Magnetização natural remanente

Magnetização natural remanente (NRM) é a remanência sob a forma da magnetização permanente de uma rocha ou sedimento resultante do campo magnético da Terra no momento em que o material foi depositado como sedimento ou cristalizado a partir de magma. Esta magnetização constitui um registo da intensidade e direção do campo magnético terrestre e permite, pelas alterações de orientação, determinar o movimento tectónico das formações geológicas ao longo de milhões de anos a partir de sua posição original. A magnetização natural remanente forma a base do paleomagnetismo e da magnetostratigrafia.

Tipos editar

Existem vários tipos de NRM que podem ocorrer numa amostra. Muitas amostras têm mais de um tipo sobreposto. A magnetização termo-remanente (TRM) é adquirida durante o arrefecimento abaixo do ponto de Curie dos minerais ferromagnéticos e é a melhor fonte de informação sobre o passado do campo magnético da Terra. A magnetização adquirida durante a mudança de fase, ação química ou crescimento de cristais a baixa temperatura é denominada magnetização química remanente. Os sedimentos adquirem uma magnetização remanente deposicional durante sua formação ou uma magnetização remanente pós-deposicional posteriormente.[1]

Alguns tipos de remanência magnética são indesejáveis e devem ser removidos antes que a remanência útil seja medida. Um é magnetização isotérmica remanente (IRM), que como um componente do NRM induzido pela exposição de uma partícula a um campo magnético intenso, fazendo com que o campo inverta seus momentos magnéticos de coercividade mais baixa para se alinhar com o campo intenso. Um mecanismo frequentemente citado de aquisição de IRM é o efeito de dos fortes campos magnéticos locais gerados por trovoadas quando um raio que atinja as proximidades do material. Outra é magnetização remanente viscosa (VRM), uma remanência adquirida quando a rocha fica exposta ao campo magnético da Terra por longos períodos.[1]

O componente mais importante da remanência natural é adquirido quando uma rocha é formada. Essa componente é designada de componente primário ou magnetização remanente característica (ChRM). Qualquer componente posterior é designada por componente secundário. Para separar esses componentes, o NRM é removido gradualmente usando técnicas de desmagnetização térmica ou de campo alternado para revelar o componente magnético característico.[1]

Mas nem todas as mudanças magnéticas resultantes de choque mecânico podem ser removidas pela desmagnetização de campo alternado (AF).[2] Os arenitos marinhos que formam as estruturas onde estão depositados hidrocarbonetos apresentam mineralogias instáveis cuja suscetibilidade a campos magnéticos de baixa intensidade e à magnetização remanente isotérmica aumentam irreversivelmente, mesmo após choques mecânicos fracos e uma desmagnetização AF em campos alternados com um pico de 100 mT.[2]

Referências editar

  1. a b c McElhinny & McFadden 2000
  2. a b D. H. Tarling, H. Shi (1 de junho de 1999). «The origin of bore-core remanences: mechanical-shock-imposed irreversible magnetizations». Oxford University Press. Geophysical Journal International. 137 (3): 831–838. ISSN 0956-540X. OCLC 5113784831. doi:10.1046/j.1365-246x.1999.00850.x  

Bibliografia editar

Ver também editar