Lolita, My Love
Álbum de elenco inédito
Música John Barry
Letra Alan Jay Lerner
Libreto Alan Jay Lerner
Baseado em Lolita, de Vladimir Nabokov
Produção 1971 Filadélfia
1971 Boston
nunca apresentado na Broadway

Lolita, My Love foi um musical mal sucedido de John Barry e Alan Jay Lerner, baseado no romance de Vladimir Nabokov, Lolita. Fechou-se em Boston, em 1971, quando estava em um tour antes da estreia na Broadway.

História da produção editar

Lolita, My Love foi iniciado por Lerner, o letrista bem conhecido de My Fair Lady e outros sucessos importantes, que recrutou Barry para escrever a música. Nabokov, que tinha várias vezes se recusado a permitir adaptações de seu romance, afirmou que "o Sr. Lerner é um classicista mais talentoso e excelente. Se você tiver que fazer uma versão musical de Lolita, ele é o único que poderá fazê-la".[1] Como a maioria dos musicais da época, a produção foi prevista para um tour multi-cidade, durante o qual uma reconfiguração poderia ser feita, conforme necessário, antes de abrir na Broadway. O diretor original foi o empresário de ópera, Tito Capobianco, e a coreografia foi fornecida por Jack Cole, embora Cole fosse demitido durante os ensaios e substituído por Danny Daniels.

Após a abertura, na Filadélfia em 16 de fevereiro de 1971, o show recebeu críticas ferozes e imediatamente fechou para mais trabalho. Capobianco foi demitido e substituído por Noel Willman, e Daniels foi substituído como coreógrafo por Dan Siretta. Até mesmo Annette Ferra, a atriz que interpretava Lolita, abandonou a apresentação.

O show foi reaberto em Boston, mas a recepção foi morna e recebeu críticas mistas, embora os críticos reconhecessem as boas atuações de John Neville como Humbert e Dorothy Loudon como a mãe vulgar de Lolita, Charlotte, e achou a música e a letra fortes. Lolita foi interpretada pela atriz Denise Nickerson, e o indicado ao Óscar, Leonard Frey foi Clare Quilty. A produção fechou antes de sua abertura programada para o Mark Hellinger Theatre, o local de muitos triunfos anteriores de Lerner; ele perdeu 900,000 dólares.[1]

O show editar

Como o romance, Lolita, My Love foca-se em um professor nativo europeu, Humbert Humbert, que vive nos Estados Unidos; ele se apaixona totalmente pela filha adolescente da senhoria. Embora o enredo seja desagradável, Humbert eventualmente emerge como uma figura trágica, e há uma explicação espirituosa da cultura estadunidense que tanto incentiva e condena tal comportamento.

Enquanto o show não foi oficialmente gravado, uma gravação bootleg do teatro veio à tona e foi vendida abertamente. A lista de músicas na gravação dá a seguinte lista de músicas:[2]

  1. Overture
  2. Going, Going, Gone – Quiltey and guests
  3. The Same Old Song – Lolita & Charlotte
  4. Saturday – Lolita
  5. In the Broken Promise Land of 15 – Humbert
  6. The Same Old Song (Reprise) – Humbert, Lolita, Charlotte
  7. Dante, Petrarch and Poe – Humbert
  8. Sur Les Quais – Charlotte
  9. Charlotte's Letter – Humbert & Charlotte
  10. Farewell, Little Dream – Humbert
  11. At the Bed-D-By Motel – Ensemble
  12. Tell Me, Tell Me – Quiltey & Humbert
  13. Buckin' for Beardsley/Beardsley School for Girls – Lolita & Humbert
  14. March Out of My Life
  15. The Same Old Song (Reprise) – Lolita
  16. All You Can Do Is Tell Me You Love Me – Lolita
  17. How Far Is It to the Next Town – Lolita & Humbert
  18. How Far is It to the Next Town (Reprise) – Quiltey & Humbert
  19. Lolita – Humbert
  20. Finale

"Going, Going, Gone" foi gravada por Shirley Bassey, e "In the Broken-Promise Land of Fifteen" foi gravada várias vezes, nomeadamente por Robert Goulet.

Reações editar

Ao recusar muitas ofertas anteriores para adaptar o romance, Nabokov insistiu que o enredo desagradável era aceitável porque só existia em sua cabeça; para fazer uma verdadeira menina de doze anos interpretar o papel, particularmente em pessoa no palco noite após noite, "seria pecaminoso e imoral".[1] O enredo esquelético sozinho, sem a voz autoral de Nabokov, é de fato bastante picante, e a crítica e o público reagiram negativamente ao musical.

Escritores posteriores (nomeadamente Ken Mandelbaum e Frank Rich[3]) têm encontrado elementos do show dignos de louvor, com Mandelbaum alegando que é improvável que qualquer um poderia produzir uma versão musical melhor do que é, provavelmente, o material fundamentalmente impossível. Em 1982, uma adaptação não-musical de Lolita por Edward Albee abriu memoravelmente a comentários negativos, e muitos críticos especificamente assinalaram maneiras em que esta versão faltava algo quando comparada com o musical anterior; Rich sustentou que a versão de Albee teve um conjunto hediondo, ressaltando que até mesmo a "versão musical fracassada...tem o cenário certo".[3]

Ver também editar

Referências

  1. a b c Mandelbaum, Ken. Not Since Carrie. New York: St. Martin's Press, 1991
  2. Disponível no website John Barry Resource
  3. a b Rich, Frank. The Hot Seat. New York: Random House, 1998.

Ligações externas editar