Museu de Cerâmica de Sacavém

Antiga Fábrica de Loiça de Sacavém
Museu de Cerâmica de Sacavém
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O Museu de Cerâmica de Sacavém é um espaço museológico situado na cidade de Sacavém, no concelho de Loures, destinado a preservar o antigo núcleo da Fábrica de Loiça de Sacavém (que celebrizou em tempos a cidade), centrado em torno do forno n.º18.

Após a falência da Fábrica de Loiça, em 1994, a Câmara Municipal de Loures deliberou (em reunião de 22 de novembro de 1995) a construção de um núcleo museológico que fizesse a história da dita fábrica e da sua produção cerâmica, situado nos terrenos onde outrora esta se erguera.

O Museu, situado no centro de uma urbanização nascida dos escombros da Fábrica de Loiça, foi inaugurado em 7 de julho de 2000, pelo então presidente da república Dr. Jorge Sampaio.

Para além do espaço museológico, o museu conta com um centro de documentação, batizado com o nome do fundador da fábrica de loiça, Manuel Joaquim Afonso, um auditório batizado com o nome de um destacado operário e lutador antifascista (António Ferreira, «O Compositor»)[1], uma oficina de cerâmica, batizada com o nome do mestre José de Sousa, uma loja e um café.

Em 2002, o museu foi galardoado com o Prémio Micheletti de Melhor Museu Europeu do Ano, na categoria de Património Industrial.

Em 2006, a câmara municipal de Loures decidiu instituir o Prémio Bienal Manuel Joaquim Afonso, destinado a premiar, através do Museu de Cerâmica de Sacavém, trabalhos na área de produção cerâmica.[2]

Atualmente o espaço museológico, encontra-se integrado na rede de museus de Loures que, do ponto de vista da orgânica municipal, está inserido no departamento de cultura, desporto e juventude/divisão de cultura.

A rede é dirigida pela unidade de património e museologia.[3]

História editar

O Museu de Cerâmica de Sacavém, está situado no local da antiga Fábrica de Loiça de Sacavém, onde, cerca de 1858, Manuel Joaquim Afonso, português, industrial vidreiro e homem de negócios da Marinha Grande, deu início a uma das mais relevantes indústrias cerâmicas de Portugal, a Fábrica de Loiça de Sacavém.[4]

Pelas mãos das famílias inglesas Howorth, Gilman e Gilbert, a Fábrica de Loiça de Sacavém, afirmou-se no panorama cerâmico nacional e internacional dos séculos XIX e XX.

A fábrica veio a ser declarada falida, em 1994[5] e a 22 de novembro de 1995, a deliberação camarária definiu a preservação e valorização de um núcleo de património da antiga fábrica.

Lançando as bases do futuro museu, o Museu da Cerâmica de Sacavém, é inaugurado a 7 de julho de 2000, pelo então presidente da república Dr. Jorge Sampaio.

Museu editar

Instalado na antiga Fábrica de Loiça de Sacavém e inaugurado a 7 de julho de 2000, o Museu de Cerâmica de Sacavém, encontra-se integrado na rede de museus de Loures, sendo um espaço de valorização, salvaguarda e divulgação do legado da Fábrica de Loiça de Sacavém, em ligação ao processo de industrialização do concelho de Loures.

O Museu de Cerâmica de Sacavém, encontra-se sediado num edifício construído de raiz que incorpora o Forno 18, último vestígio físico da fábrica, exemplar da arquitetura de fornos, os fornos-garrafa, que marcaram a paisagem da revolução industrial inglesa.

Possui dois espaços expositivos, loja, o auditório António Ferreira, operário e resistente antifascista, com capacidade para 100 pessoas, oficinas Mestre José de Sousa e o centro de documentação Manuel Joaquim Afonso que tem á sua guarda arquivos das fábricas de Loures, constituindo documentação única do património industrial do concelho.[6]

 
O forno n.º 18, núcleo central do Museu.

Atualmente, encontra-se patente ao público a exposição "Fábrica de Loiça de Sacavém. Para uma história da faiança em Portugal", aprofundando o conhecimento da antiga fábrica, alargando a sua contextualização ao panorama industrial do concelho, desde meados do século XIX ao inicio do século XXI, partindo exclusivamente da coleção do museu, aliando a riqueza do arquivo empresarial da fábrica ás peças, evocando os principais aspetos da história e da sua vasta produção, associando-os á funcionalidade, á forma e

 
Vista desde a base do forno

á decoração. E uma outra, sendo ela a exposição "Vivências quotidianas do Convento de Cristo após a extinção da ordem, através da cultura material documental" , realizada numa parceria feita entre o município de Loures e a Direção Geral do Património Cultural, a génese desta exposição e, que predomina ao longo do percurso expositivo proposto, é a arqueologia, sendo desta vez o objeto principal o simples fragmento de uma peça, que será comunicado e tornado "acessível" a todo o público, através da ilustração gráfica da exposição, nomeadamente, através de fotografias de época de espaços, ambientes, personagens e de documentos técnicos que complementa, contextualizam e explicam os objetos expostos. A produção da Fábrica de Loiça de Sacavém é também e, pela primeira vez, estudada e exposta numa perspetiva arqueológica.

Este museu tem como principal missão colecionar, preservar, documentar, investigar e promover espólios que lhe estão confiados, no sentido de valorizar a sua divulgação e apresentação pública, contribuindo para o conhecimento e o enriquecimento do património do trabalho e da arte da Fábrica de Loiça de Sacavém, assim como do património industrial do território.

Em 2002, recebeu o prémio Luigi Micheletti para a categoria de museus industriais (EMYA - European Museum Year Award).

Em 2013, recebeu o prémio de menção honrosa sos azulejo 2012, na categoria Catálogo.

Em 2019, recebeu o prémio menção honrosa sos azulejo 2018, na categoria História de Arte e ainda os prémios APOM, nas categorias Incorporação e Exposição temporária.

Em 2020, recebeu o prémio APOM, na categoria Parceria.

Coleções editar

Acervo documental estimado em 158 000 documentos, entre coleções documentais e arquivos empresariais, da Fábrica de Loiça de Sacavém e dos seus artistas, Fábrica de Papel do Tojal - Abelheira, Fábrica Móveis Olaio, Fábrica Nacional de Margarinas, Companhia Portuguesa de Trefilaria.

Biblioteca especializada em artes visuais e história económica e social (pintura, escultura, arquitetura, design, artes decorativas; cerâmica portuguesa, europeia e oriental; diários do governo, estatística comercial e industrial 1880-1967; história de Portugal, universal e das mentalidades, história económica e social; museologia, educação patrimonial).

Desde a sua inauguração em 2000, o museu incorporou cerca de 4 000 peças, na sua maioria, produzidas na Fábrica de Loiça de Sacavém e 29 800 documentos.de fábricas em Loures.

Ver também editar

Ligações externas editar

  • https://www.facebook.com/museusdeloures/
  • https://www.instagram.com/museusdeloures

Referências editar

  1. «Câmara Municipal de Loures» 
  2. «Plurais nº4» 
  3. «Câmara Municipal de Loures» 
  4. «K É R A M I C A». Revista da Indústria Cerâmica Portuguesa, nº362, Edição janeiro/fevereiro 2020 
  5. Sacavém, a Outra Loiça. [S.l.]: Edição conjunta de Câmara Municipal de Loures, Clive Gilbert, Emma Gilbert e Associação dos Amigos de Sacavém. 2019 
  6. «Câmara Municipal de Loures» 
  7. «Câmara Municipal de Loures» (PDF) 


Museu de Cerâmica de Sacavém Página do Museu de Cerâmica de Sacavém, no site da Câmara Municipal de Loures.

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