O gyrator é um circuito elétrico passivo, linear, sem perdas inventado em 1948[1] por Bernard D.H. Tellegen do Laboratório de Pesquisa Philips, em Eindhoven na Holanda ("The gyrator, a new electric network element", Philips Res. Rep. 3 (1948) pgs 81-101) como um hipotético quinto elemento linear (os outros são o resistor, o capacitor, o indutor e o transformador ideal).

Ao contrário dos outros elementos lineares, o gyrator é não recíproco, ou seja, inverte as características de um componente elétrico ou de uma rede elétrica e, no caso de elementos lineares, também inverte a impedância. Por exemplo, faz um circuito capacitivo se comportar como indutivo, um circuito LC em série se comportar como um circuito LC em paralelo, um filtro passa-faixa se comportar como um filtro rejeita-faixa, e assim por diante.

Aplicações editar

É usado especialmente no desenvolvimento de filtros ativos e na redução de tamanho e custo de circuitos que exigem grandes, pesados e caros indutores. Também é largamente usado em equipamentos de alta fidelidade, como equalizadores, e em filtros de sinais piloto de transmissores FM.

Entretanto, existem muitas aplicações para as quais não é possível utilizar um gyrator para substituir um indutor, tais como:

  • Circuitos de alta tensão utilizando flyback, porque as tensões envolvidas são maiores que as suportadas pelos componentes do circuito gyrator
  • Circuitos de RF, porque os indutores utilizados já são pequenos
  • Conversão de potência, onde um indutor é usado para armazenar energia (o que um gyrator não consegue simular).

Referências

  1. B. D. H. Tellegen (Abril 1948). «The gyrator, a new electric network element» (PDF). Philips Res. Rep. (em inglês). 3. pp. 81–101. Consultado em 4 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2014