Massacre de Melilha


O massacre de Melilha foi a matança de várias dezenas de migrantes da África subsaariana perpetrada pela gendarmaria de Marrocos com o apoio da Guarda Civil espanhola no 24 de junho de 2022 na divisória da fronteira de Melilha, durante un salto massivo de entre 500 e 2.000 pessoas na alvorada do mesmo dia para cruzar a fronteira com Espanha.[1][2][3] Na disputa do número de vítimas, segundo as fontes oficiais marroquinas o balance foi de 23 migrantes e 2 gendarmes mortos e ademais 76 migrantes e 140 gendarmes feridos.[1][4] Em câmbio, as organizações não governamentais pro direitos humanos elevaram a cifra de migrantes mortos até 37 e exigiram investigações contra a ação policial desproporcionada.[4]

Massacre de Melilha

Guarita de vigilância na fronteira de Melilha
Data 24 de junho de 2022
Mortes 25-37
Feridos 216
Motivo Imigração clandestina, Relações entre Espanha e Marrocos

Ante o silêncio informativo ao longo da jornada do acontecimento[3] e a filtração de vídeos e fotografias de muitos migrantes inconscientes, desatendidos, sangrentos, amontoados e mortos sob custódia policial, a situação atraiu uma repercussão mediática e uma consternação internacionais.[5][6] O Presidente do Governo da Espanha daquela, Pedro Sánchez Pérez-Castejón (PSOE) justificou a intervenção e apontou que «há que reconhecer o extraordinário trabalho que fez o Governo marroquino em coordenação com as forças e corpos de seguridade do Estado de Espanha para intentar evitar um assalto violento e bem resolvido por parte das duas forças de seguridade», além de reconhecer e agradecer «a importância de termos umas relações com um sócio estratégico como é Marrocos» e culpar as máfias como as únicas culpáveis dos feitos.[7][8]

Este episódio de matança corresponde a uma série histórica de acontecimentos como a tragédia do Tarajal de 2014 em Ceuta, que situam Melilha e, por tanto, toda a fronteira entre Espanha e Marrocos, como um símbolo da tragédia internacional quanto à política migratória falida da União Europeia.[9]

Referências

  1. a b Agence France-Presse (25 de junho de 2022). The Guardian, ed. «Melilla: death toll from mass incursion on Spanish enclave rises to 23» (em inglês). Consultado em 26 de junho de 2022 
  2. Africa News, ed. (25 de junho de 2022). «Drame de Melilla : les responsabilités pointées du doigt» (em francês). Consultado em 26 de junho de 2022 
  3. a b Peregil, Francisco (25 de junho de 2022). El País, ed. «La tragedia bajo la valla de Melilla que nadie pudo tapar en Marruecos» (em espanhol). Consultado em 26 de junho de 2022 
  4. a b Agència EFE (24 de junho de 2022). El Diario, ed. «Las ONG elevan a 37 los migrantes muertos en su intento de saltar la valla de Melilla» (em espanhol). Consultado em 26 de junho de 2022 
  5. Predefinição:Citar periódico periódica
  6. El Món, ed. (25 de junho de 2022). «La carnisseria d’immigrants a Melilla es gira contra el govern espanyol» (em catalão). Consultado em 26 de junho de 2022 
  7. El Triangle, ed. (25 de junho de 2022). «Sánchez defensa al Marroc del fets del salt a Melilla: "Els responsables són les màfies"» (em catalão). Consultado em 26 de junho de 2022 
  8. Europa Press, ed. (24 de junho de 2022). «Sánchez elogia el trabajo de Marruecos para intentar evitar el "asalto violento" en Melilla» (em espanhol). Consultado em 26 de junho de 2022 
  9. Pelican, Michaela; Steinberger, Sofie (2017). «Melilla: Perspectives on a border town». Institut Für Ethnologie, Universität zu Köln. Cologne Working Papers in Cultural and Social Anthropology (em inglês) (6)