John Stott Howorth

John Stott Howorth (Londres, 14 de maio de 1829Lisboa, 11 de dezembro de 1893), primeiro e único Barão de Howorth de Sacavém, foi um comerciante e industrial britânico, entretanto naturalizado português, pouco antes de falecer.

John Stott Howorth
Nascimento 14 de maio de 1829
Rochdale
Morte 11 de dezembro de 1893
Lisboa
Cidadania Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, Reino de Portugal
Ocupação industrial

Biografia

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Chegou a Portugal com catorze anos, em 1843, e não obstante a pouca idade começou logo a trabalhar como caixeiro numa companhia inglesa, a Ashworth & Cia., à data uma das principais casas exportadoras de têxteis britânicos.

Alguns anos volvidos, associou-se aos negócios de seu irmão William John Howorth (que também se fixara em Portugal, onde veio a constituir família, sendo pai do jornalista e escritor Júlio Howorth), para mais tarde vir enfim a trabalhar por conta própria, logrando assim alcançar grande fortuna.

Casou entretanto com uma inglesa, Alice Rawstron, de quem teve uma filha morta à nascença (1859); manteve mais tarde uma ligação ilegítima com uma senhora portuguesa (Maria Margarida Pinto Basto, trinta e sete anos mais nova, a qual, não obstante não ser casada com ele, usou o título baronesa de Sacavém), enlace do qual resultaram três filhos.

Foi o responsável pelo planeamento da linha de caminho de ferro até Sintra (projecto para o qual obteve, inclusivamente, a concessão do governo), mas não pôde, mau grado os seus vários esforços, concluir o empreendimento, tendo não obstante iniciado a execução de alguns dos troços da obra.

Viria ainda a estabelecer, entre outras, a Fábrica de Moagem do Terreiro do Trigo e a Fábrica de Fiação de Xabregas, em Lisboa, e ainda a Companhia do Gás do Porto.

 
Escadinhas do Barão de Sacavém, assim chamadas em honra de John Stott Howorth, primeiro e único Barão de Howorth de Sacavém.

Em 1860 iniciava, enfim, aquele que viria a ser o seu maior empreendimento até à data – adquiriu, a meias com o irmão, a Fábrica de Loiça de Sacavém, fundada em 1856 por Manuel Joaquim Afonso, tendo-a desenvolvido grandemente (mandando vir barro inglês de diferentes espécies, bem como maquinaria), e tornando-a, em poucos anos, uma das principais indústrias do país.

Foi iniciado na Maçonaria em 1873 no Grande Oriente Lusitano Unido, fazendo parte da Loja Regeneração Irlandesa, com o nome simbólico "Byron".[1]

Amigo pessoal d’el-rei consorte D. Fernando II de Portugal, este retribuía-lhe a honra prestando-lhe apoio às suas várias iniciativas.

O rei D. Luís I, filho do precedente, agraciou-o, pelos seus feitos, com o título de Barão de Howorth de Sacavém, por decreto de 16 de Julho de 1885, e concede à sua fábrica o privilégio de se intitular Real Fábrica de Loiça de Sacavém. Em virtude de não ter gerado legítima descendência, o título não foi renovado.

Imediatamente após o ultimato britânico, em 11 de Janeiro de 1890, Howorth naturalizou-se português, facto que lhe valeu grande simpatia entre aqueles com quem privava de perto, no quadro do ambiente de fervor patriótico e antibritânico que então se vivia.

Após a sua morte, a sua esposa, a Baronesa Howorth de Sacavém, estabeleceu uma sociedade comanditária com o antigo guarda-livros da Fábrica, James Gilman, que assegurará a administração da mesma até à morte da Baronesa, em 1909.

Sacavém viria mais tarde a homenageá-lo, concedendo a um pequeno arruamento o seu nome – as Escadinhas do Barão de Sacavém.

Título

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O título nobiliárquico de Barão de Howorth de Sacavém foi concedido, por decreto de D. Luís I de 16 de Julho de 1885, ao conhecido industrial britânico ligado à Fábrica de Loiça de Sacavém.

Trata-se de um título atribuído em uma vida, associando o nome do titulado – Howorth – ao da povoação onde se distinguiu pela sua actividade – Sacavém –, uma prática apesar de tudo não relativamente comum na Monarquia Constitucional (onde os títulos se associavam ou ao apelido do titulado, ou a uma determinada povoação), sendo também conhecido pela forma sincopada de Barão de Sacavém.

Em virtude de não ter gerado descendência legítima, após a morte de John Howorth, em 1893, o título não foi renovado.

Referências

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  1. Valdemar, António. Loures e a República. [S.l.: s.n.] 
Fontes
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  • Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. XIII, Lisboa-Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, [s. d.], p. 405.
  • Portugal. Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, vol. VII, Lisboa, João Romano Torres Editor, 1912, p. 467.

Precedido por
nova criação
Barão de Howorth de Sacavém
1885 - 1893
Sucedido por
título não renovado
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