O Museu do Dinheiro é um museu situado em Lisboa que apresenta o tema do dinheiro, a sua história e evolução, em Portugal e no mundo.[1]

Museu do Dinheiro
Museu do Dinheiro
Fachada principal do museu, antiga Igreja de São Julião
Inauguração 19 de abril de 2016
Administração
Diretor(a) Sara Brighenti
Página oficial (Website)
Geografia
Localidade Largo de S. Julião, 1100-150 Lisboa
Localização Lisboa -

Fundado e mantido pelo Banco de Portugal, o Museu do Dinheiro abriu as portas ao público em 19 de abril de 2016, estando instalado na antiga Igreja de São Julião[2] há muito desactivada do culto religioso e que foi sujeita a uma reabilitação de grande envergadura para o efeito.[3]

15 peças imperdíveis editar

Eis 15 das peças ou instalações que o Museu do Dinheiro considera imperdíveis:[4]

  • Barra de ouro - Barra com 12,6 kg de ouro refinado, quase puro (99,9 %), protegida pela antiga porta da caixa forte, mas que é possível tocar pelo visitante.
  • Hermes solar - Hermes, deus grego do comércio e das trocas, apresenta de forma interativa a troca direta de bens que são outras formas de dinheiro.
  • Mapa mundi interativo - Permite navegar no tempo e no espaço e conhecer factos importantes sobre a história do dinheiro no mundo.
  • Terço de estáter - A primeira moeda no ocidente surgiu na Lídia (na atual Turquia) no século VII a. C. sendo feita de uma liga metálica de ouro e prata, o eletro.
  • Nota chinesa - Tendo a primeira nota do oriente surgido na China no século IX d. C., a nota apresentada valia inicialmente 1000 moedas de bronze e quem a falsificasse seria punido com a pena de morte.
  • Português de D. Manuel I - Uma moeda de ouro cunhada entre 1499 e 1521, representativa da importância política e monetária do estado português na época dos descobrimentos.
  • Realidade aumentada - Um ecrã interativo que permite ao utilizador manipular, rodar e ampliar as moedas expostas
  • Morabitino de D. Sancho II - A moeda de ouro de D. Sancho II é o último morabitino cunhado em Portugal e o único exemplar conhecido no mundo!
  • Nota de 500 escudos de Alves dos Reis - A nota falsa (e a verdadeira) que deu a Alves dos Reis o reconhecimento como um dos maiores burlões da história de Portugal.
  • Dobra de 24 escudos - A maior e mais pesada moeda de ouro da história portuguesa, com 85 gramas de peso e o tamanho de quase uma bolacha
 
Tocar na barra de ouro
  • Uma nota e uma moeda personalizadas - Experiência interativa que permite "cunhar" uma moeda e "emitir" uma nota com o rosto de cada visitante
  • Nota de 1000 escudos D. Maria II - Nota que engloba vários elementos alusivos à história do seu emissor, o Banco de Portugal, como o retrato de D. Maria II em cujo reinado foi fundado.
  • Compreender o Banco de Portugal - Permite conhecer a missão de um banco central, as suas principais responsabilidades, e o impacto da sua atividade na vida dos cidadãos.
  • A memória do sítio - Um filme multimédia ilustra a evolução histórica da área onde se encontra a sede do Banco de Portugal e o Museu do Dinheiro desde a época medieval, passando pela reconstrução pombalina até à cidade atual.
  • Muralha de D. Dinis - Classificado como Monumento Nacional, um troço da Muralha de Lisboa construida no reinado de D. Dinis é objecto de um Núcleo de Interpretação.[5][6]

Antiga Igreja de São Julião editar

A primitiva Igreja de S. Julião situava-se no cruzamento da Rua de S. Julião com a Rua Augusta, a qual, por ter sido destruida pelo terramoto de 1755, foi reconstruída no local onde antes existira a Patriarcal de D. João V, que também fora arrasada. A reconstrução foi concluída em 1802, mas em 1816 um incêndio destruiu o seu interior, pelo que foi sujeita a novas obras que se prolongaram até 1854.[3]

Em 1910, devido ao seu crescimento, o Banco de Portugal decidiu comprar a Igreja de São Julião e os seus anexos, tendo decorrido negociações com a Arquiconfraria de São Julião até 1933, quando foi celebrada a escritura de compra e venda da Igreja, o que levou a que a mesma fosse dessacralizada.[3]

 
Nave da Antiga Igreja de São Julião

Em 1938, o Banco de Portugal submeteu à Câmara Municipal de Lisboa um anteprojeto elaborado pelo arquiteto Porfírio Pardal Monteiro, a fim de integrar num único os diversos edifícios que constituíam a sua sede e a antiga Igreja de S. Julião que lhe era contígua, anteprojecto que não foi aprovado.[3]

Posteriormente o Banco decidiu aproveitar os espaços disponíveis da Igreja para áreas técnicas, casas fortes, arquivos e, ainda, estacionamento temporário. O aproveitamento da antiga Igreja e sua integração em edifício único, foi aprovado pela CML em 1973, mas após o início dos trabalhos, havendo protestos contra a destruição da Igreja, os mesmos foram suspensos em finais de 1974, devido também a nova orientação camarária após o 25 de Abril.[3]

Em 2007 Banco de Portugal tomou a decisão de reabilitação e restauro da sua antiga sede e da antiga igreja, incluindo a instalação do Museu do Dinheiro. O projeto de reabilitação e restauro do edifício que venceu o concurso foi de Gonçalo Byrne e de João Pedro Falcão de Campos e decorreu entre 2007 e 2012, cumprindo designadamente os requisitos relativos à resistência sísmica e à proteção contra incêndios, tendo em 19 de abril de 2016 sido inaugurado no espaço da antiga Igreja de S. Julião o Museu do Dinheiro.[3][7]

Referências

Ligações externas editar

 
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