Francisco Inácio de Andrade Goulart

Francisco Inácio de Andrade Goulart (Santana do Garambéu, 15 de junho de 1817Guarará, 3 de outubro de 1896) foi um proprietário rural brasileiro[1]. Foi agraciado com o título de Barão de Mar de Espanha[2] [3] em 23 de dezembro de 1887, juntamente com o 2º barão de Catas Altas e o Barão de Rio Pardo. [4], por decreto da princesa Isabel.

Francisco Inácio de Andrade Goulart
Cidadania Brasil

Biografia editar

Natural Santana do Garambéu, Francisco era filho do Cap. Manuel Goulart de Andrade e Francisca Inácia Franco. O pai de Francisco nasceu em 30 de junho de 1775 na capela de Santana do Garambéu, e morreu em 5 de junho de 1850 em Rochedo de Minas.

Já pelos idos de 1860 o nome de Francisco figura entre os grandes fazendeiros no distrito do Espírito Santo do Mar de Espanha.

Conforme atesta o historiador Mauro Senra [5] o título de barão de Mar de Espanha era igualmente aspirado pelo Comendador Simplício José Ferreira da Fonseca que teve suas pretensões frustradas em virtude deste título ser ofertado a Francisco Inácio de Andrade Goulart. [6] Ele era proprietário de terras no município de Guarará [nota 1] e em Mar de Espanha. Titular da fazenda "Boa Sorte" naquele município e, reconhecido cafeicultor, recebendo menção honrosa nas exposições de Café em Amsterdam e Nice e na 3ª Exposição do Café do Brasil em 8 de setembro de 1885. [8]

É questionável todavia a sua relevância à testa do título honorífico que ostentava uma vez que não existem relatos históricos que contribuam para a sua boa memória e que nenhum registro de importância grafou a história; [9] e até porque pairam dúvidas sobre a legitimidade do título a ele conferido, como atesta o editorialista de o "Diário da Manhã", imputando essa responsabilidade ao bispo do Grão-Pará Dom Antônio de Macedo Costa, que contava com as boas graças da Princesa Isabel e ao Comendador Nuno Telmo da Silva Mello, companheiro deste último, [nota 2] que auferiam títulos às expensas de suas próprias necessidades e até porque, por motivo não muito claro, o referido Barão teve seu título em vias de ser cassado, [11] [12] se não o foi de fato como atesta o mesmo editorialista de o "Diário da Manhã" que assim diz: "... teve o título cassado em virtude da representação coletiva do povo, porque tendo ele sido nomeado - Barão de Mar de Espanha, - alegou-se que a essa cidade o novo fidalgo só havia ido duas vezes, assim mesmo para fazer parte do tribunal do juri, como... réu." e, corroborando com estas informações, o historiador Hélio Viana diz que, o Barão o "...teve anulado o título por averiguar-se a sua participação no assassinato de um escravo." [13]

Genealogia editar

Francisco foi casado com Ana Rita Carolina Tostes, nascida em Santa Rita de Ibitipoca, em 1822 e falecida no Espírito Santo de Mar de Espanha, filha do Capitão João Tostes e Francisca Teodora de Almeida. O Casal teve 8 filhos:

  1. Maria do Carmo de Andrade (?-1876). Casada com João Evangelista de Almeida (1848-?) - filho de João Evangelista de Almeida e Maria Inácia de Andrade. O casal foi pai de Maria Ana de Almeida (nascida por volta de 1870-m.?), casada com Horácio Corrêa de Avelar em 3 de janeiro de 1891 no Espírito Santo do Mar de Espanha;
  2. Ana Ricardina de Andrade;
  3. Teresa Cristina de Andrade;
  4. Honório José de Andrade Goulart;
  5. Cândida Ernestina Firmiana de Andrade;
  6. Maria José Ernestina de Andrade;
  7. Mariana Esperaldina de Andrade;
  8. Emília Adelaide de Andrade.

Notas

  1. Câmara Municipal Guarará 20 de Abril de 1892. "... Tendo a Intendência Municipal de Guarará em Novembro próximo passado feito aquisição, para compra ao Sr Barão de Mar de Espanha de um prédio para o quartel nesta Vila, e pago a... [7]
  2. Foram três os pretendentes, segundo o editorialista, ao título de Barão, no município de Mar de Espanha, sendo estes Antônio José Gomes Bastos, o 2º Barão de Catas Altas; Joaquim Corrêa Pinto, 3º Barão de Rio Pardo, concessão posteriormente retificada já que o título fora conferido a Antônio José Correia, residente em Campinas e Francisco Inácio de Andrade Goulart, Barão de Mar de Espanha. [10].

Referências

  1. Flamengos nos Açores, desde o século XV. Volume II. História Genealógica de Luso-borgonhesa das famílias flamengas Açorianas.
  2. Jornal "Diário de Notícias", Ano III, N. 929 - Rio de Janeiro, domingo, 25 de dezembro de 1887.
  3. Genealogias e heráldica brasileira
  4. Arquivo nobiliárquico brasileiro
  5. SENRA FERNANDES, Mauro Luiz - Além Paraíba História.
  6. Jornal "O Pharol" - Juiz de Fora, sábado, 28 de janeiro de 1888.
  7. FERREIRA, Jânio José. - Portarias e Ofícios da Câmara Municipal de Guarará - Período de 1891 a 1895 (transcrição) - Of. N. 93.
  8. Jornal "O País", 8 de setembro de 1885.
  9. Jornal "O Pharol", Ano XVII, N. 4 - Juiz de Fora, terça-feira, 9 de janeiro de 1883.
  10. Jornal "Diário da Manhã", sexta-feira, 25 de junho de 1926
  11. Jornal "O Pharol", sábado, 28 de janeiro de 1888.
  12. Jornal "Diário do Maranhão", Ano XIX, N. 1553. Segunda-feira, 13 de novembro de 1888.
  13. VIANA, Hélio - Vultos do Imério, São Paulo - Companhia editora Nacional, 1968 - 249 páginas - pg 218
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