Ingá

género de plantas
 Nota: Para outros significados, veja Ingá (desambiguação).
 Nota: Para outros significados de Ingazeira, veja Ingazeira (desambiguação).

Inga é um género de plantas com flor da subfamília Mimosoideae da família Fabaceae. As espécies deste géneros sã conhecidas pelos nomes comuns de ingá ou ingazeiro, sendo que ingá também designa o fruto da árvore: uma longa vagem que contém sementes envolvidas por uma polpa muitas vezes comestível.[1] É muito comum nas margens de rios e lagos, sendo muito procurado pela fauna e pelo homem por suas sementes envolvidas por polpa branca e adocicada. O ingazeiro costuma apresentar floração mais de uma vez por mensal, trimestral, semestral, anual.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaInga
ingá, ingazeiro
Inga feuillei no Jardim Botânico Ho'omaluhia, em Oahu, no Havaí, nos Estados Unidos.
Inga feuillei no Jardim Botânico Ho'omaluhia, em Oahu, no Havaí, nos Estados Unidos.
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Fabales
Família: Fabaceae
Subfamília: Mimosoideae
Género: Inga
Espécies
Ver texto.
Madeira de Inga sp. - MHNT.

São conhecidas cerca de 300 espécies do gênero Inga. O atual centro de diversidade do gênero é a floresta amazônica, mas o gênero possui representantes no México, Antilhas e em toda a América do Sul, sendo um gênero exclusivamente neotropical. Em geral, os ingás preferem nascer às margens dos rios, devido à grande quantidade de sementes levadas e depositadas nas várzeas pelas enchentes.

Etimologia editar

"Ingá" se originou do termo tupi in-gá.[1] De acordo com alguns, "ingá" significa "embebido, empapado, ensopado", devido talvez à consistência da polpa aquosa que envolve as sementes.

Nomes vernáculos editar

Descrição editar

 
Ingá-cipó (Inga edulis)
 
Vagens de Inga sp. compradas num mercado em Roterdã, nos Países Baixos.

Todas as espécies de ingá produzem frutos em vagens, que podem atingir até mais 1 m de comprimento, dependendo da espécie, mas no geral, a maioria das espécies possuem frutos com até cerca de 10 – 30 cm de comprimento. As espécies são facilmente reconhecidas a nível de gênero por apresentares folhas compostas, paripinadas, raque foliar normalmente alada, nectários foliares entre cada par de folíolos e sarcotesta envolvendo as sementes. Esta última característica é única na subfamília, o que diferencia Inga dos demais gêneros. Existem várias espécies, que se diferenciam pelo tamanho do fruto, outras pelo tamanho e tipo dos nectários foliares, porém, quase sempre, se utiliza várias características morfológicas para diferenciar as espécies(tarefa que nem sempre é fácil).

A polpa que envolve as sementes, denominada em termos corretos de sarcotesta é branca, levemente fibrosa e adocicada, bastante rica em sais minerais, e é consumida ao natural. Também é usada na medicina caseira, sendo útil no tratamento da bronquite (xarope) e como cicatrizante (chá). A árvore pode chegar a uma altura de 15 metros, é muito utilizada para sombreamento dos cafezais. A planta prefere solos arenosos perto de rios. Com flores de coloração branco-esverdeada, a ingazeira frutifica praticamente em todo o ano.

Espécies editar

O gênero Inga possui 381 espécies reconhecidas atualmente.[6]

Cor da polpa do ingá editar

As crianças guaranis no litoral norte de São Paulo, no Brasil, ensinam que, para reconhecer se o ingá está bom para comer, deve-se ver a cor da polpa que envolve as sementes dentro da fava. Uma vez aberta a fava, que é bem dura, mas que se rompe sob pressão ao longo de sua linha de costura, observa-se a cor da polpa: se estiver preta, não presta para comer, mas, se a polpa estiver esbranquiçada, está boa e seu sabor e aroma são muito agradáveis.

 
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Wikispecies
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Referências

  1. a b FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. pp.945-946
  2. Martins, Valteir. 2005. Reconstrução Fonológica do Protomaku Oriental. LOT Dissertation Series. 104. Utrecht: LOT Netherlands Graduate School of Linguistics. (Doctoral dissertation, Vrije Universiteit Amsterdam).
  3. Chacon, Thiago (2013). On Proto-Languages and Archaeological Cultures: pre-history and material culture in the Tukanoan Family. In Revista Brasileira de Linguística Antropológica. Vol. 5, No. 1, pp. 217-245.
  4. Manso, Laura Vicuña Pereira. 2013. Dicionário da língua Kwazá. Dissertação de mestrado. Guajará-Mirim: Universidade Federal de Rondônia.
  5. VOORT, H. van der. Proto-Jabutí: um primeiro passo na reconstrução da língua ancestral dos Arikapú e Djeoromitxí. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 2, n. 2, p. 133–168, maio/ago. 2007.
  6. «Inga» (em inglês). The Plant List. 2010. Consultado em 13 de setembro de 2019 
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