Liderança online

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Liderança online ou e-liderança é um processo de influência social, mediada pela tecnologia, para produzir mudanças de atitudes, sentimentos, pensamentos, comportamentos e desempenho com indivíduos, grupos ou organizações para alcançar seus objetivos específicos.[1] Estimula as relações entre os membros da organização em um contexto em que o trabalho é mediado pela tecnologia. Neste caso, a comunicação e a divulgação de informações ocorre através de tecnologia da informação.[1]

Tradicionalmente, a liderança nas empresas envolvem interações face-a-face, agora os líderes podem conduzir projetos inteiros a distância e inter-relacionar-se com suas equipes unicamente através da tecnologia da informação. Esta interação envolve formas de tecnologia, tais como videoconferência, software de colaboração online, telefones celulares e e-mail, por exemplo.[2]

Os atuais líderes organizacionais têm de saber lidar com as duas forças inter-relacionadas:

- A dispersão global das divisões e unidades, clientes, fornecedores e stakeholders no geral; e

- A explosão exponencial das tecnologias da comunicação, o que conduz à necessidade premente do líder saber lidar com os grupos e as equipes virtuais dispersas geograficamente.[3] Os líderes de negócios atuais tipicamente estão à frente de equipes cujos membros não estão no mesmo escritório, edifício, mas espalhados pelo país ou mesmo por diferentes regiões do globo e que face ao crescimento da tecnologia e ao seu alcance global, em futuro próximo a e-Liderança passará a ser rotina, e não exceção, no nosso contexto de liderança organizacional.[3]

Assim, o líder vai ser capaz de transmitir uma mensagem e certifica-se que todos estão alinhados com o caminho e objetivo proposto a seguir.



Desafios da Liderança Online editar


A e-Liderança também tem implícitos novos desafios para o e-Líder como:[4]

  • Comunicação eficaz através de meios eletrônicos transmitindo entusiasmo digital;
  • A criação de alternativas viáveis de comunicação via meios eletrônicos (escolha dos meios e ferramentas);[4]
  • A construção de confiança com alguém que eventualmente nunca conheceu fisicamente;
  • Conseguir inspirar e promover motivação à distância aos membros da equipe;
  • Acompanhar e monitorizar o grupo, proporcionando que sintam a sua presença no ambiente virtual;

Os líderes devem se manter atualizados, ler bastante, reunir tempo para administrar a relação com sua equipe de trabalho, reler suas correspondências antes de enviá-las (assim evitar que erros de português ou mensagens com prováveis erros gerem interpretação incorreta) e buscar novas ferramentas para facilitar o relacionamento, superando as longitude físicas entre os colaboradores das equipes.[5]

Tipos de Competências na Liderança Online editar


Segue definições das competências identificadas segundo os autores:

Tipos de Competências na Liderança Online
Comunicação
Comunicação na gestão virtual é entendida que as reuniões em videoconferência liberam a discussão imediata e sincrônica dos membros da equipe, enquanto a maioria das outras ferramentas tecnológicas permite somente a comunicação assincrônica, quando uma pessoa faz um documento, tem o feedback no dia seguinte, reenvia depois o documento com alterações e assim por diante.[6]
Gestão de processos
Na liderança online, a gestão de processos necessita ser mais firme e bem direcionada, visto que a distância não pode ser frequentemente inspecionada.[7]
Gestão de mudanças
Mudanças são frequente em equipes, virtuais ou não, pois ocorrem por diferentes razões como orçamento, agenda, prioridades, etc. O líder online deve utilizar diferentes recursos em diferentes equipes, isto é, necessita ter habilidade de adaptação e ter um olhar estratégico para administrar sua equipe.
Conhecimento técnico
Ainda conseguimos destacar que a competência técnica profissional, ou compreensão da atividade, é condição primordial para a efetividade da liderança.[8] Na liderança online/virtual, diferente da liderança presencial, constantemente o gestor se depara com a necessidade de aprendizado do manuseio de ferramentas e cria perspectiva de que a tecnologia disponibilizada pela empresa deve atender às suas expectativas de melhorias de produtividade e eficácia.
Relacionamento interpessoal
Relacionamento interpessoal está ligado com o autoconhecimento uma vez que, identificar os próprios sentimentos, ao captar a realidade externa nos conectamos com os outros, estabelecendo as relações interpessoais. Sendo assim, ser capaz de trabalhar em equipe origina-se na formação intrapessoal.[9]
Gestão do desenvolvimento individual
Para o líder ajudar a ampliação das competências primeiramente ele deve apontar os pontos fracos das pessoas e dar orientação para que elas possam superá-los. Deve reconhecer os pontos fortes das pessoas e enaltecê-los com comentários através de feedback positivo e orientar para uma evolução através do feedback negativo, porém propondo tarefas que estimulem o desenvolvimento das aptidões das pessoas.[10]

Na visão de DasGupta (2011), os e-lideres devem adquirir novas competências como:[4]

  • Habilidades de comunicação escrita;
  • Habilidades de relacionamento social;
  • Mentabilidade global e multicultural;
  • Maior sensibilidade em relação à motivação da equipe;
  • Habilidades de orientação do modelo baseado em 24x7.[4]

E-Liderança Abordagens/Estilos editar


E-liderança pode envolver o mesmo estilo e conteúdo tradicional face-a-face de liderança, especialmente como o avanço da tecnologia permite mais visual interações virtuais.[1] A liderança participativa envolve a criação de oportunidades para que os indivíduos se envolvam mais na tomada de decisões.[1] Considerando a importância de ter membros envolvidos no processo de tomada de decisão, os líderes online/ eletrônicos participativos podem usar tecnologia como salas de bate-papo com entrada anônima e pesquisas eletrônicas, como ferramentas para informar seus seguidores.[1] Como a liderança transformacional mais tradicional, a e-liderança também pode ser inspiradora. Para esse fim, os líderes eletrônicos podem usar ferramentas como o e-mail para comunicar visões convincentes, orgulho nas conquistas dos seguidores ou entusiasmo com novos empreendimentos.[1]

Ver também editar

Referências editar

  1. a b c d e f Avolio, B. J.; Kahai, S. S. (2002). "Adding the "e" to e-leadership: How it may impact your leadership". Organizational Dynamica. 31 (4): 325–338.
  2. Crawford-Mathis, K. J. (2009). Concepts and challenges of e-leadership. In Lee, I. (2009). Electronic Business: Concepts, Methodologies, Tools, and Applications. Hershey, PA: IGI Global. pp. 1748–1753.
  3. a b Zaccaro, S.J. e Bader, P., “E-leadership and the challenges of leadind e-Teams: Minimizing the bad and maximizing the good”. Organizational Dynamics. 31(4) (2003)
  4. a b c d DasGupta, P., “Literature Review: e-Leadership”. Emerging Leadership Journeys. Regent University School of Global Leadership & Entrepreneurship (2011).
  5. BOOG, G. G. Os desafios das equipes virtuais. São Paulo, fev. 2010.
  6. KATZENBACH, J. R.; SMITH, D. K. Equipes de alta performance: conceitos, princípios e técnicas para potencializar o desempenho das equipes. Tradução de: Edite Siegert Sciulli. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001.
  7. PAIM, R. et. al. Gestão de processos: pensar, agir e aprender. São Paulo: Artmed, 2009.
  8. DUBRIN, A. J. Fundamentos do comportamento organizacional. 1. Ed. São Paulo: Thomson Pioneira, 2006.
  9. CARLOS, J. Definições de relacionamentos interpessoais. Revista Intellectus, São Paulo, v. 8, n. 20, p. 99 – 105, abr./jun. 2012.
  10. GOLEMAN, D. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.