Forte de São Gonçalo do Rio Vermelho

fortaleza demolida em Salvador, Bahia
 Nota: Para outros significados de Rio Vermelho, veja Rio Vermelho.

O Forte de São Gonçalo do rio Vermelho localizava-se na foz do rio Vermelho, a cerca de seis quilômetros ao norte do centro histórico de Salvador, no litoral do estado brasileiro da Bahia.

Forte de São Gonçalo do rio Vermelho
Forte de São Gonçalo do Rio Vermelho
Vista da praia do Rio Vermelho, Salvador (Bahia)
Construção D. Maria I (1798)
Aberto ao público Não

História editar

Antecedentes editar

Remonta a um primitivo reduto (Reduto do rio Vermelho) para proteção daquele ancoradouro, abandonado e em ruínas em 1759.

O forte setecentista editar

A partir de 1798, durante o governo de D. Fernando de Aguiar, foi reconstruído (SOUZA, 1885:95) em alvenaria de pedra e cal sob a invocação de São Gonçalo (Forte de São Gonçalo), sendo artilhado com seis peças de ferro de calibre 6 libras e uma de 4 (BARRETTO, 1958:169). Figura em projeto da época (fins do século XVIII) como Novo Forte do Rio Vermelho, apresentando o desenho de um polígono irregular com treze canhoneiras e dependências de serviço sobre o terrapleno.

O século XIX editar

Também conhecido como Forte do rio Vermelho, o seu desarmamento havia sido aconselhado em 1809 (SOUZA, 1885:95). Acredita-se que o autor tenha se baseado no "Parecer sobre a fortificação da Capital", do Brigadeiro José Gonçalves Leão, presidente da Junta encarregada pelo Governador da Bahia, naquele ano, de propor as obras necessárias para a defesa da península e do Recôncavo (in: ACCIOLI. Memórias Históricas da Bahia. Vol. VI. p. 179 e segs).

Foi percebida em 1859 pelo Imperador D. Pedro II (1840-1889), que registrou em seu diário de viagem:

"2 de Novembro - (...) Às 5 1/4 fui ao Rio Vermelho. O caminho é muito lindo, atravessando-se diversas chácaras, ainda que, pela maior parte, mal tratadas, e a praia de onde se descobre o forte de Santo Antônio da Barra, de um pitoresco majestoso. Estive perto das ruínas de um forte, achando-se ainda uma peça, aliás muito estragada, deixada no chão." (PEDRO II, 2003:180)

No contexto da Questão Christie (1862-1865), o "Relatório do Estado das Fortalezas da Bahia" ao Presidente da Provincia, datado de 3 de agosto de 1863, dá-o como nunca tendo sido concluído, citando:

"No lugar da costa assim denominado, distante duas mil braças da Fortaleza de Santo Antônio da Barra, existem sete lances de muralhas com o desenvolvimento de seiscentos e doze palmos, ligados e formando entre si cinco [ângulos] salientes e um reentrante, de alvenaria forte e bem conservada, que pareciam destinadas a formar um Reduto naquele ponto, cuja construção julgo ter sido sustada de modo que apresenta o perímetro incompleto para o lado do mar.
À exceção das referidas muralhas que podem ser aproveitadas, tudo o mais há por fazer." (ROHAN, 1896:51, 55-56)

Bibliografia editar

  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368p.
  • FALCÃO, Edgard de Cerqueira. Relíquias da Bahia (Brasil). São Paulo: Of. Gráficas Romili e Lanzara, 1940. 508 p. il. p/b
  • GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
  • PEDRO II, Imperador do Brasil. Viagens pelo Brasil: Bahia, Sergipe, Alagoas, 1859-1860 (2ª ed.). Rio de Janeiro: Bom Texto; Letras e Expressões, 2003. 340 p. il.
  • ROHAN, Henrique de Beaurepaire. Relatorio do Estado das Fortalezas da Bahia, pelo Coronel de Engenheiros Henrique de Beaurepaire Rohan, ao Presidente da Província da Bahia, Cons. Antonio Coelho de Sá e Albuquerque, em 3 ago. 1863. RIGHB. Bahia: Vol. III, nr. 7, mar/1896. p. 51-63.
  • SOUSA, Augusto Fausto de. Fortificações no Brazil. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p. 5-140.

Ver também editar

Ligações externas editar