Taxa interna de retorno

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A taxa interna de retorno ou taxa interna de rentabilidade, de sigla TIR, em inglês IRR (internal rate of return), é uma taxa de desconto hipotética que, quando aplicada a um fluxo de caixa, faz com que os valores das despesas, trazidos ao valor presente, seja igual aos valores dos retornos dos investimentos, também trazidos ao valor presente.[1] O conceito foi proposto por John Maynard Keynes, de forma a classificar diversos projetos de investimento: os projetos cujos fluxos de caixa tivessem uma taxa interna de retorno maior do que a taxa mínima de atratividade deveriam ser escolhidos. O valor presente de oportunidade deve ser calculado com plano de comunicação, vendas, marketing e potencial de mercado. Sendo assim, efetuamos o potencial de vendas. [1]

Assim, a TIR é a taxa necessária para igualar o valor de um investimento (valor presente) com os seus respectivos retornos futuros ou saldos de caixa gerados em cada período. Sendo usada em análise de investimentos, significa a taxa de retorno de um projeto.

Por exemplo, utilizando uma calculadora financeira, encontramos para o projeto "P" uma Taxa Interna de Retorno de 15% ao ano. Esse projeto será atrativo se a empresa tiver uma TMA menor do que 15% ao ano. A solução dessa equação pode ser obtida pelo processo iterativo, ou seja "tentativa e erro", ou diretamente com o uso de calculadoras eletrônicas ou planilhas de cálculo.

A Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) é a taxa de atualização do projeto que dá o VPL nulo. A TIR é a taxa que o investidor obtém em média em cada período (ano, mês, ...) sobre os capitais que se mantêm investidos no projeto, enquanto o investimento inicial é recuperado progressivamente. A TIR é um critério que atende ao valor de dinheiro no tempo, valorizando os cash-flows atuais mais do que os futuros, constitui com a VPL e o PAYBACK atualizado os três grandes critérios de avaliação de projetos. A TIR não é adequada à seleção de projetos de investimento, a não ser quando é determinada a partir do cash-flow relativo.

A Taxa Interna de Retorno de um investimento pode ser:

  • Maior do que a taxa mínima de atratividade: significa que o investimento é economicamente atrativo.
  • Igual à Taxa Mínima de Atratividade: o investimento está economicamente numa situação de indiferença.
  • Menor do que a Taxa Mínima de Atratividade: o investimento não é economicamente atrativo pois seu retorno é superado pelo retorno de um investimento com o mínimo de retorno já definido.

Entre vários investimentos, o melhor será aquele que tiver a maior Taxa Interna de Retorno. Matematicamente, a Taxa Interna de Retorno é a taxa de juros que torna o valor presente das entradas de caixa igual ao valor presente das saídas de caixa do projeto de investimento.

Desta forma, a TIR é a taxa de desconto que faz com que o valor presente líquido (VPL) do projeto seja zero. Um projeto é atrativo quando sua TIR for maior do que o custo de capital do projeto.

Método

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Para encontrar o valor da Taxa Interna de Retorno, calcular a taxa que satisfaz a seguinte equação:[1]

 

A TIR é obtida resolvendo a expressão em ordem a TIR e é geralmente comparada com a taxa de desconto. O valor do TIR é um valor relativo e o seu cálculo é realizado, recorrendo a computador ou a tabelas próprias.

Para se efetuar o cálculo da TIR, é analisada a série de valores obtida da seguinte forma:

1º valor: o investimento inicial (valor negativo) 2º valor: benefícios - custos do 1º período (valor positivo) 3º valor: benefícios - custos do 2º período (valor positivo) e assim sucessivamente, até ao último período a considerar.

A periodicidade considerada pode ser qualquer uma desde que seja regular (semanal, mensal, trimestral, semestral, anual, etc.).

Nota: recorrendo ao uso de uma folha de cálculo (planilha eletrônica) é possível obter o valor da TIR. No caso do software Excel, na versão em português, a sua fórmula de cálculo é "TIR". Já na versão em inglês, a sua fórmula para cálculo é IRR (gama de valores).

A TIR não deve ser usada como parâmetro em uma análise de investimento porque muitas vezes os fluxos não são reinvestidos a uma taxa igual a TIR efetiva.

Quando a TIR calculada é superior à taxa efetiva de reinvestimento dos fluxos de caixa intermediários, pode surgir, às vezes de forma significativa, uma expectativa irreal de retorno equivalente ao do projeto de investimento.

Exemplo

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Considerando-se que o fluxo de caixa é composto apenas de uma saída no período 0 de R$ 100,00 e uma entrada no período 1 de R$ 120,00, onde i corresponde à taxa de juros:

 

Para VPL = 0 temos i = TIR = 0.2 = 20%

Como uma ferramenta de decisão, a TIR é utilizada para avaliar investimentos alternativos. A alternativa de investimento com a TIR mais elevada é normalmente a preferida; também deve se levar em consideração de que colocar o investimento em um banco é sempre uma alternativa. Assim, se nenhuma das alternativas de investimento atingir a taxa de rendimento bancária ou a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), este investimento não deve ser realizado.

Normalmente a TIR não pode ser resolvida analiticamente como demonstrado acima, e sim apenas através de iterações, ou seja, através de interpolações com diversas taxas de retorno até chegar àquela que apresente um VPL igual a zero; contudo as calculadoras financeiras e planilhas eletrônicas estão preparadas para encontrar rapidamente este valor.

Um defeito crítico do método de cálculo da TIR é que múltiplos valores podem ser encontrados se o fluxo anual de caixa mudar de sinal mais de uma vez (ir de negativo para positivo e para negativo novamente, ou vice-versa) durante o período de análise. Para os casos de alteração frequente de sinal deve utilizar-se a (Taxa Externa de Retorno - TER).

Há que se considerar, também, ao se utilizar a planilha eletrônica Excel, que valores inseridos no fluxo de caixa, como sendo "zeros", comportam-se de forma distinta de valores inseridos como sendo "nulos" - isto acarreta resultados distintos que podem levar a erro de avaliação de investimentos.

Apesar de uma forte preferência acadêmica pelo VPL, pesquisas indicam que executivos preferem a TIR ao invés do VPL. Aparentemente os gerentes acham intuitivamente mais atraente para avaliar investimentos em taxas percentuais em vez dos valores monetários do VPL. Contudo, deve-se preferencialmente utilizar mais do que uma ferramenta de análise de investimento, e todas as alternativas devem ser consideradas em uma análise, pois qualquer alternativa pode parecer valer a pena se for comparada com as alternativas suficientemente ruins.

Deve-se ter em mente que o método da TIR considera que as entradas, ou seja, os vários retornos que o investimento trará, serão reinvestidos a uma taxa igual a taxa de atratividade informada.

Referências

  1. a b c John Maynard Keynes, citado em J. M. Keynes's Internal Rate of Return [em linha]

Bibliografia

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  • BRANCO, Anísio Costa Castelo. Matemática Financeira Aplicada. São Paulo: Thomson-Pioneira, 2002.
  • FIPECAFI- Conciliação entre TIR e ROI. Cadernos de Estudos- 14ª ed. Julho/Dezembro, 1996. p. 44-61
  • HOJI, Masakazu. Administração Financeira: uma abordagem pratica. 5ª ed. São Paulo: ATLAS, 2006. 525.
  • GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira, 7ª ed. São Paulo: HARBRA, 2002. 841 p.
  • HAZZAN, Samuel; POMPEO, José Nicolau. Matemática Financeira. 5ª ed. São Paulo: SARAIVA, 2004. 232p.
  • NETO, Alexandre Assaf. Matemática Financeira e Suas Aplicações. 9ª ed. São Paulo: ATLAS, 2006.8p.
  • SAMANEZ, Carlos Patrício. Matemática Financeira – Aplicações à Análise de Investimentos. 3. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

Ligações externas

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