Majo (masc.) ou maja (fem.), também conhecidos como manolo e manola, eram pessoas das classes mais baixas da sociedade espanhola, especialmente de Madrid, que se distinguiam pelo seu estilo marcante, no vestir e nas maneiras, bem como pelo seu comportamento garboso,[1] de finais do século XVIII a início do século XIX. Os majos e as majas foram um dos temas favoritos de alguns pintores espanhóis da época.

El paseo por Andaluzia, por Francisco de Goya, representa majas e majos.

As roupas com que se vestiam os majos e as majas eram exageros do vestuário tradicional espanhol, em forte contraste com o estilo francês afetado que era adotado por grande parte da elite espanhola, sob a influência do Iluminismo. Os majos eram conhecidos para provocar quezílias, que por vezes degeneravam em lutas, com os que eles consideravam afrancesados.[2]

Em Espanha, existem formas derivadas para desinar os majos e as majas, tais como chulapo e chulapa, uma versão do chulo e chula, em referência à sua atitude atrevida, bem como chispero e chispera, entre outros.[3]

Popularidade editar

Embora os majos e as majas fossem tema frequente para o pintor Francisco de Goya, duas das suas majas, La maja vestida e La maja desnuda (o mesmo modelo, mas nu), ganhariam fama internacional.

O vestuário das majas influenciaria o traje da protagonista Carmen, da ópera homónima de Georges Bizet, de meados do século XIX.[4]

No século XX, com a transformação de Espanha num importante destino turístico, a manola ou maja, muitas vezes abanando um leque, ganhou o estatuto de imagem estereotípica tradicional espanhola, um dos símbolos informais mais populares de Espanha, juntamente com o toureiro, que tomou o lugar do majo.[5][6] Algumas das representações da maja no século XX foram de certa forma assimiladas à da  bailarina de flamenco (la bailaora).[7] Hoje em dia, a crescente popularidade da maja acabou por eclipsar a do majo.

Galeria editar

Referências editar

  1. Madripedia - Tipos castizos Arquivado em 2011-11-06 no Wayback Machine
  2. Charles J. Esdaile, Spain in the Liberal Age, Blackwell, 2000. ISBN 0-631-14988-0. p. 10.
  3. 15 mayo - San Isidro, el patrón de Madrid Arquivado em 2006-05-16 no Wayback Machine
  4. París y la españolada; Casticismo y estereotipos nacionales en las exposiciones universales (1855-1900
  5. La 'Carmen' de Mérimée en la visión de Brook
  6. Luis Navarrete, Carmen y la españolada
  7. Antonio Elorza, Luis Bagaría: el humor y la política. Anthropos

Ligações externas editar