Grande Mesquita de Nuri (Homs)

 Nota: Para outros significados, veja Grande Mesquita de Nuri.

Grande Mesquita de Nuri (em árabe: جامع النوري الكبير‎; romaniz.:Jami' al-Nuri al-Kabir), também chamada de Mesquita de Nuri, é uma mesquita de Homs, na Síria. Está situada na rua Axuada (ax-Xouhada), adjacente aos socos históricos da cidade.

Grande Mesquita de Nuri
Jami' al-Nuri al-Kabir
Grande Mesquita de Nuri (Homs)
Interior da mesquita
Tipo
Geografia
País Síria
Cidade Homs
Coordenadas 34° 43' N 36° 42' E

História editar

Originalmente, sob o Império Romano, o sítio era local do templo pagão do deus solar Elegábalo. O templo fez com que Emesa (Homs) ganhasse destaque na região como importante centro de paganismo e um de seus sacerdotes, Heliogábalo, tornar-se-ia imperador romano. O templo de Elegábalo foi homenageado por Aureliano (r. 270–275) depois que atribuiu sua vitória contra Zenóbia à divindade.[1] No século IV, como parte da perseguição cristã ao paganismo, foi convertido numa igreja dedicada a João Batista sob Teodósio I (r. 378–395).

Com a conquista muçulmana no século VII, um quarto ou metade do edifício foi transformado na mesquita de sexta-feira (Jama Masjide) de Homs. Segundo numerosos geógrafos muçulmanos que a visitaram ao longo dos séculos do domínio islâmico, um talismã feito de pedra branca estava sobre o portão da mesquita de frente à igreja. Representava a imagem de um homem cuja parte inferior do corpo era a de um escorpião, e a tradição local dizia que, se alguém fosse picado por um escorpião, deveria pegar argila, pressionar a imagem, dissolver a argila na água e beber sob promessa de que a dor cessaria.[2]

Em 1154, o geógrafo Dreses escreveu que ela era "uma das maiores de todas as cidades da Síria".[3] Sob o sultão zênguida Noradine (r. 1146–1174), grande parte da estrutura moderna foi construída e, portanto, lhe foi atribuído o nome "Nuri". A grande mesquita passou por extensas modificações ao longo dos séculos.[1]

Arquitetura editar

A estrutura central da mesquita é grande e retangular e dentro dela há um pátio da mesma forma. O pátio inclui um terraço elevado ao longo da parede, quiçá representando uma parte do pódio em que a cela do templo pagão estaria. Outras estruturas independentes no pátio incluem uma bacia de basalto muito decorada, talvez um antigo sarcófago. Colunas com capitéis coríntios alinham-se na parede, algumas das quais são claramente de origem romana. O mirabe ("púlpito") da mesquita contém restos de mosaicos em seu arco. A entrada principal da mesquita é arqueada, decorada com pedra preta e branca e esculpida com inscrições árabes de ambos os lados.[1]

Referências

  1. a b c Mannheim 2001, p. 205-206.
  2. Le Strange 1890, p. 353-357.
  3. Le Strange 1890, p. 355.

Bibliografia editar

  • Le Strange, Guy (1890). Palestine Under the Moslems: A Description of Syria and the Holy Land from A.D. 650 to 1500. Londres: Comitê do Fundo de Exploração da Palestina. OCLC 1004386 
  • Mannheim, Ivan (2001). Syria & Lebanon Handbook: The Travel Guide. Bath: Footprint. ISBN 978-1-900949-90-3