Guillaume Caillet

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Guillaume Caillet (m. 10 de Junho de 1358), também identificado como "Jacques Bonhomme", segundo Jean Froissart, foi o líder da revolta camponesa ocorrida na França em 1358 e conhecida como Jacquerie. Outras fontes, grafam seu sobrenome como: Callet, Carle, Cale ou Karle[1] [2].

Guillaume Caillet
Guillaume Caillet
Nascimento século XIV
Beauvais
Morte 1358
Clermont
Cidadania França
Ocupação agricultor, revolucionário
Causa da morte decapitação

Provavelmente nasceu na aldeia de Mello em Beauvaisis. Seu nome ficou conhecido a partir da leitura das cartas de remissão produzidas pela autoridade real ao final da revolta. As crônicas da época o descrevem como um homem de certo carisma, “um homem bem informado e falante, com uma bela figura e forma".

Em Maio de 1358, os camponeses revoltados, conhecidos como "Jacques", o escolheram como líder e o nomearam como "rei" ou "capitão soberano da região plana"; no início ele recusou a nomeação, mas, ameaçado de morte, aceitou. Ele estava acompanhado por um membro da Ordem dos Hospitalários e um certo Jacques Bernier de Montataire.

Ele tentou em vão estabelecer uma frente comum com os parisienses liderados por Étienne Marcel.

Tentou organizar as hordas populares em batalhões para-militares e organizou uma hierarquia militar destinada a controlar minimamente os revoltosos. É também dele a iniciativa de adoptar o grito de guerra Montjoie et St. Denis, o grito tradicional do Rei de França, para salientar que a revolta era contra os nobres e não contra a casa real.

Em efeitos práticos, Cale pouco conseguiu fazer para impor a sua autoridade. Depois da batalha de Meaux, a 9 de Junho, onde milhares de camponeses foram mortos na tentativa de tomar o castelo da cidade, a nobreza começou um contra-ataque organizado.

Sob a ameaça do exército de Carlos II de Navarra, Cale propôs uma retirada em direção a Paris, onde tentaria obter o apoio do preboste Etienne Marcel. Os camponeses recusaram-se a obedecê-lo e, dada a iminência de batalha, Cale ordenou a formação de três batalhões. A decisão atempada de Cale conseguiu impressionar o Rei de Navarra, que hesitou em atacar a linha fortemente defensiva. Em vez disso, Carlos II procurou iniciar conversações e convidou Cale para negociar. O líder popular aceitou, confiando na palavra de cavaleiro do rei.

O problema é que, no ideal de cavalaria, a honra era considerada exclusiva da nobreza e portanto, os seus códigos não se aplicavam a meros camponeses. Por isso, Carlos II sentiu-se à vontade para quebrar a palavra e aprisionou Cale.

Sem seu líder, o exército camponês desfez-se e foi massacrado. Cale foi decapitado no mesmo dia, depois de ter sido coroado Rei dos Camponeses com uma coroa de ferro em brasa.

A Jacquerie foi destruída e os nobres promulgaram uma vingança sangrenta contra os camponeses que tinham ameaçado a ordem social medieval da França.

Referências

  1. Histoire de la Jacquerie d'après des documents inédits, em francês, acesso em 05/08/2021.
  2. Jonathan Sumption, Trial by Fire, Faber and Faber, Great Britain: 1999.