O grupo Carme é um grupo de satélites irregulares retrógrados que seguem órbitas similares a do satélite Carme e que acredita-se possuírem uma origem comum.

Este diagrama ilustra os maiores satélites irregulares de Júpiter. A localização do Carme Ananke é ilustrada pela presença da lua Carme próxima à parte inferior. A posição dos objetos no eixo horizontal indica suas distâncias de Júpiter. O eixo vertical indica sua inclinação orbital. A excentricidade orbital é indicada pelas barras amarelas, que ilustram as distâncias máximas e mínimas dos objetos em relação a Júpiter. Os círculos ilustram o tamanho relativo de cada objeto.

Seus semi-eixos maiores (distâncias de Júpiter) variam entre 22,9 e 24,1 Gigâmetros (Gm), suas inclinações orbitais oscilam entre 164,9º e 165,4º e suas excentricidades orbitais ficam na faixa entre 0,23 e 0,27 (com apenas uma exceção).

Os principais membros são (do maior para o menor):[1][2]

Este diagrama compara os elementos orbitais e os tamanhos relativos dos membros do grupo Carme. O eixo horizontal ilustra suas distâncias de Júpiter e o eixo vertical suas inclinações orbitais. Os círculos representam os seus tamanhos relativos.

A União Astronómica Internacional (UAI) reserva os nomes terminados em -e para todas as luas retrógradas, o que inclui membros desse grupo.

Origem editar

A dispersão muito baixa dos elementos orbitais entre os membros nucleares (o grupo é separado por menos de 700.000 km de semi-eixo maior e menos de 0,7º de inclinação) sugere que o grupo Carme pode ter sido um único corpo, despedaçado por um impacto. A dispersão pode ser explicada por uma velocidade de impulso muito baixa (5 < δV < 50 m/s).[4] Provavelmente, o corpo de origem possuía o tamanho de Carme, com 46 km de diâmetro; 99% da massa do grupo ainda está localizada nesse satélite.[5]

O maior suporte à origem do corpo único provém das cores conhecidas: todos os satélites (com exceção de Calique, substancialmente mais avermelhado) apresentam uma cor vermelho clara, de índices de cores B-V= 0,76 e V-R= 0,47[6] e espectro infravermelho, similar aos asteróides tipo-D.[7]

Esses dados são consistentes com uma progenitora da família Hilda ou um asteróide troiano de Júpiter.

 
Este diagrama mostra a compacidade do grupo Carme.

Referências

  1. Scott S. Sheppard, David C. Jewitt, Carolyn Porco Jupiter's outer satellites and Trojans, In: Jupiter. The planet, satellites and magnetosphere. Edited by Fran Bagenal, Timothy E. Dowling, William B. McKinnon. Cambridge planetary science, Vol. 1, Cambridge, UK: Cambridge University Press, ISBN 0-521-81808-7, 2004, p. 263 - 280 Full text(pdf).
  2. David Nesvorný, Cristian Beaugé, and Luke Dones Collisional Origin of Families of Irregular Satellites, The Astronomical Journal, 127 (2004), pp. 1768–1783 Full text.
  3. a b c d Listed by Nesvorny 2004 as a possible member, not listed by Sheppard 2004; the orbital elements confirmed by Jacobson 2004
  4. David Nesvorný, Jose L. A. Alvarellos, Luke Dones, and Harold F. Levison Orbital and Collisional Evolution of the Irregular Satellites, The Astronomical Journal,126 (2003), pages 398–429. (pdf)
  5. Sheppard, Scott S.; Jewitt, David C. (5 de maio de 2003). «An abundant population of small irregular satellites around Jupiter». Nature. 423: 261–263. doi:10.1038/nature01584 
  6. Grav, Tommy; Holman, Matthew J.; Gladman, Brett J.; Aksnes, Kaare Photometric survey of the irregular satellites, Icarus, 166,(2003), pp. 33-45. Preprint
  7. Tommy Grav and Matthew J. Holman Near-Infrared Photometry of the Irregular Satellites of Jupiter and Saturn,The Astrophysical Journal, 605, (2004), pp. L141–L144 Preprint