Gregur (Grhegurh) foi um nobre persa do começo do século VII, ativo durante o reinado do Cosroes II (r. 590–628).

Gregur
Morte Anos 600
Taraunitis
Nacionalidade Império Sassânida
Progenitores Mãe: Porpe
Pai: Vactangue
Religião Zoroastrismo

Vida editar

 
Dinar de Cosroes II (r. 590–628)

Gregur era filho de Porpe e Vactangue, suposto filho de Cosroes I (r. 531–579) e irmão de Hormisda IV (r. 579–590). Sua existência é atestada apenas na História de Taraunitis de João Mamicônio, obra considerada não confiável, e autores como Christian Settipani põe dúvida a sua existência.[1] Aparece no começo do reinado do imperador Focas (r. 602–610), quando vai com seus pais em campanha contra Baanes II, o Lobo. Seu pai rebatizou o monte de Goroz, em Taraunitis, para Gregur em sua homenagem. Seu pai foi derrotado pelas tropas armênias e ele e sua mãe são levados cativos.[2]

Cosroes II (r. 590–628) envia Surena com 100 000 daecans e 9 000 homens para comprar Gregur e sua mãe de Simbácio I. Simbácio foi diante dele e recebe-o com afeição, o enviando a Muxe. Após 10 dias, Surena pergunta por seu sobrinho, querendo saber onde estava. Lhe mostram a fortaleza e disseram: "Lá". E ele perguntou: "Está pastoreando cabras ou orvalhos lá?" Simbácio riu da piada de Surena e ordenou que seu sobrinho e cunhada fossem trazidos à sua presença. Assim que chegaram, Surena disse: "Poderoso príncipe [governante] da terra da Armênia, você vai dar-lhes como presentes ao rei iraniano"? O príncipe respondeu: "Eu nem daria ao rei iraniano um cachorro morto para o seu jantar sem ele pagar por ele, muito menos dar esses dois [reféns]. Mas se você quiser comprá-los, eu certamente os entregarei caso contrário, vocês três irão a Arcrunique 'e rebanharão cabras, e servirão na fortaleza e ingratamente comerão meu pão."[2]

Surena então disse: "Oh piedoso e poderoso príncipe, se você nos fizesse cuidar de um cachorro em seus portões, seria uma honra para nós estarmos em sua corte, para não falar em pastorear cabras. Mas ouça-nos e tire de nós 100 000 daecans, 2 000 camelos e 6 cavalos iranianos, e nos dê essa mulher e jovem." Simbácio então respondeu: "Tudo o que você trouxe aqui é nosso, pois vou cortar sua cabeça e confiscar o que você tem. Mas se você precisar deles, torne-se um cristão e seja batizado, e me leve e vá para os iranianos e estes [reféns] com você. Caso contrário, pense em outra coisa." As negociações não acabam bem, Surena é morto e Gregur e sua mãe continuam cativos até serem mortos por Varazes de Palúnia. Depois, o general Tigranes é enviado contra os armênios e reivindica os restos mortais de Gregur e Porpe.[2]

Referências

  1. Settipani 2006, p. 147.
  2. a b c Bedrosian 1985, Capítulo III.

Bibliografia editar

  • Settipani, Christian (2006). Continuidade das elites em Bizâncio durante a idade das trevas. Os príncipes caucasianos do império dos séculos VI ao IX. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8