Gigante

Gigantes são figuras comuns em folclores e lendas, sendo caracterizados como humanos ou humanoides de grande tamanho, que varia em cada lenda. Graças à sua grande estatura são atribuídos a gigantes grande força e resistência, algumas vezes são retratados como burros e ignorantes e outras como inteligentes e até amigáveis. Um conceito simples, gigantes aparecem em lendas e histórias de todo o mundo, até mesmo sendo citados na Bíblia.

Os gigantes para a mitologia nórdica são os inimigos dos deuses supremos, como Geirröd, que trava uma batalha mortal com Thor, o qual é filho do poderoso deus Odin.
Estes seres são enormes em suas proporções físicas e têm a capacidade de se transformarem em quaisquer criaturas (animada ou inanimada) dos quatro cantos do mundo. Assim, tendo o poder de enganar qualquer um que passar pelos seus caminhos.
Gigantes são mencionados na Bíblia, No livro do Gênesis, capítulo 6, lê-se:
Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama.
Arqueologia e paleontologia Editar
Claudine Cohen, no seu livro de 2002, The Fate of the Mammoth, argumentou que a história da interação humana com ossos fósseis da megafauna pré-histórica foi fortemente influenciada pela tradição gigante.[1] Segundo Cohen, o estudo protocientífico dos gigantes aparece em várias fases da história humana: Herodoto relatou que os restos de Orestes foram encontrados em Tegea; Plínio descreveu o esqueleto de um gigante encontrado em Creta após um terremoto e parecia se referir à evolução como o processo pelo qual os gigantes se tornam do tamanho humano ao longo do tempo; e Santo Agostinho menciona o que se acredita ter sido o molar fossilizado de um antigo Elefante na sua Cidade de Deus , numa passagem que reflete sobre a natureza e o significado do dilúvio de Noé.[1] A consideração acadêmica dos gigantes continuou durante a Idade Média, o Renascimento e até mesmo o início do período moderno. Boccaccio dedicou uma passagem das suas Genealogias dos Deuses Pagãos a supostas descobertas arqueológicas na Sicília que ele pensou que poderiam ser evidências da historicidade do Polifemo da Odisséia.[1] Rabelais criou uma "gigantologia totalmente fabricada" para o seu Gargântua e Pantagruel do século XVI.[2] Ossos maciços encontrados em 1613 na França foram inicialmente atribuídos a Teutobochus, e os exames dessas ossadas realizados por vários médicos e a publicação de conclusões divergentes sobre os ossos deram início a uma "guerra de panfletos" entre anatomistas e cirurgiões da época.[1] A descoberta do chamado Gigante de Claverack na Nova York colonial desencadeou investigações de gigantes por dois importantes intelectuais americanos, Cotton Mather e Edward Taylor.[3]
Na cultura popular Editar
Gigantes são muito presentes na literatura como os Gigantes da série de livros As Crônicas de Nárnia de C. S. Lewis ou os livros de J. K. Rowling onde há Rúbeo Hagrid um meio-gigante e seu irmão Grope. Gigantes aparecem nos contos de fada como João e o pé de feijão, O Gigante sem Coração no corpo e João de Ferro.
Segundo a mitologia britânica, o Rei Artur lutou com gigantes. Gigantes famosos incluem Golias da Bíblia[4] ou o Bom gigante amigo de Roald Dahl. Um Gigante da literatura ibérica é Adamastor que aparece nos livros portugueses.
Referências
- ↑ a b c d Cohen, Claudine (2002). The Fate of the Mammoth. [S.l.]: University of Chicago Press. pp. xiv (prescientific analysis of megafauna fossils), 23–26 (historiography of giant lore), 27 (Boccaccio), 31 (1613 France). ISBN 9780226112923
- ↑ Smith, P. J. (2019). Parody and Appropriation of the Past in the Grandes Chroniques Gargantuines and in Rabelais’s Pantagruel (1532). In K. A. E. Enenkel & K. A. Ottenheym (Eds.), The Quest for an Appropriate Past in Literature, Art and Architecture (Vol. 60, pp. 167–186). Brill. http://www.jstor.org/stable/10.1163/j.ctvbqs5nk.14
- ↑ Amy Morris (2013). «Geomythology on the Colonial Frontier: Edward Taylor, Cotton Mather, and the Claverack Giant». The William and Mary Quarterly. 70 (4). 701 páginas. doi:10.5309/willmaryquar.70.4.0701
- ↑ «1 Samuel 17». www.bibliaonline.com.br. Consultado em 11 de agosto de 2019
Ver também Editar
- Titãs para gigantes da mitologia grega
- Gigantismo pituitário
- Pier Gerlofs Donia
- Wijerd Jelckama