Ikkyū (一休宗純, Ikkyū Sōjun, 1 de fevereiro de 1394 - 12 de dezembro de 1481), é um dos mais famosos monges da história do Japão e da história do Zen Budismo.[1][2] Teve importância decisiva na infusão do Zen na cultura japonesa.[3] Foi também um calígrafo, músico e poeta muito respeitado. Mas na cultura popular ficou mais conhecido pelo seu comportamento pouco convencional, seu senso de humor irreverente e sua crítica contra o que via como autoritarismo hipócrita das instituições religiosas.

Ikkyū
Ikkyu
Nome completo Ikkyū Sōjun
Nascimento 01 de fevereiro de 1394
Morte 12 de dezembro de 1481 (87 anos)
Nacionalidade Japones
Ocupação Monge budista e calígrafo

Biografia

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Diz a tradição que Ikkyū era filho ilegítimo do imperador Go-Komatsu. Por causa de intrigas palacianas, sua mãe foi obrigada a deixar a corte e se refugiar em Sagano, uma área campestre próxima da Quioto. Foi lá que Ikkyu viveu até que aos cinco anos foi separado de sua mãe e levado para o templo Ankoku-ji, da linha Rinzai Zen. Foi então que ganhou o nome de Shuken (não se sabe ao certo qual era seu nome anterior). Aos 17 anos, tornou-se discípulo do monge Ken’o, que terá grande influência sobre ele. Em 1414, Ken’o morreu. Logo depois, Shuken encontrou um novo mestre, chamado Kaso, que foi quem o rebatizou com o nome de Ikkyu. Kaso chegou a nomear Ikkyu seu sucessor, mas o discípulo não parecia muito interessado no cargo.

Ikkyu acabou por abandonar o templo de Kaso e passou anos vivendo como andarilho. Gostava muito de bebidas alcóolicas, frequentava prostíbulos e fazia questão de transgredir várias das normas de conduta impostas pelas instituições religiosas. Vivia o Zen à sua própria maneira. Apesar da fama de excêntrico, Ikkyu logo se viu cercado de discípulos, entre eles, grandes artistas e poetas.

Ikkyu vivia com Mori, uma cantora cega que se tornou o grande amor de sua vida. Ele morreu aos 87 anos.

Legado

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Na cultura popular ele é um pequeno menino monge muito esperto, que sempre supera os adultos e as autoridades. É assim que aparece em desenhos animados, por exemplo.

Na tradição Rinzai Zen, ele é ao mesmo tempo um herege e um santo.[4] Mas além disso foi um dos maiores flautistas do Japão medieval. A música "Murasaki Reibo" é atribuída a ele. Ikkyu também foi determinante no desenvolvimento da cerimônia do chá e na arte caligráfica japonesa.

Na cultura

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Ikkyu tornou-se um herói popular do Japão e desde o século XIX tem sido protagonista vários milhares de livros, principalmente para crianças. Também se tornou personagem de games, mangás e protagonista de uma série de desenhos animados de muito sucesso chamada Ikkyu-san, produzida pela Toei Animation entre 1975 e 1982.

Em 1993, o quadrinista Hisashi Sakaguchi começou a publicar em partes, na revista Afternoon (da editora Kodansha), uma biografia de Ikkyu finalizada em 1995. A obra foi premiada pela Japan Cartoonists Association em 1996.[5]

Referências

  1. https://www.nationthailand.com/blogs/international/40002257
  2. https://www.nippon.com/en/japan-topics/b07211/ikkyu-sojun-the-enduring-legacy-of-a-zen-renegade.html
  3. Kodansha Encyclopedia of Japan, entry "Ikkyū" by James H. Sanford
  4. William R. LaFleur (2020). Liquid Life: Abortion and Buddhism in Japan. Princeton University Press. ISBN 9781400843671.
  5. http://www.hahnlibrary.net/comics/awards/japancartoonist.php