Linguagens Documentárias

As linguagens documentárias são linguagens estruturadas e controladas, construídas a partir de princípios e de significados advindos de termos constituintes da linguagem de especialidade e da linguagem natural (linguagem do discurso comum), com a proposta de representar para recuperar a informação documentária. Pode se dizer então que as Linguagens documentárias caracterizam-se por sistemas de organização do conhecimento, servindo de apoio para os processos de indexação e busca por assunto.[1]

A linguagem documentária é um instrumento por meio do qual se realiza a mediação entre sistemas ou conjuntos informacionais e usuários. Enquanto sistema de significação e de comunicação, a linguagem documentária permite orientar a busca, ou seja, a navegação através de uma proposta de segmentação do universo enfocado. [2]

Portanto, as Linguagens Documentárias visam representar, de forma padronizada, o conhecimento de domínio específico e estabelecer a ligação entre o usuário e o conteúdo do documento. Ela é construída artificialmente com o propósito de sintetizar, por meio de vocabulário controlado, o conteúdo de documentos, e ser utilizada em sistemas de indexação, armazenamento e recuperação de informação. Enfim, delimita o vocabulário de determinado domínio de interesse de forma clara e precisa.[3]

Tipos de Linguagens Documentárias editar

São tipos de Linguagens Documentárias:

Sistemas de classificação bibliográfica;

Tesauros;

• Taxonomias;

• Ontologias.

Taxonomia editar

A Taxonomia é um conceito multidisciplinar. No âmbito das práticas bibliotecárias, a taxonomia é a classificação ou categorização de um conjunto de coisas de forma hierárquica. Por definição, taxonomia é classificação, sistemática. [4] Também, instrumento para organizar todas as entidades de um universo em uma simples hierarquia: uma grande árvore na qual cada entidade pertence apenas a uma única classe, cada espécie a um único gênero, e assim por diante. [5] Enquanto linguagem documentária, a taxonomia constitui uma lista de termos preferenciais com estrutura hierárquica (árvore).

Taxonomias também podem ser estruturadas na forma de:

  • Listas
  • Árvores
  • Matrizes
  • Sistemas de mapas [6]

Ontologia editar

Originalmente da Filosofia (sistema particular de categorias que versa sobre certa visão de mundo), a ontologia foi apropriada pela Ciência da Computação e também pela Ciência da Informação. [7] No âmbito da Ciência da Computação e da Ciência da Informação: conforme a interpretação vai de artefato computacional que armazena e organiza informações até estrutura semântica que representa o conhecimento de um dado domínio. [8] Ferramenta ou linguagem que permite a instauração de sentido. [9] No jargão da Web semântica, ontologia é um documento ou arquivo que define formalmente relações entre termos. O tipo clássico é uma taxonomia e um conjunto de regras inferenciais.[10]

Cada ontologia é um sistema de conceitos e suas relações, no qual todos os conceitos são definidos e interpretados de modo declarativo. O sistema define o vocabulário de um domínio e as restrições de como os termos do vocabulário são combinados, de forma a modelar o domínio. [11]

Referências editar

  1. Fujita, Mariângela Spotti Lopes; Boccato, Vera Regina Casari; Rubi, Milena Polsinelli; Gonçalves, Maria Carolina (2009). A indexação de livros: a percepção de catalogadores e usuários de bibliotecas universitárias. Um estudo de observação do contexto sociocognitivo com protocolos verbais. [S.l.]: Editora UNESP. ISBN 9788579830150 
  2. Lara, Marilda Lopes Ginez de (dezembro de 2004). «Linguagem documentária e terminologia». Transinformação. 16 (3): 231–240. ISSN 0103-3786. doi:10.1590/s0103-37862004000300003 
  3. Francelin, Marivalde Moacir. «Ordem dos conceitos na organização da informação e do conhecimento.» 
  4. Antonio., Moreiro González, José (2011). Linguagens documentárias e vocabulários semànticos para a web : elementos conceituais. [S.l.]: EDUFBA. ISBN 9788523208240. OCLC 913045330 
  5. Ferreira, Ana Carolina; Maculan, Benildes Coura Moreira dos Santos (29 de outubro de 2017). «Indexação de acórdãos no contexto dos tribunais de contas: estudos preliminares para a elaboração de um modelo de leitura técnica». Informação & Informação. 22 (2). 511 páginas. ISSN 1981-8920. doi:10.5433/1981-8920.2017v22n2p511 
  6. «Patrick Lambe. Organising Knowledge: Taxonomies, Knowledge and Organisational Effectiveness. Oxford: Chandos, 2007. xix, 277 p. ISBN 978-1-84334-228-1 (hbk.); 978-1-84334-227-4 (pbk.)». KNOWLEDGE ORGANIZATION. 34 (4): 266–267. 2007. ISSN 0943-7444. doi:10.5771/0943-7444-2007-4-266 
  7. Carrasco, Rafael Da Silva; Oliveira, Alcione De Paiva; Lisboa Filho, Jugurta; Moreira, Alexandra (28 de abril de 2014). «Ontology supported system for searching evidence of wild animals trafficking in social network posts». Revista Brasileira de Computação Aplicada. 6 (1). ISSN 2176-6649. doi:10.5335/rbca.2014.3140 
  8. Schiessl, Marcelo; Bräscher, Marisa (24 de agosto de 2012). «Ontologia: ambiguidade e precisão». Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação. 0 (0). ISSN 1518-2924. doi:10.5007/1518-2924.2012v17nesp1p125 
  9. Pickler, Maria Elisa Valentim (abril de 2007). «Web Semântica: ontologias como ferramentas de representação do conhecimento». Perspectivas em Ciência da Informação. 12 (1): 65–83. ISSN 1413-9936. doi:10.1590/s1413-99362007000100006 
  10. Café, Lígia; Bräscher, Marisa (15 de dezembro de 2011). «Organização do Conhecimento: teorias semânticas como base para estudo e representação de conceitos». Informação & Informação. 16 (2). 25 páginas. ISSN 1981-8920. doi:10.5433/1981-8920.2011v16n2p25 
  11. Rautenberg, Sandro; Todesco, José Leomar; Steial, Andrea Valéria (agosto de 2010). «Ontologias de domínio no mapeamento de instrumentos da gestão do conhecimento e de agentes computacionais da engenharia do conhecimento: o estado da arte». Perspectivas em Ciência da Informação. 15 (2): 163–182. ISSN 1413-9936. doi:10.1590/s1413-99362010000200011