). Ceccioni, ed. El Terciario de Chile Zona Central. Ediorial Andrés Bello (em espanhol). Santiago de Chile: [s.n.] pp. 25–57 
  2. a b c Le Roux, J.P.; Nielsen, Sven N.; Kemnitz, Helga; Henriquez, Álvaro (2008). «A Pliocene mega-tsunami deposit and associated features in the Ranquil Formation, southern Chile» (PDF). Sedimentary Geology. 203: 164–180. doi:10.1016/j.sedgeo.2007.12.002. Consultado em 11 de abril de 2016 
  3. Finger, Kenneth L.; Nielsen, Sven N.; Devries, Thomas J.; Encinas, Alfonso; Peterson, Dwan E. (2007). «Paleontologic evidence for sedimentary displacement in Neogene forearc basins of Central Chile» (PDF). Palaios. 22: 3–16. doi:10.2110/palo.2005.p05-081r. Consultado em 28 de abril de 2016 
  4. Becerra, Juan; Contreras-Reyes, Eduardo; Arriagada, César (2013). «Seismic structure and tectonics of the southern Arauco Basin, south-central Chile (~ 38°S)». Tectonophysics. 592: 53–66. doi:10.1016/j.tecto.2013.02.012 
  5. Le Roux, Jacobus P.; Nielsen, Sven N.; Henríquez, Álvaro (2008). «Depositional environment of Stelloglyphus llicoensis isp. nov.: a new radial trace fossil from the Neogene Ranquil Formation, south-central Chile». Revista geológica de Chile. 35 (2): 307–319. doi:10.5027/andgeov35n2-a06 . Consultado em 29 de julho de 2016