Hermann von Salza

político alemão

Hermann von Salza (nascido em 1179 em Langensalza, falecido em 1239 em Salerno) foi o 4º grão-mestre da Ordem Teutónica, entre 1208 e 1239. Sendo um hábil diplomata com laços estreitos com o imperador do Sacro Império Romano-Germânico e com o Papa, Hermann deu início à expansão da ordem militar para a Prússia. É considerado um dos políticos mais influentes do seu tempo e o mais célebre dos grão-mestres teutónicos.[1][2][3][4][5]

Armando de Salza

Grão-mestre da Ordem Teutónica
Hermann von Salza
Reinado 12091239
Coroação 1209
Antecessor(a) Heinrich von Tunna
Sucessor(a) Konrad von Thüringen
Nascimento 1179
  Langensalza
Morte 20 de março de 1239 (60 anos)
  Salerno
Título(s) 4º Grão-mestre da da Ordem Teutónica

Biografia editar

Nasceu numa família de cavaleiros de Langensalza, perto de Eisenach, na região alemão da Turíngia, possivelmente por volta de 1179. Era filho de Burchard von Salza e sabe-se que tinha, pelo menos, dois irmãos, Günther e Hugo.

Pensa-se que terá partido para a Terra Santa por volta de 1196. Não se sabe ao certo quanto entrou para a Ordem Teutónica, mas sabe-se que se tornou grão-mestre da mesma em 1209. Nos primeiros anos como grão-mestre, dedicou grande parte do seu tempo ao Mar Mediterrâneo. Durante esta primeira parte do seu mestrado, serviu na Península Ibérica e na Livónia.

Em 1211, Hermann conduziu uma expedição contra os cumanos, a pedido do rei André II da Hungria, mas os húngaros acabariam por se hostilizar contra a presença teutónica.

Hermann foi amigo e conselheiro do imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Frederico II, servindo inclusivamente como mediador da comunicação entre este e o Papa Honório III, que reconheceu as qualidades do grão-mestre e da sua ordem, reforçando o estatuto desta.

Acompahou Frederico II na Quinta Cruzada, lutando com bravura na conquista de Damieta, em 1219, feito que lhe trouxe reconhecimento e uma condecoração por parte do regente de Jerusalém de então, João de Brienne. Armando convenceu Frederico a liderar a Sexta Cruzada, perante o apelo do novo Papa Gregório IX. Porém, o imperador contraiu malária e demorou a deslocar-se à Terra Santa. Esta demora enfureceu o Papa e fê-lo pensar tratar-se de uma desculpa não cumprir o voto de cruzada. Em consequência, propôs a sua excomunhão, que seria confirmada por Inocêncio IV, em 1245. Uma vez recuperado, Frederico dirigiu-se finalmente à Terra Santa. Uma vez lá chegado, Armando de Salza foi em parte responsável pelo casamento do monarca com a filha de João de Brienne, Iolanda, que se tornaria Isabel II de Jerusalém em 1225. Mas esta viria a falecer em 1228, deixando Frederico sem qualquer poder, uma vez que só tinha o direito de proteger o herdeiro do trono, seu filho Conrado (Conrado II de Jerusalém). Frederico chegou a reconquistar novamente Jerusalém para os cristãos, através da via diplomática com os governadores muçulmanos da Terra Santa. As reuniões para esse efeito foram realizadas entre os negociadores de Camil, Facradim e Saladino de Arbela, e pelos de Frederico II, Armando de Salza, Guilherme de Exeter e Pedro de Winchester. Contudo, esta forma de devolução de Jerusalém para as mãos cristãs não agradou nem ao Papa, nem aos Templários e nem aos Hospitalários, que deixaram de prestar apoio tanto a Frederico como a de Armando de Salza. A entrada na cidade celebrou-se a 17 de março de 1229, com a presença de Armando de Salza.[1][2][3][4][5]

 
Monumento a Armando de Salza em Malbork

De regresso à Europa, Armando tentou ajudar a levantar a excomunhão que pesava sobre Frederico II. Lutou também contra os pagãos da Prússia, a pedido de Conrado I da Masóvia. Organizou as bases para a expansão alemã pela Europa Oriental, organizando uma vasta campanha em 1230 para cristianizar as regiões do Báltico e formar um verdadeiro estado feudal na Prússia, governado pela Ordem Teutônica, que subsistiria durante séculos.

Armando de Salza realizou posteriormente visitas ao Papa e ao imperador que acabariam por trazer à ordem novos privilégios e doações. Também ainda durante o seu mestrado, os Irmãos Livónios da Espada foram incorporados na Ordem Teutónica, em 1237. Continuou a ter um papel de destaque como mediador entre o Papa Gregório e Frederico II, mas a comunicação entre estes viria a romper-se após a sua morte.

Por outro lado, dentro da ordem, os cavaleiros chegaram a manifestar descontententamento com a ausência do seu mestre, em virtude deste passar a maior parte do seu tempo imerso na vida política. Foi chamado por estes para levar a cabo as suas funções de líder religioso da ordem mais de perto, mas acabaria por se retirar para Salerno em 1238, onde viria a falecer no ano seguinte.[1][2][3][4][5]

Referências

  1. a b c Willy Cohn: Hermann von Salza. Neudr. d. Ausg. Breslau 1930 mit Anh.: Hat Hermann von Salza das Deutschordensland betreten? Hermann von Salza im Urteil der Nachwelt. Aalen, Scientia-Verlag 1978.
  2. a b c Willy Cohn: Hermann von Salza. Breslau, M. & H. Marcus 1930.
  3. a b c Helmuth Kluger: Hochmeister Hermann von Salza und Kaiser Friedrich II.: ein Beitrag zur Frühgeschichte des Deutschen Ordens. Marburg: Elwert 1987 ISBN 3-7708-0861-4
  4. a b c Adolf Koch: Hermann von Salza, Meister des Deutschen Ordens: ein biographischer Versuch. Leipzig: Duncker & Humblot 1885 (Reprint: Bad Langensalza: Rockstuhl 2003 ISBN 3-937135-06-5)
  5. a b c Andreas Lorck: Hermann von Salza: sein Itinerar. 1880 (Reimpressão: Bad Langensalza: Rockstuhl 2005 ISBN 3-937135-07-3)


Precedido por
Heinrich von Tunna
  Grão-mestre da Ordem Teutónica
12091239
Sucedido por
Konrad von Thüringen
 
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