Monilophyta

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A divisão Monilophyta é um clado (grupo monofilético) de plantas vasculares sem sementes, que compreende as samambaias (antigos Pteridophyta) e as famílias Psilotaceae e Equisetaceae. A divisão é assim denominada porque um corte transversal do talo ("estela") revela lóbulos de protoxilema que lembram um colar. O agrupamento foi proposto em 1997 por Paul Kenrick e Peter R. Crane,[1] com o nome de «infradivisão Moniloformopses», sendo atualmente preferida a designação de Monilophyta para o clado formado.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMonilofita
fetos, samambaias
Feto-prateado (Pteris argyrea)
Feto-prateado (Pteris argyrea)
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Monilophyta
Classes
Sinónimos

Filogenia editar

De acordo com a análise filogenética, as relações entre os grupos são como se segue:[2]

 Monilophyta 

 Cladoxylopsida

 Equisetopsida

 samambaias 
 Psilotopsida

 Ophioglossales

 Psilotales

fetos verdadeiros

 Marattiopsida

 Polypodiopsida

Descrição editar

A maioria dos indivíduos deste grupo monofilético possui porte pequeno, porém é possível encontrar indivíduos grandes, como algumas espécies pertencentes ao género Cyathea. Mesmo certas espécies cujos troncos atingem até 30 cm de diâmetro apresentam apenas tecido primário.

O ciclo de vida dos indivíduos tem alternância de gerações, sendo que a fase esporofítica apresenta maior porte e maior complexidade anatómica quando comparada com a fase gametofítica. A fase gametofítica é transitória e inconspícua.

A reprodução é feita por esporos, sendo os gâmetas masculinos do tipo anterozóide multiflagelado. Podem ser formados dois tipos de esporângios: eusporângios e leptosporângios. Os eusporângios derivam de uma série de células parentais, ou iniciais, superficiais, cada esporângio desenvolvendo uma parede com duas ou mais camadas celulares de espessura e um grande número de esporos. Os leptosporângios são formados a partir de uma única célula da epiderme, que dá origem a duas linhagens: (1) uma que forma o pedicelo e a parede uniestratificada do esporângio; e (2) outra que dá origem ao tapete e ao tecido esporogénico.

A raiz apresenta protoxilema exarco. A substância de reserva é o amido. A folhas tem características megáfilas, ocorrendo espécies que apresentam lâminas reduzidas. Os tipos de estelo são: (1) protostelo em Psilotales; e (2) sifonostelo semelhante a eustelo em Equisetales.

As classes apresentam as seguintes características distintivas:

  • Classe Equisetopsida — conhecidas como cavalinhas, são amplamente distribuídas em locais húmidos e encharcados, próximos a córregos e ao longo das margens de florestas. Apresentam raiz diferenciada, as folhas são pouco desenvolvidas e o caule é fotossintetizante. Reproduzem-se por eusporângio.
  • Classe Psilotopsida — apresenta distribuição tropical e sub-tropical. Folhas em forma de escamas com uma única nervura e sem ramificação. São desprovidas de raízes. Os esporos são geralmente agrupados em grupos de três (sinângios) e localiza-se nas terminações de ramos laterais curtos. Após a germinação os esporos dão origem a gametófitos bissexuais que se assemelham a porções do rizoma. Reproduzem-se por eusporângio.
  • Classe Polypodiopsida — Desenvolvimento por leptosporângio. Algumas são homosparadas e outras heterosporadas.

Notas

Ligações externas editar

 
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Referências editar

  • Pryer, Kathleen M., Harald Schneider, Alan R. Smith, Raymond Cranfill, Paul G. Wolf, Jeffrey S. Hunt y Sedonia D. Sipes. 2001. "Horsetails and ferns are a monophyletic group and the closest living relatives to seed plants". Nature 409: 618-622 (resumo em inglês aqui).
  • Judd, W. S. Campbell, C. S. Kellogg, E. A. Stevens, P.F. Donoghue, M. J. 2002. Plant systematics: a phylogenetic approach, Second Edition. Sinauer Axxoc, USA.
  • A. R. Smith, K. M. Pryer, E. Schuettpelz, P. Korall, H. Schneider, P. G. Wolf. 2006. "A classification for extant ferns". Taxon 55(3), 705-731 (PDF).
  • K. S. Renzaglia, R. J. Duff, D. L. Nickrent, D. J. Garbary. 2000. "Vegetative and reproductive innovations of early land plants; implications for an unified phylogeny". (Índice[ligação inativa] e Phil. Trans. R. Soc. Lond. B 355, 769)
  • H. Schneider, K. M. Pryer, R. Cranfill, A. R. Smith, P. G. Wolf. 2002a. "Evolution of vascular plant body plans: a phylogenetic perspective". pp. 330–364, en: Conk, Bateman, Hawkins (editores): Developmental Genetics and Plant Evolution. Taylor & Francis, Londres.
  • H. Schneider, E. Schuettpetz, K. M. Pryer, R. Cranfill, S. Magallón, R. Lupia. 2004. "Ferns diversified in the shadow of angiosperms". Nature 428, 553-557.
  • P. S. Soltis, D. E. Soltis, V. Savolainen, P. R. Crane, T. G. Barraclough. 2002. "Rate of heterogeneity among lineages of tracheophytes: Integration of molecular and fossil data and evidence form molecular living fossils." Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 99, 4430-4435.