Massacre de Sobane-Kou

O Massacre de Sobane-Kou ocorreu em 10 de junho de 2019, quando a aldeia dogom de Sobane-Kou, no Mali, foi atacada. Moulaye Guindo, prefeito de Bankass, uma cidade vizinha, responsabilizou um grupo miliciano fula. O ataque matou 35 pessoas, um número revisado após uma alegação anterior de 95 mortos e 19 desaparecidos. Um sobrevivente declarou que os atacantes eram cerca de 50, dirigindo motos e picapes.[1][2][3] O governo do Mali suspeita que terroristas tenham cometido o ataque.[4]

Antecedentes

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Os fulas, que tradicionalmente são pastores, e os dogons, que são tradicionalmente agricultores, possuem uma disputa histórica sobre terras para pastagens e água, que foi exacerbada pela disseminação do jihadismo e da guerra civil no Mali. Os dogons acusam os fulas de apoiar a al-Qaeda e outros grupos terroristas que operam no Mali, enquanto os fulas acusam o Estado de patrocinar os dogons para atacá-los.[5] A MINUSMA registrou 488 mortes de fulas em ataques por dogons e 63 mortes de dogons por ataques de fulas durante o período de 1 de janeiro a 16 de maio em Mopti e na Região de Segu. O mais mortífero foi o Massacre de Ogossagou.[6] O Jama'at Nasr al-Islam wal Muslimin e Amadou Koufa prometeram retaliação pelos fulas.[7]

Ataque

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O ataque a Sobane-Da começou em 9 de junho e continuou por sete horas. Os perpetradores vieram em motos e sitiaram a aldeia, matando pessoas e queimando casas. O chefe da aldeia, Gouno Dara, afirmou que os atacantes atiraram em todos que encontravam e repetidamente gritavam "Allahu Akbar". Dara acrescenta que eles incendiaram construções e roubaram animais domésticos antes de recuar. Uma fonte de segurança declarou que a aldeia havia sido praticamente arrasada. O pesquisador maliano Ousmane Diallo comentou que o ataque foi tipicamente jihadista.[8]

Anteriormente, o governo havia fornecido um número provisório de mortos de 95 pessoas com base em alegações de alguns soldados e do prefeito do distrito. Dúvidas, no entanto, começaram a surgir sobre essa estimativa e uma contagem realizada pela força de proteção civil, pela equipe forense e o promotor público de Mopti confirmaram o número de 35 mortos, uma confusão que ocorreu em parte devido a cerca de cem mulheres que conseguiram escapar da aldeia, de acordo com um declaração divulgada pelo governo.[1]

Referências

  1. a b «Massacre toll in Mali revised down to 35» 
  2. «Attack on Mali village 'kills 100'» (em inglês). 10 de junho de 2019 
  3. «At least 95 killed in attack on ethnic Dogon village in central Mali». France 24 (em inglês). 10 de junho de 2019 
  4. «More than 100 villagers safe despite Mali attack». BBC (em inglês). 11 de junho de 2019 
  5. «U.N. Says At Least 95 People Killed In Attack On Mali Village». NPR (em inglês). 10 de junho de 2019. Consultado em 11 de junho de 2019 
  6. «95 killed in attack on central Mali village». Gulf News. 11 de junho de 2019 
  7. «Mali left reeling after village killings underscore security woes». AL Jazeera. 11 de junho de 2019 
  8. «'We have nothing left': Mali massacre survivors recount ordeal». SBS AU. 11 de junho de 2019