José Alberty Correia

militar português

José Alberty Correia OAComAGOI (Abrantes, 4 de fevereiro de 1917-9 de junho de 2011) foi um governador colonial português. Governou a província do Timor português de 12 de junho de 1963 a 14 de novembro de 1967 e também comandante-chefe das Forças Armadas da mesma província, sendo tenente-coronel e, mais tarde, coronel.

José Alberty Correia

Governador do Timor português
Período 12 de junho de 1963 - 14 de novembro de 1967
Dados pessoais
Nascimento 4 de fevereiro de 1917
Portugal
Morte 9 de junho de 2011 (94 anos)
Portugal
Nacionalidade Portuguesa
Profissão Tenente-General de Infantaria

Biografia editar

Foi feito Oficial da Ordem Militar de Avis a 10 de novembro de 1950 e elevado a Comendador da mesma Ordem a 2 de novembro de 1961,[1] que exerceu o cargo de Governador no antigo território português Timor português, com o estatuto de província ultramarina, entre 12 de junho 1963 e 1968, tendo sido antecedido pelo comandante-chefe de Militar, interino, brigadeiro Franscisco António Pires Barata e sucedido por José Nogueira Valente Pires.[2] A 19 de agosto de 1968 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Império.[1]

Em 1936 ingressou no corpo de alunos da antiga Escola Militar, onde frequentou o curso de infantaria, que concluiu em 1939, com prémio honorífico. Foi promovido a alferes em 1939, a tenente em 1941, a capitão em 1945, a major em 1955, a tenente-coronel em 1959 e a coronel em 1965. Em 1944 vai pela primeira vez para a colónia, como comandante da uma Companhia Anticarro, tendo ficado retida em Moçambique até 1946.

Curso do Estado-Maior no Instituto de Altos Comandos Militares.

Em 1951, ingressou no quadro de oficiais do Corpo de Estado-Maior. Durante a sua carreira militar prestou serviço em várias unidades e estabelecimentos militares no continente, Açores, Madeira e nas colónias de Portugal.

Governador do Timor português editar

Quando chegou a Díli, a 12 de junho de 1963, o governador do Timor português, tenente-coronel José Alberty Correia, ficou apreensivo com a União da República de Timor (URT), um "atrófico movimento nacionalista islâmico-malaio timorense",[3] entre 1960 a 1975. Segundo o tenente-coronel, José Alberty Correia: "a situação encontrada dava claros indícios de certo nervosismo, receando-se uma eminente acção de infiltração ou de forças dos indonésios, e admitia-se haver já organizado um governo provisório para tomar conta do território."[4]

Em abril de 1964, na presença do governador, o tenente-coronel José Alberty Correia inaugurou-se a construção da sede da Associação Comercial, Agricola e Industrial de Timor (ACAIT).

O subsecretário de Estado da Administração Ultramarina, Joaquim Moreira da Silva Cunha, partiu de Lisboa, no dia o 23 de novembro de 1964. No dia 25 de novembro chegou ao Aeródromo de Baucau, onde esteve com o governador do Timor português, tenente-coronel José Alberty Correia, e pelo comandante militar, tenente-coronel Artur Ribeiro e por mais de 5 "mil populares com os seus trajes típicos".[5] No dia 16 de dezembro de 1964, o subsecretário de Estado regressou a Lisboa.[6]

Em 12 de junho de 1966, em Díli, tem uma expressiva manifestação da população timorense assinalou a passagem do terceiro aniversário da posse do coronel do C.E.M., José Alberty Correia, no alto cargo de governador de Timor português. No brilhante improviso, o governador José Alberty Correia, "o Governo Central continuarás a apoiar as realizações necessárias até que a Província consiga viver bem e o povo timorense tenha ascendido ao nível social desejado".[7]

Em relação à República da China (Formosa/Taiwan) ela tinha um Consulado em Díli para tratar dos assuntos consulares da comunidade chinesa no Timor português, que eram entre 7.000 a 9.000 chineses. Aliás, segundo o coronel José Alberty Correia, "[a] China (Formosa), sempre cautelosa, admitia a existência de um governo provisório da [União] da República de Timor/Díli e admitia a possibilidade do seu reconhecimento".[8]

Carreira profissional editar

Em missões do Estado-Maior do Exército serviu em Macau, Índia, Moçambique, Angola e a Guiné portuguesa; exerceu funções da Direção dos Serviços Ultramarinos, foi chefe da Repartição de Gabinete do Chefe do Estado-Maior do Exército e professor efetivo do curso de promoção a oficial superior do Instituto dos Altos Estudos Militares.

Foi nomeado secretário de Estado do Exército, no dia 18 de janeiro de 1972, na posição de brigadeiro, e foi exonerado em 7 de novembro de 1973.

Condecorado editar

Foi agraciado pelo presidente da República, Américo Thomaz, com o grau de comendador da Ordem Militar de Aviz, no dia 2 de novembro de 1961, e o de grande-oficial da Ordem do Império, no dia 19 de agosto de 1968.[9]

Ver também editar


Referências

  1. a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "José Alberty Correia". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 3 de outubro de 2015 
  2. Monika Schlicher: Portugal in Osttimor. Eine kritische Untersuchung zur portugiesischen Kolonialgeschichte in Osttimor 1850 bis 1912, Aberag, Hamburg 1996. ISBN 3-934376-08-8
  3. Moisés Silva Fernandes (2005), "A União da República de Timor: o atrófico movimento nacionalista islâmico-malaio timorense, 1960-1975", in Ensaios sobre o nacionalismo em Timor-Leste, Armando Marques Guedes e Nuno Cana Mendes, eds., Lisboa, Instituto Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros, p. 355.
  4. "General Alberty Correia, Governador de Timor, 1963-1967" (1994), Os Últimos Governadores do Império, Paradela de Abreu, coord., Lisboa, Edições Neptuno, p. 335.
  5. "Visita do Subsecretário de Estado da Administração Ultramarina a Timor", Boletim Geral do Ultramar, ano 40.º, n.º 473/474 (novembro/dezembro de 1964), p. 10.
  6. Ibid., p. 61.
  7. "Timor - Governador", Boletim Geral do Ultramar, ano 42.º, n.º 492 (junho de 1966), p. 322.
  8. "General Alberty Correia, Governador de Timor, 1963-1967" (1994), Os Últimos Governadores do Império, Paradela de Abreu, coord., Lisboa, Edições Neptuno, p. 334.
  9. Presidência da República, Chancelaria das Ordens, Anuário das Ordens Honoríficas Portuguesas, Lisboa, Execução Gráfica da SPEME, pp. 62 e 172.


Precedido por
Brigadeiro Francisco António Pires Barata, Encarregado do Governo e comandante militar.
 
Governador do Timor português

1963 - 1967
Sucedido por
Juiz de Direito Manuel Fernandes, Encarregado do Governo