Interação parassocial

Interação parassocial se refere a uma forma de relação social experienciada por uma audiência em seu encontro mediado com figuras da mídia de massa, particularmente na televisão e na Internet.[1][2][3][4] Telespectadores ou ouvintes tendem a considerar personalidades da mídia como amigos, apesar de terem interações nulas ou limitadas com elas. A interação parassocial é descrita como uma experiência ilusória, em que a audiência interage com personalidades da mídia, como apresentadores de talk show, celebridades, personagens ficcionais, influencers de mídias sociais como se tivessem uma relação de reciprocidade. O termo foi cunhado por Donald Horton e Richard Wohl em 1956.[5]

Uma interação parassocial, uma exposição que atrai interesse em uma personalidade,[6] se torna uma relação parassocial quando a repetida exposição à personalidade midiática causa o desenvolvimentos de ilusões de intimidade, amizade, e identificação no usuário da mídia.[5] Informações positivas aprendidas sobre a personalidade resultam em mais atração, e a relação progride.[6] Relações parassociais são promovidas pela confiança e auto-exposição operadas pela personalidade midiática.[5] Usuários de mídia são leais e se sentem diretamente conectados com as personalidades, na mesma intensidade em que se sentem conectados com seus amigos próximos, pela observação e interpretação de sua aparência, gestos, voz, conversação e conduta.[6] Personalidades midiáticas possuem uma significante influência sobre os usuários, tanto positiva quanto negativa, condicionando a maneira como eles percebem certos tópicos e até mesmo seus hábitos de consumo. Estudos envolvendo efeitos logitudinais de interações parassociais em crianças ainda são relativamente novos, segundo a psicóloga do desenvolvimento Dr. Sandra L. Calvert.[7]

As mídias sociais introduzem oportunidades adicionais para a intensificação de relações parassociais, dado que possibilitam mais interações intimas, reciprocas, e frequentes entre usuários e personalidades midiáticas.[5][8] Essas interações virtuais tendem a envolver comentários, acompanhamento, likes, ou mensagens diretas. A consistência em que a personalidade midiática aparece pode também levar à uma maior percepção de intimidade aos olhos dos usuários.

Referências

  1. Horton, D.; Wohl, R. (1956). «Mass communication and para-social interaction: Observation on intimacy at a distance.». Psychiatry. 19 (3): 215–229. PMID 13359569. doi:10.1080/00332747.1956.11023049 
  2. Liebers, N.; Schramm, H. (2019). «Parasocial Interactions and Relationships with Media Characters-An Inventory of 60 Years of Research». Communication Research Trends. 38 (2): 4–31 
  3. Thorson, Kjerstin S.; Rodgers, Shelly (março de 2006). «Relationships Between Blogs as EWOM and Interactivity, Perceived Interactivity, and Parasocial Interaction». Journal of Interactive Advertising. 6 (2): 5–44. doi:10.1080/15252019.2006.10722117 
  4. «Twitch: what is the platform that livestreamed the Florida shooting?». The Guardian (em inglês). 29 de agosto de 2018. Consultado em 6 de outubro de 2021. What makes Twitch different from traditional broadcasting is that it’s interactive. When watching a streamer, viewers can type into a chat window to communicate with each other and the streamer themselves, asking questions, making jokes or offering advice about the game. Successful streamers make their viewers feel like they’re in the living room with them, a parasocial relationship that nonetheless creates a feeling of belonging and togetherness for their audiences. Twitch’s format is extremely good at cultivating community, a virtual hangout spot for its millions of teenage and college-age users. 
  5. a b c d Chung, S.; Cho, H. (2017). «Fostering Parasocial Relationships with Celebrities on Social Media: Implications for Celebrity Endorsement». Psychology & Marketing. 34 (4): 481–495. doi:10.1002/mar.21001 
  6. a b c Rubin, R.; McHugh, M. (1987). «Development of Parasocial Interaction Relationships». Journal of Broadcasting & Electronic Media. 31 (3): 279–292. doi:10.1080/08838158709386664 
  7. Klickstein, Mathew. «What Room Teaches Us About the Psychology of Fandom». Wired 
  8. Gleich, Uli (2008). «Thomas Schierl (Hrsg.) (2007): Prominenz in den Medien. Zur Genese und Verwertung von Prominenten in Sport, Wirtschaft und Kultur. Köln: Herbert von Halem». Medien & Kommunikationswissenschaft. 56 (3–4): 500–502. doi:10.5771/1615-634x-2008-3-4-500  

Leituras adicionais

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