Francisco Afonso da Costa Chaves e Melo

Francisco Afonso da Costa Chaves e Melo (Ponta Delgada, 24 de Agosto de 1797 — Ponta Delgada, 14 de Janeiro de 1863) foi um intelectual e político açoriano que, entre outras funções, exerceu os cargos de governador civil do Distrito de Ponta Delgada e de deputado às Cortes. Publicou obras sobre política e história. Era membro da Maçonaria.

Francisco Afonso Chaves e Melo
7.º Governador Civil do Distrito de Ponta Delgada
Período 22 de outubro de 1842
a 17 de abril de 1844
Antecessor(a) Nicolau Anastácio de Bettencourt
Sucessor(a) José Caetano Canto e Medeiros
Dados pessoais
Nome completo Francisco Afonso da Costa Chaves e Melo
Nascimento 24 de agosto de 1797
Ponta Delgada, Portugal
Morte 14 de janeiro de 1863 (65 anos)
Ponta Delgada, Portugal
Nacionalidade português
Profissão político, escritor

Biografia editar

Era filho primogénito do morgado e fidalgo da Casa Real Inácio Joaquim da Costa Chaves e Melo e de sua mulher Antónia Isabel Cândida de Sousa. Apesar de discordar abertamente da instituição vincular, foi morgado e administrador de vários vínculos até à sua extinção e um dos maiores proprietários fundiários da ilha de São Miguel.

Aderiu ao ideário liberal durante o vintismo, tendo feito parte da Maçonaria e do partido cartista. Foi eleito deputado pela Província Oriental dos Açores para as legislaturas de 1834 a 1840 e de 1840 a 1842, demonstrando no parlamento dotes de oratória e de escrita acima do comum.

Foi um dos defensores da separação administrativa dos Açores em circunscrições separadas como forma de evitar a hegemonia de qualquer das cidades açorianas sobre as restantes. Foi um dos proponentes da legislação que permitiu a construção do molhe do porto de Ponta Delgada.

Foi governador civil do Distrito de Ponta Delgada, ocupando o cargo entre 22 de Outubro de 1842 e 17 de Abril de 1844.

Colaborou assiduamente na imprensa de Ponta Delgada, fundou o periódico O Constitucional Micaelense e foi autor de diversas obras de cariz político e histórico.

Foi neto do historiador Francisco Afonso de Chaves e Melo e pai do meteorologista e naturalista Francisco Afonso Chaves.

Obras publicadas editar

  • Resposta ao folheto intitulado: Fundamentos do Projecto do Decreto para Abolição dos Vínculos na Ilha de São Miguel e Mais Ilhas dos Açores, do deputado João Bento de Medeiros Mântua (1822);
  • Epítome das Épocas e Circunstâncias mais Notáveis do Governo das Ilhas dos Açores desde o Descobrimento até 1835 (1835);
  • Memória apologética dos Deputados pela Província Oriental dos Açores oferecida aos seus constituintes (1835);
  • Reflexões e críticas de um micaelense (1822);
  • Memória histórica sobre as ilhas dos Açores como parte da Monarquia Portuguesa (1821) (atribuição incerta: será da autoria do desembargador Roque Francisco Furtado de Melo);

Referências editar

  • Urbano de Mendonça Dias, Literatos dos Açores, Editorial Ilha Nova, Vila Franca do Campo, 2005 (2.ª edição), pp. 79-82.
  • Francisco de Ataíde Machado de Faria e Maia, Novas páginas da história micaelense, Ponta Delgada, 1948.
  • Maria Filomena Mónica (coordenadora), Dicionário Biográfico Parlamentar 1834-1910, vol. II, p. 840, Assembleia da República, 2005.