Hinologia

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Hinologia, por definição, é o estudo dos hinos ou, como será preferível chamá-los, cânticos litúrgicos. Dedica-se fundamentalmente ao estudo dos textos desses cânticos, mas considera também formas e estilos. Entretanto, a maioria das obras sobre o assunto limita-se a uma descrição cronológica da hinódia cristã, detendo-se, mais ou menos, em períodos ou movimentos religiosos de maior produção hinódica. São movimentos que marcaram o desenvolvimento dos cânticos das igrejas cristãs, principalmente após a Reforma. Por essa razão são, em sua maioria, estudos da hinódia protestante.

A Hinóloga Simei Monteiro[1] define com clareza o conceito de Hinologia, em "O que é Hinologia[2]" no WebSite Interdenominacional "Hinologia Cristã - Cantos da Fé Cristã":

Quando nos referimos à hinódia queremos indicar um acervo de hinos e cânticos. A maioria das obras sobre a hinódia é bem limitada. Muitas vezes contêm informações, nem sempre precisas, sobre a vida e a produção hinística dos autores de cânticos litúrgicos — os hinistas — sem levar em conta aspectos históricos propriamente ditos. Ocorre com a hinologia algo semelhante ao que acontece com estudos de história oficial; muitos aspectos importantes deixam de ser levados em conta porque certos movimentos são considerados marginais e não cabem em estudos especializados.

Além disso, a hinologia tem sido prejudicada pela diversidade de critérios classificatórios. Uma metodologia confusa tenta dividir os cânticos em tópicos que obedecem a distintos princípios. É deste modo que temos títulos como: hinódia grega, latina, medieval, reformada. Outras classificações são puramente arbitrárias: hinódia alemã, inglesa, romântica, pietista, hinódia dos acampamentos, evangelística e hinódia dos avivamentos. Geralmente o objetivo principal dessas classificações é o de agrupar hinistas e fa­lar sobre suas vidas, e dos cânticos que produziram. Ra­ros são os autores que comentam o conteúdo dos textos.

Mesmo pesquisas mais sérias, como a de John Julian, autor de ‘A Dictionary of Hymnology’,[3] não foram continuadas e sofreram pre­juízos por causa de preconceitos que rondaram a hinologia na épo­ca do estudo ou pesquisa e que persistem até hoje. São questões que envolvem, fundamental­mente, a conceituação de hino ou cântico litúrgico. Essas questões, por sua vez, serão relacionadas a outros conceitos como os de músi­ca litúrgica e não litúrgica, sacra e profana, erudita e popular e a ou­tros aspectos que serão examinados em outra ocasião.

No Brasil os estudos de hinologia seguem, aproximadamente, a mesma linha. Os pesquisadores são poucos e quase sempre autodidatas. Não há obras originais sobre o assunto. Temos geralmente algumas tra­duções e tentativas de adaptações ao nosso con­texto de estudos existentes. É o caso do quase que único livro sobre hinologia, existente em português: Hinódia Cristã,[4] tenta complementar as informações tra­duzidas com documentação adequada. Sua segunda edição foi acresci­da de um capítulo sobre hinódia brasileira.

Em uma tentativa de síntese pode-se dizer que o hinólogo  busca constatar a fidelidade das traduções, a integridade do texto, preservando-o das mutilações e de­formações. Registra documentação adequada e  mais completa possí­vel quanto à autoria do hino ou do cântico, suas datas e fontes. Torna-se o hinólogo, desse modo, cuidadoso tradutor, bom editor de hinários, renovador do acervo hinológico e, muitas vezes, hinista.

Ver também editar

Referências

  1. Monteiro, Simei (27 de julho de 2015). «Simei Monteiro». Hinologia Cristã. Consultado em 3 de setembro de 2018 
  2. HC, Admin (13 de agosto de 2015). «O que é Hinologia?». Hinologia Cristã. Consultado em 3 de setembro de 2018 
  3. Julian, John (1957). [1] JULIAN, John, A Dictionary of Nymnology, 2º vol. New York. Dover Publications, 1957. New York: Dover Publications 
  4. KEITH, Edmond D. (1987). [2] KEITH, Edmond D. Hinódia Cristã, 2ª. ed., revista e atualizada. Rio de Janeiro. JUERP, 1987. Rio de Janeiro: JUERP 

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